Não há por onde fugir, a Katusha-Alpecin foi uma das piores equipas World Tour em 2018. Uma performance que em grande parte se explica pela falta de soluções para a liderança e pela temporada falhada dos seus 2 grandes líderes. Mas já lá vamos.



Dentro do marasmo que foi a equipa com licença suíça, só mesmo 2 ciclistas nos impressionaram realmente. José Gonçalves mostrou que é um corredor de fundo, bateu-se na alta montanha do Giro e terminou num fantástico 14º lugar, tendo estado por 1 vez próximo da vitória na etapa. Para além disso, o ciclista português fez boas exibições no Paris-Tours e na Strade Bianche, provas emblemáticas. Só esteve mesmo abaixo do nível na Vuelta, acusando aquela que foi uma longa época, mas certamente aprendeu com isso.

Nils Politt deu um grande salto qualitativo aos 24 anos. O alemão andou bem o ano todo, foi 17º no Tour des Flandres e 7º no Paris-Roubaix, esteve perto de ganhar no Paris-Nice, ficou 2º na Volta a Alemanha, onde ganhou a última jornada e ainda andou a cheirar de novo o triunfo no Tour of Britain e no Munsterland Giro. Nathan Haas também não esteve mal, começou com 1 vitória em etapa e 5º na geral no Tour of Oman, fez uma boa Volta a Suíça e terminou com um 3º lugar na Volta a Turquia.



Muito se falou da temporada de Marcel Kittel, e com razão. Chegou à Katusha como um dos melhores sprinters do Mundo e com 86 vitórias. Em 2018 somou apenas 2 triunfos, ambos no Tirreno-Adriatico, numa temporada onde praticamente se eclipsou a partir de Março. Ficou mais uma vez provado que Marcel Kittel está demasiado dependente de um comboio, como ficou bem visível na Quick-Step Floors. Em 2017 Ilnur Zakarin tinha sido 5º no Giro e 3º na Vuleta, em 2018 o russo de 29 anos foi 9º no Tour e 20º na Vuelta, reparam na diferença? Já é costume Zakarin demorar a carburar, mas este ano nunca chegou ao nível de 2017. De resto, Simon Spilak já vinha a mostrar sinais de quebra e o único destaque de 2018 foi mesmo o 6º posto na Volta a Suiça e Tony Martin também passou ao lado da temporada, visivelmente agastado.

A Katusha-Alpecin vai partir para 2019 com um dos plantéis mais curtos do World Tour, 24 ciclistas, o que parece manifestamente pouco, uma redução de 2 ciclistas face a 2018. É verdade que nenhum grande líder sai, mas também nenhum grande líder entra. Marco Mathis, Jhonatan Restrepo, Maurits Lammertink, Baptiste Planckaert, Tiago Machado e Tony Martin encontraram equipa para a próxima temporada, Maxim Belkov ainda tem o seu destino incerto e Robert Kiserlovski optou por retirar-se.



Quanto às entradas, Dmitry Strakhov e Harry Tanfield vão tentar afirmar-se e confirmar o potencial, Daniel Navarro entra já numa fase descendente da carreira, Jens Debusschere é um bom sprinter, mas não de elite mundial e Enrico Battaglin e Ruben Guerreiro são mesmo aqueles que nos despertam mais interesse, o italiano como caça etapas nas Grandes Voltas e o português para as clássicas e provas de 1 semana. Globalmente parece-nos um pouco mais do mesmo, não era a mudança que a equipa precisava e, ou algo muda radicalmente na prestação dos seus 2 grandes líderes, ou vamos ter mais uma temporada fraca da Katusha-Alpecin.



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