A EF Education-EasyPost melhorou face a 2022 no entanto ainda é capaz de mais e melhor. A próxima temporada vê a chegada de Rui Costa, mais um português na estrutura de Jonathan Vaughters.

 

Os dados

Vitórias: 26 triunfos, praticamente o triplo dos conseguidos no ano passado (9), com 4 deles a serem no World Tour.

Pódios: 78 pódios, um número muito elevado para o habitual, o que revela a subida de qualidade de alguns elementos da equipa.

Dias de competição da equipa: 253 dias de competição, um calendário centrado na Europa, não é uma formação com muitas aventuras.



Idade média do plantel: 28,5 anos, com 3 ciclistas acima dos 35 anos a influenciar bastante a média.

Mais kms: Magnus Cort com 12 498 kms.

Melhor vitória: o solo impressionante conseguido por Ben Healy na etapa 8 do Giro d’Itália.

 

O mais

Ben Healy passou do anonimato para o estrelado. O combativo irlandês já tem os seus ataques de longe como imagem de marca e foi assim que conquistou 5 triunfos esta temporada, incluindo no Giro. Para além disso, destacou-se nas Ardenas, ao ser 2º na Brabantse Pijl e na Amstel Gold Race e 4º na Liege-Bastogne-Liege. O seu contra-relógio razoável também fez com que terminasse gerais entre os melhores.

Neilson Powless também subiu o nível. Entrou a ganhar no GP La Marseillaise e na Etoile de Besseges, foi 3º no Tour du Var, 6º no Paris-Nice e não abrandou nas clássicas. 7º na Milano-Sanremo e, no paralelo, 3º na Dwars door Vlaanderen e 5º no Tour de Flandres. Um dos protagonistas do Tour, andou muito tempo na luta pela montanha, foi 4º em San Sebastian. Ciclista para todos os terrenos.

Magnus Cort continua a ser um killer, quando coloca um objetivo não falha e foi isso que aconteceu no Giro. Um ciclista de grandes momentos, também venceu no Algarve e esteve perto no Paris-Nice. Marijn van den Berg venceu por duas vezes, uma delas no World Tour, um sprinter que gosta de dureza, muito regular e que só peca pela colocação. Simon Carr apareceu a espaços, conquistou 3 etapas duras e o complicado Tour de Langkawi. Jefferson Cepeda idem, conquistou algumas etapas de montanha mas não apresentou regularidade. Apesar de tudo, juntos somaram mais de 900 pontos UCI.

 

O menos

Richard Carapaz até somou mais de 1000 pontos UCI, no entanto falhou nos grandes momentos. Mal se viu nas provas World Tour e no Tour foi forçado a abandonar. Deu um ar de sua graça no final da época. Ainda no bloco de montanha, temporadas muito fracas por parte de Rigoberto Uran, Esteban Chaves, Hugh Carthy e Mark Padun, já mostraram muito mais.



Alberto Bettiol até entrou a vencer em 2023 no entanto apenas somou mais 5 top-10 em toda a temporada. Tem que render mais nas clássicas, onde a equipa espera que se consiga destacar. Mikkel Honoré teve uma temporada para esquecer no seu primeiro ano na equipa, longe do que apresentou na Quick-Step. Stefan Bissegger parece algo estagnado nos contra-relógios, não consegue dar mais neste momento e nem sempre está na discussão.

 

O mercado

Este é um departamento da equipa que ainda não está fechado. Para já, apenas 5 ciclistas têm futuro assegurado fora da equipa: Magnus Cort, Jens Keukeleire, Julius van den Berg, Jonathan Caicedo e Diego Camargo. Restam 8 nomes ainda com futuro indefinido, sendo que 3 deles devem permanecer na equipa. Falamos de Andrey Amador, Owain Doull, Odd Christian Eiking, Merhawi Kudus, Sean Quinn, Tom Scully, James Shaw e Łukasz Wiiśniowski.

Numa equipa com muitas saídas, também têm que existir muitas contratações e serão, ao todos, 10. Da equipa de desenvolvimento chegam o japonês Yuhi Todome e Michael Valgren, totalmente recuperado da grave lesão. Rui Costa é um dos reforços de peso, o único proveniente do World Tour e que será fundamental em vários departamentos da equipa, quer clássicas, quer provas por etapas. Harry Sweeny é um ciclista completo, bom no terreno duro e que se defende no contra-relógio.



A aposta na juventude foi evidente, com as contratações de Markel Beloki (18 anos – contra-relogista por natureza), Lukas Nerurkar (20 anos e ciclista completo – 6º no Gran Camiño contra os profissionais), Darren Rafferty (20 anos e trepador explosivo – vencedor do Giro Valle d’Aosta, 2º no Giro Next Gen e 5º Mundiais CRI sub-23), Jack Rootkin-Gray (21 anos e ciclista explosivo – 4º no Oympia’s Tour, Mundiais sub-23 e vencedor de etapa na Corrida da Paz) Jardi Christiaan van der Lee (22 anos e trepador) e Archie Ryan (22 anos e trepador – 4º no Tour de l’Avenir 2022 e 6º na Volta a Eslováquia e Volta a República Checa que este ano teve uma grave lesão, vencendo uma etapa no Tour de l’Avenir e 2º na Lombardia).

 

O que esperar de 2024?

Se o bloco de montanha render mais e dentro da sua qualidade, a equipa estará mais acima no ranking. Richard Carapaz aparece nos grandes momentos, para o ano tem que se destacar no Tour e nas clássicas caso contrário começa a ficar mais pressionado. Simon Carr, Jefferson Cepeda e Hugh Carthy vão tendo as suas oportunidades, têm que aparecer.

Neilson Powless faz um pouco de tudo e tanto o vamos ver a discutir provas de uma semana como as clássicas da Primavera. Ben Healy continuará a ser um perigo, a mira do irlandês para grandes vitórias é incrível, cuidado para as clássicas das Ardenas. Alberto Bettiol será uma alternativa nas clássicas.



Provas de uma semana, clássicas e etapas nas Grandes Voltas será o foco de Rui Costa, o português terá liberdade na equipa norte-americana e, numa formação com várias opções sairá a ganhar. Os jovens têm que evoluir com calma, o World Tour tem outro andamento, mesmo assim muita atenção a Archie Ryan, já fez várias provas pela Jumbo-Visma.

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