A equipa da Wanty-Groupe Gobert foi a melhor formação belga no escalão pro continental. Das 24 equipas pro continentais, foram a segunda melhor equipa, no final deste ano, apenas batidos pela equipa francesa da Direct Energie, numa luta aguerrida até às últimas provas.
Os dados
Vitórias: 8 vitórias, Loic Vliegen foi o único a conseguir dois triunfos.
Pódios: 43 pódios, sendo que 11 foram na categoria .HC e dois no WorldTour.
Dias de competição da equipa: 245 dias de competição, incluindo a ida ao Tour de França.
Idade média do plantel: 28,4 anos.
Mais kms: Guillaume Martin com 14 810 km percorridos.
Melhor vitória: Vitória de Odd Christian Eiking na Artic Race of Norway
O mais
O sinal mais veio por intermédio de Guillaume Martin. O francês acabou por vencer uma etapa, no Giro di Sicilia, conseguiu nove pódios e 29 top dez ao longo da época. Conseguiu por dez vezes um lugar no top ten, em 19 clássicas feitas. Esteve perto de acabar a Volta a França entre a primeira dezena, mas ficou às portas, no 12.º lugar da geral individual. Na Volta a Burgos bateu-se com os melhores, acabando em quinto lugar da geral. O francês de 26 anos tem seis vitórias na sua carreira, como profissional, todas elas em provas da categoria .1.
Timothy Dupont atingiu por 28 vezes um lugar nos melhores dez. Alcançou 11 pódios ao longo do ano e uma vitória de etapa no Tour da Valónia. Nas clássicas belgas, seu terreno de eleição, acabou por alcançar 11 lugares dentro do top ten. O belga de 32 anos demonstra que ainda é um dos ciclistas mais importantes da equipa, conseguindo regularmente bons resultados para a equipa, sobretudo, nas clássicas belgas.
A boa prestação de Loic Vliegen na Bélgica também é de salientar. O belga de 25 anos conquistou o Tour da Valónia com distinção, acabando por ganhar uma etapa. O corredor fez também uma boa prova no Baloise Tour, onde acabou em oitavo da geral.
De salientar ainda, a exibição de Boris Vallée, com 20 top ten e quatro pódios ao longo da temporada. O sprinter norueguês, Trond Trondsen, acabou por alcançar três vitórias em 2019, mas todas da categoria .2.
O menos
O belga Jérome Baugnies ficou aquém nesta temporada, esteve apenas por uma ocasião, dentro do top dez. Esperava-se mais de Xandro Meurisse, fez nove top dez e apenas um pódio, acabando por deturpar a sua época. Em 2018, o ciclista mostrou melhores resultados e era esperado mais.
Andrea Pasqualon assumia-se como um dos homens importantes dentro da equipa, mas acabou por não cumprir. Apenas uma vitória e cinco pódios não chegam para comparar com os resultados do ano transacto.
O mercado
A equipa vê sair ciclistas importantes em 2020. Os belgas Jérôme Baugnies, Frederik Backaert e provavelmente Boris Vallée estão de saída da Wanty. Baugnies irá para a equipa continental britânica da Canyon Bloor Homes e Backaert ruma para a B&B Hotels- Vital Concept.
A saída mais sonante trata-se da transferência de Guillaume Martin para a Team Cofidis. O francês volta a uma equipa da sua nação, depois de quatro temporadas na Bélgica. O corredor tem subido de forma a cada ano que passa e será um dos homens importantes da Cofidis, para atacar as classificações gerais. Bart De Clercq e Marco Minnaard irão retirar-se no final do ano.
Para 2020, a equipa procurou fortalecer-se nos diversos campos. No sprint, chegam dois irmãos bastante conhecidos do pelotão internacional, falamos dos irmãos Poppel. Danny Van Poppel é a grande contratação para a próxima época, sendo acompanhado pelo seu irmão Boy Van Poppel.
Danny não conseguiu ganhar na temporada passada, ao serviço da Jumbo-Visma, apesar de ter feito várias vezes top dez. O seu irmão pode revelar-se uma grande ajuda para os seus sprints.
Maurtis Lammertink acompanha o percurso de Boy Van Poppel, transferindo-se da Roompot-Charles. Homem para ajudar no trabalho.
Chegam também dois corredores belgas vindos da Telenet Fidea Lions. O jovem Quinten Hermans, que corre sempre bem em solo belga. Este ano, esmagou na Flèche du Sud com três vitórias em etapas e geral, conseguindo três top dez e o sétimo lugar no Tour da Valónia. O holandês Corné Van Kessel, após 11 épocas na Telenet, põe fim ao ciclo e será mais um corredor para ajudar a equipa a conseguir os seus objetivos, principalmente ao sprint.
Simone Petilli é outra aposta da Wanty para 2020, o ex-ciclista da UAE-Emirates já conta com quatro anos no escalão máximo velocipédico e pode ser muito útil para a equipa. Na equipa dos Emirados, o italiano tinha pouco espaço para se mostrar e tem agora aqui uma oportunidade de aparecer.
A equipa apostou em força na juventude, com as entradas de quatro ciclistas com potencial. O jovem Alexander Evans, recém chegado da SEG Racing Academy, que venceu a cronoescalada do Tour de l´Avenir deste ano. Fechou ainda dentro do top 20, no Giro de Itália para sub-23. Por falar em nomes bons do contrarrelógio, a equipa contratou Jasper De Plus, irmão do ciclista da Jumbo-Visma, Laurens De Plus. O jovem ciclista venceu o Chrono des Nations U23 e ficou em segundo lugar nos campeonatos nacionais de contrarrelógio de sub-23, na Bélgica.
O estagiário Theo Delacroix e Jeremy Bellicaud são os elementos mais jovens a integrar o projeto de 2020.
O que esperar em 2020?
A Wanty vai continuar a focar-se nas provas da Bélgica, apresentando-se acima de tudo, como uma equipa de clássicas. As mexidas no mercado revelam melhorias para as chegadas rápidas e para o contrarrelógio. Danny Van Poppel irá competir num calendário mais acessível, com maior chance de sucesso e certamente que irá conseguir vários top dez (se nada de anormal acontecer). Por outro lado, perderam a principal referência para lutar pelas gerais, com a saída do francês Guillaume Martin.