Mantemo-nos no World Tour e com uma equipa que tem uma gestão bastante peculiar, nem todos os ciclistas se adaptam é muitos acabam por sair antes do contrato terminar. A temporada não foi famosa mas a manutenção no escalão máximo nunca esteve em dúvida devido às boas épocas anteriores. Foi o ano do surgimento de uma nova estrela que, infelizmente para os responsáveis, está de saída.
Os dados
Vitórias: 10 vitórias, a equipa neerlandesa nunca foi uma formação vencedora, é um número dentro do habitual. 4 deles foram no World Tour.
Pódios: 31 pódios, o que não é um número elevado, mostrando a fraca temporada realizada.
Dias de competição da equipa: 259 dias de competição, não estando aflita na luta pela manutenção fez o seu calendário habitual.
Idade média do plantel: 25,8 anos, uma média baixa devido à inclusão de muitos jovens oriundos da equipa de desenvolvimento.
Mais kms: Alberto Dainese fartou-se de correr em 2022, com um total de 13 086 kms em competição.
Melhor vitória: Pela importância e forma como foi conseguida, a vitória em fuga de Thymen Arensman no Alto de Sierra Nevada na última Vuelta a Espanha.
O mais
Aos 22 anos, Thymen Arensman teve o seu ano de explosão! Começou lentamente, depois foi 6º no Tirreno-Adriático e 3º no Tour of the Alps, antes de ser incansável no Giro, onde entrou em diversas fugas e por várias vezes esteve perto da vitória. Vitória essa que iria aparecer na Volta a Polónia e na Vuelta a Espanha, onde foi 2º e 6º respetivamente. Mais que um trepador, o neerlandês é muito bom no contra-relógio, um corredor muito completo.
Romain Bardet voltou à regularidade de outros tempos, 6º no Tour de France, depois de abandonar o Giro quando estava na luta pela vitória e triunfo no Tour of the Alps e 9º no UAE Tour e na Lombardia. Ciclista de grandes provas, o gaulês não desiludiu. Soren Kragh Andersen apareceu em grande nas clássicas (7º na Milano-Sanremo e 5º na Gent-Wevelgem), só que a partir daqui pouco correu, talvez tenha informado a estrutura que não queria renovar e a equipa neerlandesa é bastante rígida nestes casos.
Andreas Leknessund mostrou o seu grande motor com dois solos fabulosos na Suíça e na Noruega, só precisa de ser mais regular, pois aí será um caso sério, pelo menos para as provas de uma semana. Alberto Dainese venceu no Giro, uma das vitórias mais surpreendentes do ano, e conseguiu tornar-se mais que um puro sprinter. Precisa de melhorar a sua colocação.
O menos
Cees Bol até conseguiu uma vitória em 2022, mas somou apenas mais sete top-10, continuar a pecar muito pela colocação e pela sua irregularidade. Quando está bem é um perigo, mas nos últimos anos têm sido muito mais os dias em que tem estado mal e, esta temporada, não foi exceção. John Degenkolb já não é o mesmo de outros tempos, os resultados são cada vez menos, tem-se tornado num gregário mas mesmo assim numa equipa com tão poucas segundas linhas o germânico poderia render mais.
Henri Vandenabeele apareceu no início do ano, somou dois top-10 em gerais em Oman e na Turquia, no entanto tarda em explodir e confirmar o potencial que o levaram a dois pódios no Baby Giro. Ainda é bastante novo, mas começa a entrar numa fase decisiva da carreira. Nils Eekhoff também é capaz de muito mais. Como já referimos, numa equipa sem muitas opções, o neerlandês tinha tudo para se afirmar como um homem importante nas clássicas e nos dias mais duros, só que passou ao lado da temporada.
O mercado
Ano de muitas mexidas na Team DSM, com a saída de alguns grandes líderes. Soren Kragh Andersen não sai da melhor forma e consigo sai o seu irmão Asbjorn. Depois de um grande ano, Thymen Arensman irá procurar novos voos, com as restantes saídas a serem de ciclistas que já estavam na estrutura há muitos anos: Cees Bol, Nikias Arndt, Nico Denz, Joris Nieuwenhuis e Mark Donovan.
Ao contrário de outros anos, apenas um ciclista dá o salto da equipa de desenvolvimento, o britânico Max Poole. O bloco de trepadores é reforçado com as chegadas de Harm Vanhoucke e Matthew Dinham, veremos que papel terão dentro da equipa. Sean Flynn é mais uma aposta para o futuro, um puncheur com uma boa ponta final. Alex Edmondson vem para ser um dos lançadores de serviço e Patrick Bevin poderá ser um figura importante, terá é que render mais que o habitual, onde só aparece a espaços.
O que esperar em 2023?
Sem Thymen Arensman, a pressão sobre Romain Bardet será ainda maior. O francês parece ter encontrado, novamente, as boas sensações no entanto com toda a responsabilidade para bons resultados nas provas por etapas a recaírem sobre si pode não ser benéfico. Muitas vezes estará sozinho, Chris Hamilton, Andreas Leknessund e Harm Vanhoucke são os únics trepadores com algum nível dentro da equipa.
Alberto Dainese e Sam Welsford serão os sprinters de serviço nas principais provas, sendo que olhamos para Pavel Bittner e Casper van Uden como jovens a olhar com muita atenção para o futuro. Patrick Bevin terá que aparecer, com Nils Eekhoff a ter um ano importante. O talento Marco Brenner deverá continuar a sua evolução e a aparecer aos poucos.