A formação israelita iniciou 2019 com o intuito de ser a melhor equipa do escalão Profissional Continental de modo a garantir convites para as provas World Tour e acabou o ano com a aquisição da licença da Katusha-Alpecin, subindo diretamente ao World Tour, conseguindo, de outra forma, o seu objetivo. Um plantel extenso, um dos maiores do pelotão, garantiu uma época rechegada de vitórias.
Os dados
Vitórias: 29 triunfos, divididas por 10 ciclistas, o que mostra que foi uma temporada muito positiva por parte de toda a equipa.
Pódios: 66 pódios, com Agosto a ser o mês mais produtivo, com um total de 13.
Dias de competição: 306 dias de competição, praticamente 10 meses de atividade, um ano recheado de provas.
Idade média do plantel: 27,6 anos, um misto de juventude com experiência.
Mais kms: Tom van Asbroeck, com um total de 13 836 quilómetros.
Melhor vitória: Grand Prix de Wallonie ganhou por Krists Neilands com um ataque ainda longe da meta, aguentando a feroz perseguição de Jasper Stuyven e Jasper de Buyst.
O mais
Ben Hermans até começou a temporada de forma discreta, no entanto a segunda metade de 2019 foi de uma qualidade tremenda. Igual a si próprio, o belga foi bastante regular e venceu as gerais da Volta à Áustria (segundo ano consecutivo) e do Tour of Utah, ganhando 3 etapas pelo meio. Foi, ainda, 2º na Adriatica Ionica Race e 8º na Volta a Eslovénia.
Davide Cimolai confirmou o estatuto de reforço e somou 3 vitórias e mais uns incríveis 24 top-10, o que demonstra toda a regularidade apresentada pelo sprinter italiano ao longo do ano. Um nível semelhante apresentou Tom van Absroeck, com 1 triunfo e mais 28 (!) top-10, não só em chegadas ao sprint mas também clássicas belgas. Krists Neilands continuou a sua evolução sustentada, ganhou o GP de Wallonie e a Volta a Hungria, para além de ter sido 2º nas Asturias e 3º na Arctic Race.
O menos
Vários foram os sprinters que não conseguiram corresponder às expectativas e, dessa forma, estão naturalmente de saída. Sondre Holst Enger é sempre uma caixinha de surpresas e somou apenas 2 top-10 a longo do ano, muito pouco para a sua qualidade.
August Jensen vinha sendo um corredor extremamente regular, no entanto 2019 foi para esquecer. É verdade que conseguiu alguns resultados entre os primeiros, inclusive na Volta a Portugal, no entanto nunca conseguiu estar perto dos triunfos, algo que conseguia com naturalidade noutros ano. Por fim, um desastre ainda maior foi Riccardo Minali. Chegou da Astana mas apenas se destacou em provas de menor dimensão. Era preciso mais para o sprinter italiano.
O mercado
Uma revolução completa! Com a aquisição a licença World Tour da Katusha-Alpecin e com um plantel tão extenso é natural existirem mudanças tão grandes. Confirmadas estão as saídas de August Jensen e Sondre Holst Enger para a Riwal e as reformas de Ruben Plaza e Zak Dempster. Kristian Sbaragli, Riccardo Minali, Ben Perry e Clement Carisey já confirmaram a sua saída da formação israelita.
Como noticiámos no fim-de-semana, a Israel Cycling Academy irá incorporar 7 ciclistas da Katusha-Alpecin. Aos nomes já falados de Alex Dowsett, Jenthe Biermans, Reto Hollenstein, Daniel Navarro, Rick Zabel e Mads Wurtz, juntou-se, no dia de hoje, e tal como esperado, Nils Politt, um excelente ciclista de clássicas, que deverá ser o líder nessa parte da época.
Daniel Martin é um reforço sonante, reforçando o bloco de montanha, sendo um dos principais líderes não só para essa provas por etapas mas também para as clássicas. Patrick Schelling e James Piccoli sobem ao World Tour depois de várias temporadas a um bom nível no escalão Continental, com resultados interessantes nas provas de montanha. Andre Greipel será uma incógnita depois da fraca temporada de 2019 ao passo que Hugo Hoffstetter é um sprinter muito regular, capaz de estar na discussão de muitas competições. Rory Sutherland será o capitão da equipa em muitas das provas. Por fim, Alexis Renard e Norman Vanthra chegam de escalões amadores, o primeiro campeão amador francês, e o segundo um sprinter estónio com destaque nas provas 2.2.
O que esperar em 2020?
É notória a melhoria do plantel para a nova temporada mas também não seria de esperar outra coisa com a subida de escalão. Dan Martin é uma pequena incógnita depois de uma temporada mais fraca mas a sua qualidade é inegável e pode colocar a formação israelita nos primeiros lugares de muitas provas. Ben Hermans tem muita experiência de World Tour e não deve desiludir. Muitos são os sprinters mas Davide Cimolai deverá ser o melhor deles, apesar de pouco vencer, já que Greipel não caminha para novo, no entanto descartar o “Gorilla” pode ser um erro. Nils Politt é muito forte nas clássicas e se continuar a sua evolução será um perigo, ele que tem um bom bloco para o apoiar. Durante muitas provas, a equipa israelita será muito combativa, como nos tem habituado, tendo corredores de enorme valia.