A Quick-Step Floors, Deceuninck Quick Step em 2019, realizou mais uma estupenda temporada, comandada pelo carismático Patrick Lefevere. Mais de 70 vitórias, um número histórico, ganhando de Janeiro a Outubro, e mereceu ser a melhor equipa do ano.




Elia Viviani foi claramente o melhor sprinter do ano, raramente perdeu um sprint em pelotão compacto e em 2018 mostrou evolução notória na média montanha. O resultado foram 18 triunfos, 10 deles no World Tour, incluído 4 etapas no Giro e 3 jornadas na Vuelta, ganhar 7 tiradas de Grandes Voltas num ano não é para qualquer um. Julian Alaphilippe também teve a sua melhor temporada de sempre aos 26 anos, o francês finalmente conseguiu derrotar Valverde no Mur de Huy e ganhou etapas na Colombia Oro y Paz, na Vuelta ao País Basco, no Criterium du Dauphine, no Tour, entre muitas outras corridas. Uma força da natureza em clássicas e provas de 1 semana, poucos têm a explosão de Alaphilipppe.

Niki Terpstra melhorou muito face a 2017 e foi genial nas clássicas, ganhou na Le Samyn, na E3 Harelbeke e no Tour des Flandres e ainda fez pódio no Paris-Roubaix. Acabou a temporada com um 2º lugar no Paris-Tours. O holandês, para além de uma excelente condição física, mostrou mais uma vez que lê de uma forma exímia a corrida, como poucos. Enric Mas teve uma época que até foi relativamente discreta ate chegar à Vuelta, mas depois mostrou todo o seu potencial, ganhando a penúltima etapa, e acabando no 2º lugar da geral, provando que a Quick-Step tem ciclista para provas de 3 semanas.




Alvaro José Hodeg e Fabio Jakobsen foram das grandes revelações/confirmações do ano, batendo sprinters de renome, e com a saída de Fernando Gaviria estão agora bem posicionados na hierarquia, atrás de Elia Viviani. Não esquecer Maximiliano Richeze e Michael Morkov, com alguns lançamentos de sprint do outro Mundo. Yves Lampaert e Bob Jungels estiveram bem e consistentes, com o luxemburguês a averbar a maior vitória da carreira na Liege-Bastogne-Liege, enquanto que Maximilian Schachmann evoluiu muito a todos os níveis, dos ciclistas que mais impressionou por esse facto durante 2018.

Também é incrível a quantidade tão reduzida de ciclistas que baixaram o rendimento face à temporada anterior. Claramente destaca-se Fernando Gaviria, o colombiano esteve longe do seu melhor, mas também foi seriamente afectado com problemas no joelho, que têm uma grande repercussão. De resto, esperava-se mais presença de Eros Capecchi na montanha.




O orçamento da estrutura da Quick-Step baixou e isso é notório na diminuição de plantel e na saída de ciclistas importantes. Graças ao poderio financeiro, a Team UAE Emirates chegou e resgatou Fernando Gaviria, o que abre espaço à afirmação de Fabio Jakobsen e de Alvaro Hodeg. Eros Capecchi está de saída e Niki Terpstra, o melhor ciclista da Quick-Step nas clássicas nos últimos 3 anos procura mais liberdade na Direct Energie. Uma das surpresas da temporada, Jhonatan Narvaez foi contratado pela Team Sky após uma incrível quantidade de trabalho colectivo aos 21 anos e Enric Mas estará certamente muito desapontado ao ver Laurens de Plus sair, ele que é um excelente trepador, contratação da Team Jumbo-Visma. Por fim, Maximilian Schachmann também se junta ao projecto caseiro alemão da Bora-Hansgrohe, onde terá liberdade em algumas clássicas e provas de 1 semana.

Com isto tudo, são só 2 os reforços, o fenómeno Remco Evenepoel, que nem sequer vai correr no escalão sub-23 e o jovem polivalente Mikkel Honore, que já tinha estado a estagiar com a equipa no final e 2018. Já falámos de Jakobsen e Hodeg, mas mais ciclistas também têm aqui espaço para subir na hierarquia. Yves Lampaert e Florian Senechal, aos 27 e 25 anos respectivamente terão agora outro papel nas clássicas. Remi Cavagna tem potencial para fazer uma época parecida à de Maximilian Schachmann e o jovem trepador James Knox já mostrou o que pode fazer na Volta a Turquia.




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