A equipa de Eusebio Unzué viu um jovem ciclista emergir e ser a grande figura do ano. Na ressaca da saída de Alejandro Valverde, o líder espanhol Enric Mas não conseguiu repetir feitos de outras temporadas. Nelson Oliveira e Ruben Guerreiro estiveram ligados a vitórias.

 

Os dados

Vitórias: 16 triunfos, somente 3 no World Tour o que revela a fraca temporada da equipa.

Pódios: 53 pódios, número francamente baixo e que vem confirmar que as vitórias foram escassas.

Dias de competição da equipa: 261 dias de competição, muito à base do calendário World Tour e espanhol.



Idade média do plantel: 29 anos, uma das formações mais veteranas do pelotão internacional muito por culpa dos 40 anos de Imanol Erviti.

Mais kms: Nelson Oliveira foi o maratonista da temporada, com 12 606 kms.

Melhor vitória: a etapa conquistada no Giro d’Itália por intermédio do colombiano Einer Rubio.

 

O mais

Matteo Jorgenson deu o salto qualitativo aos 24 anos. O norte-americano mostrou ser mais completo que nunca, andando bem na montanha, contra-relógios e usando a sua ponta final em finais mais explosivos. Entrou a ganhar o Tour of Oman, foi 8º no Paris-Nice, 2º no Tour de Romandie e 7º no Tour of Guangxi. Não bastassem as provas por etapas, ainda foi 4º na E3 Saxo Classic e 9º no Tour de Flandres.

Alex Aranburu conseguiu uma temporada muito regular, conseguiu 21 top-10, só faltou a vitória. Entre clássicas e etapas, foi um corredor perigoso. Einer Rubio teve uma regularidade nunca antes vista. Venceu no Giro, onde foi 11º na geral, foi 16º na Vuelta, 4º na Vuelta a San Juan, venceu no UAE Tour, 2º na Vuelta as Asturias, 4º na Route d’Occitanie e 5º na Vuelta a Burgos. Oier Lazkano confirmou-se como um grande ciclista de fugas, muito combativo venceu na Boucles de la Mayenne, o título nacional de fundo e na Vuelta a Burgos. Nelson Oliveira voltou a ser fundamental no apoio aos seus líderes, o português não desilude.

 

O menos

Enric Mas até abriu bem a temporada, 5º no País Basco e 6º no Tirreno-Adriático mas a partir daqui esteve muito fraco. Foi forçado a abandonar o Tour devido a queda logo ao 1º dia e foi à Vuelta ser 6º, no entanto não chega para salvar a época. Depois de um 2022 incrível, esperava-se muito mais do líder da equipa espanhola. Ruben Guerreiro também começou muito bem, a vencer o Saudi Tour e 3º no Gran Camiño, só que depois teve uma temporada relativamente discreta. Dentro do bloco de montanha, Ivan Sosa e Carlos Verona não conseguiram repetir temporadas passadas e isso fez falta à equipa telefónica.



Entre os sprinters, Fernando Gaviria e Max Kanter deveriam ter feito mais. O colombiano até entrou forte mas acabou apenas com 2 triunfos e falhou no Giro, a Grande Volta que fez. Já o alemão não conseguiu ter a regularidade de 2022, talvez fundamental para não renovar contrato.

 

O mercado

Depois de uma temporada de poucas mexidas, 2023 é o completo oposto, com uma remodelação no plantel. Matteo Jorgenson é a grande perda, o norte-americano estava a tornar-se uma das figuras centrais da equipa e reforça a Jumbo-Visma. Muitos espanhóis estão de saída: os veteranos José Joaquin Rojas e Imanol Erviti reformam-se e Gorka Izagirre, Carlos Verona, Oscar Rodriguez e Lluis Mas procuram novas oportunidades. Max Kanter e Juri Hollmann já encontraram destino, enquanto que Abner Gonzalez ainda não.

São 8 as entradas, com destaque para o regresso inesperado de Nairo Quintana. Depois de mais de um ano sem competir, o colombiano regressa a uma equipa onde foi feliz. Davide Formolo e Remi Cavagna são outros nomes sonantes e importantes para a manobra da equipa, que falámos aqui, tal como Javier Romo, Pelayo Sanchez, Carlos Canal, Manlio Moro, e Jon Barrenetxa. Davide Cimolai foi anunciado à dias, um lançador para Fernando Gaviria, algo que raramente teve.



 

O que esperar de 2024?

É preciso mais e Eusebio Unzué sabe disso. Enric Mas vai continuar a ser a aposta principal da equipa para as provas por etapas, veremos onde encaixa Nairo Quintana. A espaços pode ser líder mas também um gregário do espanhol. Davide Formolo e Ruben Guerreiro serão muito importantes pois para além do apoio, nas clássicas terão liberdade.

Remi Cavagna pode vir a ser uma contratação interessante, falou em focar-se nas clássicas, veremos até que ponto o vai conseguir. Clássicas onde Ivan Garcia Cortina tem que aparecer mais. Alex Aranburu, Gonzalo Serrano, Einer Rubio e Ivan Sosa podem somar muitos pontos no circuito europeu, e esperar que Oier Lazkano confirme a evolução deste ano. Fernando Gaviria terá um ano importante, tem que dar vitórias no World Tour.

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