A temporada da Cofidis ficou muito marcada pelo bate-boca entre Nacer Bouhanni e os responsáveis da formação francesa, talvez tenha sido mesma essa a imagem que mais ficou, mas não se deixem iludir, foi uma época de grande sucesso. O assunto ficou resolvido provavelmente porque a Cofidis apercebeu-se que dificilmente arranjaria um ciclista do calibre de Bouhanni e porque Bouhanni apercebeu-se que dificilmente conseguiria uma equipa tão boa e em que tivesse tanto apoio para 2019.




Ao todo foram bem mais de 1 dezena de vitórias, mas houve claramente 2 nomes que se destacaram e que foram mesmo grandes confirmações em termos internacionais. Aos 25 anos claramente Christophe Laporte elevou-se para outro patamar, num ano fenomenal. Venceu etapas na Etoile de Besseges, no Tour La Provence, na Volta a Bélgica, na Volta ao Luxemburgo e ainda a Tro Bro Leon. Para além disso ainda conseguiu mais 10 pódios, 2 deles no Tour de France e no Paris-Nice e mostrou que pode ser uma opção para algumas das clássicas da Flandres.

Hugo Hofstetter é da mesma geração de Laporte, tem 24 anos, e foi o grande vencedor da Taça de França. É verdade que só ganhou a 1ª etapa do Tour de l’Ain, mas teve uma regularidade impressionante, com mais 8 pódios e um total de 22 top 10. Perdeu um pouco de gás mais para o final da época, mas mesmo assim foi o suficiente para ser um dos destaques de 2018, o próximo passo é conseguir estes resultados no WT entre os sprinters. Ciclistas como Julien Simon, Dimitri Claeys ou Jesus Herrada também tiveram uma boa temporada.




Ainda assim, esperávamos um pouco mais de Jesus Herrada. O espanhol foi uma grande aposta para 2018, lutou muito, mas faltou talvez um pouco mais de astúcia táctica nos momentos decisivos. Ficou à beira das medalhas nos Europeus e somou o seu único pódio do ano no Tour of Oman. Toda a polémica ao redor de Nacer Bouhanni nasceu do facto do sprinter gaulês de 28 anos não estar a corresponder ao esperado, mesmo depois de um início positivo no Dubai Tour. Eclipsou-se e só voltou ao seu nível em Maio, e em grande, com triunfos nos 4 dias de Dunkerque, no Grote Prijs Marcel Kint, na Boucles de la Mayenne, na Route d’Occitanie e para acabar em beleza na Vuelta. Olhando para um plantel com muita qualidade era expectável que jovens promissores como Anthony Perez e Anthony Turgis fizessem mais.

Foi um defeso muito interessante para a Cofidis, das equipas que melhor se mexeu no mercado e viu-se que sabia muito bem o que estava a fazer. Daniel Navarro foi substituído por Darwin Atapuma, que tenta relançar a sua carreira, com mais liberdade que nunca. Natnael Berhane entrou para o lugar de Daniel Teklehaimanot e para o lugar de Michael van Staeyen (lançador e belga adaptado às clássicas) entraram Filippo Fortin e Zico Waeytens. Damien Touze é um corredor talentoso e bom nas clássicas para além de ter uma boa ponta final, caso continue a evoluir assim pode ser um caso sério.




Pierre Luc Perichon sobe um nível em termos de equipa de depois de uma época fantástica, Marco Mathis ajudará a equipa em provas com contra-relógios colectivos e Jesper Hansen também poderá encontrar na Cofidis o lugar certo para subir o nível de resultados. Emmanuel Morin é um jovem relativamente desconhecido. Quanto às saídas, para além das já mencionadas, destaca-se a de Anthony Turgis, que nunca se conseguiu afirmar realmente. A Turgis juntam-se os seus compatriotas Dorian Godon, Jimmy Turgis e Guillaume Bonnafond.




 

 

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