Uma temporada do quase para a Cofidis, dos 2 blocos que a equipa montou só mesmo aquele liderado por Guillaume Martin rendeu como se esperava, o francês foi uma das figuras de 2020, mas não ganhou qualquer corrida. Aliás, apesar dos quase 20 pódios, vitórias foram só 2 na época toda.



Estiveram perto no Tour e perto na Vuelta, perto no Dauphine e até nos Nacionais de Espanha o azar bateu à porta de Jesus Herrada. Em termos de número foram prejudicados pelo cancelamento de muitas provas francesas, veremos o que vai acontecer em 2021. Para a próxima época a grande aposta mantém-se, sendo claro o reforço do bloco de Guillaume Martin.

 

Os dados

Vitórias: Apenas 2 triunfos, ambos no início do ano e em provas menores

Pódios: A equipa esteve muitas vezes perto de grandes momentos de glória, 18 pódios ao todo, 7 deles no World Tour e 3 na Volta a França

Dias de competição da equipa: Das formações que mais competiu, com 176 dias ao todo

Idade média do plantel: Um dos planteis mais velhos, com 29,3 anos de média, quase 15 trintões no alinhamento

Mais kms: Guillaume Martin foi a quase todas e somou mais de 11000 kms na temporada encurtada

Melhor vitória: Não houve muitas por onde escolher, mas face à concorrência, a de Anthony Perez no Tour du Haut Var.



 

O mais

Foi claramente ganha a aposta em Guillaume Martin, o francês de 27 anos continuou a progredir a olhos vistos e a saída da Wanty fez-lhe muito bem. Foi 11º no Tour, 13º nos Mundiais, 14º na Liege-Bastogne-Liege e depois na Vuelta esteve muitas vezes próximo do triunfo em etapa, finalizando a prova em 14º e com a classificação da montanha. Antes disso ainda foi 3º no Dauphine e 12º no Paris-Nice, esteve o ano todo a andar bem.

Pode parecer estranho, mas Simone Consonni esteve muito bem, tendo em conta que teve escassas oportunidades para brilhar na sombra de Elia Viviani. Foi chamado 1 vez à acção no Tour, fez 3º nessa etapa, foi chamado 1 vez à acção no Giro, fez 4º nessa etapa, e ainda foi 2º numa tirada no Tour Down Under. Nathan Haas esteve melhor que em 2019 e Jesus Herrada voltou a fazer uma boa temporada, muito próximo do título nacional, muito próximo de uma etapa no Tour.

 

O menos

Aqui há um nome incontornável: Elia Viviani. Contratado como grande líder com a responsabilidade de dar triunfos à equipa, tinha estado entre os 10 melhores ciclistas do Mundo em 2018 e 2019, campeão europeu, acabou 2020 em branco e com uma imagem muito pálida. A Cofidis apostou muitas fichas nele, contratou ciclistas da confiança de Viviani, e mesmo assim o italiano falhou rotundamente, principalmente no Giro e no Tour. Tem agora 31 anos e 2021 será uma época absolutamente decisiva na carreira do transalpino, que termina contrato com a Cofidis precisamente no final da próxima época.



Outro problema para a formação francesa é que Christophe Laporte também não apareceu ao nível que nos habituou, aliás, mal se viu ou falou do francês este ano, o que é muito mau sinal. Bouhanni saiu, mas Laporte ficou tapado por Viviani, e no Tour só teve 1 oportunidade. Esperávamos um bocadinho mais de Fernando Barceló, tendo em conta o que o basco mostrou no final de 2019.

 

O mercado

9 saídas e 9 entradas, mantém-se o tamanho do plantel. Saem alguns ciclistas importantes do núcleo de clássicas como Dimitri Claeys ou Julien Vermote, mas entram outros para o seu lugar como Jelle Wallays e Jempy Drucker. Saem alguns jovens que não conseguiram demonstrar o seu potencial e ingressam André Carvalho ou Remy Rochas.

Depois há algumas contratações para reforçar os blocos, mas veremos como se encaixa Szymon Sajnok no bloco dos ciclistas rápidos. O polaco é um sprinter muito consistente e vem da pista, tem as características certas para ser um bom lançador, será que se vai encaixar no comboio de Elia Viviani ou vai ter carta verde? Se a temporada não começar bem para Viviani …



Sendo assim, a equipa está apostada em levar Guillaume Martin a altos voos e nesse sentido Simon Geschke e Ruben Fernandez são 2 excelentes contratações. Ambos já têm experiência no World Tour a trabalhar para líderes, ambos estão em bons momentos das suas carreiras e, de facto, Martin precisava de mais apoio na alta montanha, estando muitas vezes dependendo de Jesus Herrada.

 

O que esperar de 2021

Em termos de números de vitórias é uma equipa que vive muito das semi-clássicas e provas por etapas do calendário Continental europeu, onde ciclistas como Anthony Perez ou Christophe Laporte costumam ganhar muito. Acreditamos que Guillaume Martin irá continuar a andar muito bem na montanha, tal como em 2020 e será novamente a figura maior da equipa, ainda para mais com um bloco reforçado, sendo que Geschke e Herrada terão papel livre para caçar etapas nas Grandes Voltas, ambos são muito bons nisso.



O mais provável é que Viviani volte a falhar nas grandes corridas, o italiano tem a confiança abalada e já se viu que tem problemas de posicionamento e precisa de um grande comboio. Tendo isso em conta Simone Consonni tem de começar a chegar-se à frente, até porque passa melhor a montanha que Viviani e dá outro tipo de opções. Em relação aos jovens que podem aparecer, continuamos de olho em Fernando Barceló, pode ser a época de afirmação.

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