Apostada em subir ao World Tour no final do triénio, a equipa norueguesa teve uma temporada bastante sólida, melhorando face a 2022. As principais figuras estiveram a um grande nível e a próxima época promete mais e melhor, já que as mesmas se mantenha e foram contratados ciclistas com muita experiência.
Os dados
Vitórias: 15 triunfos, a temporada mais vitoriosa de sempre com praticamente metade dos triunfos na categoria ProSeries.
Pódios: 48 pódios, muitas vezes entre os primeiros lugares, uma equipa bastante regular.
Dias de competição da equipa: 129 dias de competição, um calendário mais alargado que na temporada passada.
Idade média do plantel: 26,2 anos, uma equipa que aposta muito na juventude (8 ciclistas tinham 23 ou menos) com Alexander Kristoff e os seus 36 anos a influenciar a média.
Mais kms: Rasmus Tiller foi o ciclista mais rodado da temporada, 13 540 kms em 82 dias de competição.
Melhor vitória: pela forma como foi conseguida, a vitória de Rasmus Tiller na sempre animada Dwars door het Hageland, um momento importante para o norueguês.
O mais
Tobias Halland Johannessen continua a evoluir de ano para ano. Após um começo de temporada marcado por lesões, a partir de finais de maio começou a carburar e ainda foi a tempo de brilhar em clássicas e provas de uma semana. 9º na Volta a Noruega, um dos ciclistas mais combativos do Tour com 4 top-10, 2º no Tour of Britain e Giro del Veneto, 3º no Paris-Tours e 4º na Arctic Race e Circuit Franco-Belge.
Alexander Kristoff pode não ter ganho muito, apenas por duas vezes, mas a regularidade continua aos 36 anos. O possante norueguês foi contratado a pensar nos pontos e somou quase 1200 pontos UCI entre clássicas e etapas. Nas clássicas, Rasmus Tiller também foi peça fundamental, venceu a Dwars door het Hageland e somou mais 7 top-10.
Søren Wærenskjold viu-se, finalmente, livre de lesões e que bom foi ver o gigante norueguês a corresponder ao seu potencial. Entre clássicas e provas por etapas onde aproveitou o seu contra-relógio e sprint, venceu por 6 vezes, incluindo a geral do Tour Poitou-Charents e etapas na Volta a Dinamarca e Volta a Bélgica (foi 2º em ambos na geral). Mencionar, ainda, as boas temporadas de Fredrik Dversnes e Torstein Træen.
O menos
Depois de uma boa temporada de 2022, Anthon Charmig não conseguiu manter o nível. Um ciclista explosivo e bom para provas por etapas de uma semana teve o seu melhor resultado do ano no Algarve, onde foi 15º. O ano anterior tinha tido vitórias e muitos top-10, a confirmação desses resultados não apareceu.
Não é que seja uma verdadeira desilusão, já o vinha a aer noutras temporadas, mas Kristoffer Halvorsen voltou a estar muito abaixo. As lesões voltaram a não permitir ver a melhor versão do antigo campeão do Mundo sub-23, um dos bons sprinters da sua geração. Conseguiu apenas 3 top-10.
O mercado
2023 foi um mercado bastante ativo por parte da Uno-X. A luta pelo World Tour está bem presente e a equipa norueguesa decidiu reforçar a pensar nisso mesmo, sem nunca perder a sua identidade nórdica. Dos 8 ciclistas que estão de saída Jonas Gregaard e Torstein Træen foram os que melhor renderam este ano, dois trepadores muito competentes, o segundo com alguns top-10 finais. Deram o salto para o World Tour, tal como Anthon Charmig. Lasse Norman Leth vai-se focar, ainda mais na pista, Sindre Kulset não tem contrato para 2024 e Niklas Eg, Kristoffer Halvorsen e Jacob Hindsgaul anunciaram a sua retirada.
Relativamente às contratações, há dois nomes a destacar. Magnus Cort é a primeira grande figura, um corredor muito completo que ingressa numa equipa com um ambiente mais familiar e onde será líder nas clássicas/provas por etapas com alguma dificuldade e um caça-etapas de luxo. Andreas Leknessund regressa à Uno-X e será o líder para as provas por etapas, uma aposta importante da equipa e do próprio ciclista.
Markus Hoelgaard e Jonas Hdvideberg regressam a casa depois de aventuras no World Tour e serão, principalmente, ciclistas de trabalho. Sem nunca esquecer a equipa de desenvolvimento, foram promovidos, Carl-Frederik Bévort, Johannes Kulset e Sakarias Løland. Rasmus Bøgh Wallin vem do escalão Continental, uma promoção também merecida, fez um ano muito positivo no Europe Tour.
O que esperar de 2024?
A equipa norueguesa continua de olhos pontos no World Tour e as contratações feitas são para reforçar os diversos blocos e continuar a somar muitos pontos UCI. Entre Johannessen, Tiller, Wærenskjold, Kristoff, Cort e Leknessund podem ser somados muitos pontos, principalmente em clássicas e provas por etapas do circuito europeu. Em teoria, é uma base muito sólida e todos sabemos que a Uno-X consegue colocar os seus ciclistas a render.
Este ano já subiram o nível, prova disso foi o 3º lugar entre as ProTeams e a subida de 22º para 19º no nosso ranking. Este 3º lugar valeu o acesso a todas as clássicas World Tour mas devem conseguir convites para muitas das provas da ASO. Esperamos ver uma equipa muito combativa a aproveitar todas as oportunidades. Olhando para os mais jovens, Stian Fredheim e Johannes Kulset podem ser agradáveis surpresas.