Subiram no ranking face a 2022 mas continuam com um plantel curto de em termos de soluções e demasiado dependente de alguns ciclistas, desta vez estão já envolvidos na luta pela manutenção e fizeram grandes mudanças no elenco para 2024.

 

Os dados

Vitórias: 11 triunfos, 5 deles no World Tour, uma ligeira melhoria face a 2022, mais 1 na globalidade e 1 no World Tour.

Pódios: 49, aqui melhoraram imenso, fizeram mais 18 do que no ano passado e ainda estiveram em destaque em muitas classificações da juventude.

Dias de competição da equipa: 265 dias de provas, fizeram um calendário dentro do normal, em 2022 tinham feito 259.

Idade média do plantel: 25,7 anos, uma das médias mais baixas do World Tour, uma clássica mistura de metade equipa sub-23 e 5 ou 6 veteranos para acompanhar.

Mais kms: O veterano John Degenkolb sempre gostou de ir a todas e acabou o ano com mais de 12 000 kms feitos.

Melhor vitória: Optamos pelo triunfo de Alberto Dainese no Giro, quando bateu Jonathan Milan e Michael Matthews na 17ª etapa de uma prova que estava a ser complicada.

 

O mais

Sam Welsford foi uma das surpresas positivas de 2023, é verdade que já tinha mostrado laivos de brilhantismo, nada a este nível. Termina o ano com 4 vitórias e mais 6 pódios, fica a sensação que com uma boa colocação tem potência para conseguir mais, claramente o Tour foi um passo grande demais, a DSM costuma arriscar um pouco. O outro grande sprinter, Alberto Dainese, teve um ano péssimo tirando as Grandes Voltas, mas é impossível não o referir nesta categoria quando ganhou no Giro e na Vuelta e foi o único a triunfar individual pela DSM em Grandes Voltas.




Depois houve mais jovens a despontar e outros à procura de se afirmar. Os britânicos Max Poole e Oscar Onley deixaram boas notas e devem ser grandes apostas para 2024, Poole fez 4º na Volta a Romândia e 13º no Dauphine, Onley foi mais consistente e menos vistoso, 12º na Volta ao Algarve, 11º no Tour of Guangxi, 10º na Volta a Polónia.

Kevin Vermaerke finalmente apareceu dentro da equipa com bons resultados, aos 23 anos, 3º na Arctic Race e 6º na Volta a Alemanha, o próximo desafio é fazer este nível de resultados no World Tour. Marius Mayrhofer fez uma belíssima época incluindo uma grande vitória na Cadel Evans Great Ocean Road Race e ainda realçar as boas pontas finais de ano por parte de Matthew Dinham e Tobias Lund Andersen, bem como a agradável época que fez Nils Eekhoff.

 

O menos

Não é que tenha sido propriamente uma má temporada por parte de Romain Bardet, só que um ciclista do gabarito dele e com a responsabilidade interna que tem não pode sair de uma época sem vitórias por muito azar que tenha. A única prova onde esteve perto do nível que se esperava dele foi na Vuelta, onde fez pódio em 2 etapas, até foi a corrida onde obteve 2 dos 3 pódios com que acaba 2023.

Andreas Leknessund fez um Giro muito agradável, fez 8º e anda de rosa beneficiando também de uma fuga, depois de Junho para a frente mal completou 1 corrida, com a cabeça claramente na transferência para a Uno-x. Harm Vanhoucke não estava a ter o rendimento de 2022, até saiu a meio do ano e Marco Brenner não correspondeu às expectativas de evolução que tínhamos sobre ele.

 

O mercado

Não foi uma janela de transferências nada fácil, várias equipas vieram buscar ciclistas de muita valia, a Tudor levou Dainese, Mayrhofer e Stork, os noruegueses Hvideberg e Leknessund foram para a Uno-x, os belgas Vanhoucke e Vandenabeele saíram para a Lotto-Dstny e até Sam Welsford se transferiu para a Bora-Hansgrohe.




A formação neerlandesa apostou primeiro em 2 nomes sonantes, Barguil para a montanha e para a ajudar os jovens trepadores e Fabio Jakobsen no intuito de voltar a ter um grande sprinter. Depois foi buscar vários lançadores, Bram Welten, Timo Roosen e Emils Liepins. Por fim sobem 3 corredores da equipa de formação e entram também Julius van den Berg e Gijs Leemreize. Uma equipa que costumava ser tão internacional e que decidiu virar-se para dentro, não sai nenhum neerlandês e entram 7 ciclistas desta nacionalidade.

 

O que esperar em 2024?

Fabio Jakobsen não está pressionado, está super pressionado, a equipa vai querer que o neerlandês regresse ao seu melhor e faça os pontos de Welsford e Dainese juntos. Provavelmente a saída destes ciclistas também se deverá ao facto de perderem espaço interno e o ex-Quick Step não se poderá queixar de falta de apoio, Roosen e Welten sabem muito bem o que estão a fazer e quando o comboio encaixar vai ser muito perigoso. A equipa terá de fazer um calendário muito inteligente, precisa de pontos para o World Ranking e Jakobsen é um sprinter pouco versátil, vai ter de escolher muito bem as provas que vai fazer.

Não creio que de repente Barguil e Bardet voltem ao melhor da carreira aos 33 anos, vão continuar a ser ciclistas de top 10 World Tour e de vitórias em Grandes Voltas, mas pela primeira vez a equipa conseguiu manter todos os jovens trepadores que se destacaram numa época e o objectivo vai ser que Poole, Onley e Vermaerke subam ainda mais de nível, um pouco como fizeram com Storer, sempre com Dinham na sombra.

Para as clássicas o bloco continua com Degenkolb e Eekhoff e o lugar de sprinter secundário será disputado entre Tobias Lund Andersen e o talentoso Casper van Uden, que com o lançador certo pode ser uma das revelações de 2024.

 

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