Stage winner Jumbo-Visma team's Danish rider Jonas Vingegaard (R) and overall race winner Jumbo-Visma team's Slovenian rider Primoz Roglic celebrate as they cross the finish line at the end of the eighth and last stage of the 74th edition of the Criterium du Dauphine cycling race, 137.5 km between Saint-Alban-Leysse and Plateau de Solaison on June 12, 2022. (Photo by Marco BERTORELLO / AFP) (Photo by MARCO BERTORELLO/AFP via Getty Images)

Chegámos, finalmente, à melhor equipa do ano! A equipa neerlandesa continua muito forte e temível, raramente a vacilar nos pontos importantes da temporada. Descobriram um novo vencedor de Voltas a França e tiveram um sprinter novato como o membro mais vitorioso da temporada.





Os dados

Vitórias: 48 triunfos, sendo que 24, ou seja metade, foram ao nível WorldTour.

Pódios: 108 pódios, um número avassalador sobre a concorrência.

Dias de competição da equipa: 223 dias, um calendário preenchido, corrido sobretudo na Europa, mas foram a outros continentes com passagem pelos Emirados Árabes Unidos e Canadá

Idade média do plantel: 28,4 anos, com Jos Van Emden a ser o ciclista mais velho com 37 anos e Olav Kooij o mais novo, com 21 anos.

Mais kms: 11226 km percorridos por Gijs Leemreize.

Melhor vitória: Vitória de Jonas Vingegaard na etapa 11 do Tour, com chegada ao Col du Granon.



O mais

O dinamarquês Jonas Vingegaard escreveu uma bonita página na história do Tour, ao destronar Tadej Pogacar, que tinha vencido as duas edições anteriores. Começou, praticamente, o ano a vencer, com a vitória na Drôme Classic, seguiu-se um 2.º lugar na geral do Tirreno-Adriático, 6.º na Volta ao País Basco, 2.º no Critérium du Dauphiné, duas etapas e geral do Tour e duas etapas na Volta à Croácia. O que mais salta à vista foi a sua qualidade exibicional no Tour, perante os nomes de elite do ciclismo mundial, deixando Tadej Pogacar a 2m43s!

Por falar em boas exibições, temos de referir Wout Van Aert! Venceu por nove ocasiões e fez 30 top dez. Começou a temporada a vencer, com triunfo na Omloop Het Nieuwsblad, depois vitória no contrarrelógio do Paris-Nice, triunfo na E3 Saxo Bank, 2.º lugar no Paris-Roubaix, 3.º na Liège-Bastogne-Liège, duas vitórias no Critérium du Dauphiné, três triunfos no Tour e camisola verde, triunfo na Bretagne Classic e fechou bem o ano nas clássicas canadianas e mundiais. É um ciclista de topo, dos mais completos que há em todos os tipos de terreno. Venceu a sua primeira camisola verde no Tour, o último belga a ter conseguido esse feito tinha sido Tom Boonen em 2007.

Christophe Laporte esteve sensacional, tanto no apoio a Wout Van Aert como nas oportunidades que teve para disputar as corridas. Venceu uma etapa no Paris-Nice, uma no Tour, etapa 5 do Tour da Dinamarca e geral, finalizando o ano com um triunfo na Binche-Chimay-Binche. Foi o grande reforço desta equipa em 2022, fez a sua melhor época de sempre, andando bem nas clássicas do empedrado e com sprints de qualidade. Existem ciclistas que não conseguem estar à altura nestas equipas de luxo, mas depois existe Laporte.

Olav Kooij foi o mais vitorioso da equipa, com 12 triunfos. É verdade que a maioria dos seus triunfos foi em provas 2.1 e da categoria.Pro, mas estreou-se a ganhar no WorldTour, com um triunfo na Volta à Polónia. Fez vários top dez nos sprints das provas WorldTour em que participou. É o elemento mais novo da equipa, sendo ele um talento em ascensão, pode ser um caso sério para as próximas temporadas.

 

O menos

Alguns ciclistas não conseguiram mostrar o seu o valor ou estiveram mais apagados que o normal, casos de: Edoardo Affini, Rohan Dennis e David Dekker.

Tobias Foss safou o ano com um triunfo no contrarrelógio dos Mundiais, mas esperava-se outro nível exibicional no Giro. A sua melhor prestação em classificações gerais foi um sexto lugar na Volta ao Algarve.

Para o que estamos acostumados e pelos pontos que amealhou, podemos colocar Primoz Roglic aqui, apesar de não ter sido o seu pior ano. É um nome que carrega muito peso dentro da sua equipa e este ano não deu os resultados pretendidos. Venceu a geral do Paris-Nice e uma etapa, contrarrelógio na Volta ao País Basco, geral do Critérium du Dauphiné e uma etapa na Vuelta. Falhou nas Grandes Voltas, resultado atenuado pela conquista de Vingegaard, mas sempre derivado a quedas. Mesmo que tentasse a conquista da sua quarta Vuelta consecutiva, seria difícil retirar a geral de Evenepoel.



O mercado

A equipa mantém a opção de contratar de forma cirúrgica, reforçando os blocos cada vez mais e melhor. Saídas de David Dekker para a Arkéa-Samsic, Pascal Eenkhoorn para a Lotto-Dstny, Chris Harper ruma à BikeExchange-Jayco, Mike Teunissen passará a integrar os quadros da Intermarché-Circus-Wanty e Tom Dumoulin irá retirar-se em definitivo.

Entradas de Wilco Kelderman, Dylan Van Baarle, Jan Tratnik, Attila Valter e Thomas Gloag. O primeiro é um nome com provas dadas em classificações gerais, tanto consegue liderar como pode ser uma ajuda preciosa para os líderes da Jumbo-Visma na montanha. Dylan Van Baarle vem de uma das suas melhores temporadas de sempre, com um triunfo épico no Paris-Roubaix. Jan Tratnik é um ciclista muito versátil, anda bem nos contrarrelógios, consegue subir a bom nível e pode ser uma peça importante nas clássicas do pavê. Valter é o campeão nacional húngaro de estrada e um corredor com potencial de atingir grandes resultados em clássicas com colinas e em etapas de média montanha. Pode ser uma boa ajuda aos líderes no bloco da Jumbo. Por fim, Thomas Gloag, ciclista britânico vindo da Trinity Racing. Teve um ano com alguns problemas de saúde, mas destacou-se com a vitória na etapa 4 do Tour de l’Avenir. No ano anterior, tinha terminado em 4.º da geral no “Baby Giro”.

Com isto, podemos constatar que, na teoria, o bloco das “abelhinhas” ficou ainda mais forte para 2023. Saíram ciclistas que estavam a dar pouco rendimento à equipa e contrataram peças que podem ser cruciais em vários momentos da temporada, visto que tanto podem ganhar como ajudar quem lidera.

 



O que esperar em 2023?

Mais um ano de muitas conquistas. É uma equipa acostumada a vencer e tem mais armas do que qualquer outra equipa no WorldTour. Para as classificações gerais contam com vários nomes: Vingegaard, Roglic, Kelderman e Foss. Jonas Vingegaard deverá ir ao Tour defender o seu título, provavelmente com Roglic. O esloveno deverá querer ir à Vuelta novamente. Foss e Kelderman poderão ter portas abertas para o Giro.

Para os sprints dispõem de Olav Kooij, Wout Van Aert, Laporte e Mick Van Dijke.

O bloco das clássicas do empedrado é ridiculamente bom: Wout Van Aert, Christophe Laporte, Jan Tratnik, Tosh Van der Sande, Tiesj Benoot, Dylan Van Baarle, Nathan Van Hooydonck, Affini e Timo Roosen.

Para os contrarrelógios têm o campeão mundial Tobias Foss, Wout Van Aert, Roglic, Rohan Dennis, Affini, Kelderman, Vingegaard, Tratnik e Van Baarle. Parece ser quase um requisito andar bem em esforços individuais para entrar nesta equipa.

Nas clássicas das Ardenas, Vingegaard, Roglic, Benoot e Van Aert poderão ser aqueles a alcançar um melhor resultado para a equipa.

Se em 2022 estavam fortes, preparem-se para ver a Jumbo-Visma em 2023, têm tudo para elevar ainda mais a fasquia.

Por: André Antunes

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