2022 já não tinha sido famoso mas a temporada que terminou foi ainda pior. A Astana foi, de longe, a pior equipa World Tour de 2023 e tem muito trabalho pela frente. Muitas mudanças para a nova época, com Alexandre Vinokourov a apostar forte em … Mark Cavendish.
Os dados
Vitórias: 16 triunfos, apenas um conseguido no World Tour.
Pódios: 49 pódios, o que revela a pouca eficácia da equipa. Mais de dois terços foram conseguidos a partir de junho.
Dias de competição da equipa: 276 dias de competição, um calendário bastante extenso e com várias visitas à Ásia.
Idade média do plantel: 29,3 anos, uma formação de veteranos com 5 acima dos 35 anos.
Mais kms: o incansável Luis Leon Sanchez com 13 794 kms.
Melhor vitória: pelo sentimento e pela qualidade da mesma, só pode ser o triunfo de Mark Cavendish na etapa final do Giro d’Itália.
O mais
Cees Bol esteve sem equipa até tarde mas foi um reforço. Mais uma temporada sem vitórias para o completo sprinter mas a regularidade impressiona: 10 pódios e mais 16 top-10. Em gerais foi 3º nos Quatro Dias de Dunquerque, 5º no ZLM Tour e 6º no Saudi Tour, mostrando ser mais que um homem rápido. Mark Cavendish tinha a missão 35 no Tour e saiu de mãos a abanar devido a queda. Mesmo assim, triunfou no Giro e esteve perto noutras provas, apesar de apresentar pouca regularidade.
Os italianos Christian Scaroni e Simone Velasco tentaram remar contra a maré. Dois puncehurs muito consistentes, somaram muitos lugares honrosos em provas World Tour e ProSeries, com alguma sorte poderiam ter transformado isso em mais triunfos (Velasco venceu uma vez). Temporadas muito positivas. Alexey Lutenko foi de menos a mais, acabou a ganhar no Circuito Getxo e a Volta a Turquia, depois de ter vencido o Giro di Sicilia. Harold Tejada foi aproveitando as oportunidades, 3º na Turquia, 8º na Gran Piemonte e 10º na Volta a Suíça
O menos
Alexey Lutsenko até pode ter feito uma parte final de temporada interessante, focou-se em somar pontos, mas foi em provas menores e nos Jogos Asiáticos pelo que não pode ser só uma temporada positiva. Falhou nas grandes competições, onde teria que apresentar outro nível sendo a grande figura da equipa.
O veterano Luis Leon Sanchez acusou a veterania e esteve muito longe do seu melhor, tal como Gianni Mosocn, nem parece o mesmo ciclista. Numa equipa com poucos trepadores, David de la Cruz e Joe Dombrowski passaram ao lado da temporada, principalmente o norte-americano, já que o espanhol foi forçado a abandonar várias vezes quando se encontrava competitivo. Por fim, Samuele Battistella é capaz de mais e melhor, aparece a espaços e não é um 9º lugar na Volta a Polónia que salva a época.
O mercado
Uma das equipas que mais mexeu neste mercado de transferências. Metade da equipa está de saída (15 ciclistas), tendo já sido contratados 14. De saída, e já com destino confirmado estão Fabio Felline, Martin Laas, Gianni Moscon e Javier Romo. Manuele Boaro, Davide Martinelli e Luis Leon Sanchez vão pendurar a bicicleta. Foi feita uma “limpeza” nos cazaques, com as saídas de Yuriy Natarov, Nurbergen Nurlykhassym e Andrey Zeits. Ainda sem destino para 2024 estão, também, Leonardo Basso, David de la Cruz, Joe Dombrowski, Antonio Nibali e Alexandr Riabushenko.
Olhando para as entradas, foi feito um reforço notório do bloco de sprint. Chegam Michele Gazzoli, Davide Ballerini, Max Kanter, Michael Morkov e Rudiger Selig. Os três primeiros são ciclistas mais completos, também podem fazer parte do bloco de clássicas. Por falar em clássicas, Ide Schelling pode ser uma contratação interessante, tal como Anthon Charmig. Henok Mulubrhan pode destacar-se em algumas provas por etapas mas na montanha as apostas são Santiago Umba, Harold Lopez e Lorenzo Fortunato. Anton Kuzmin, Daniil Marukhin e Nicolas Vinoukorov rejuvenescem os ciclistas cazaques da equipa.
O que esperar de 2024?
Pior que 2023 é praticamente impossível. O plantel não tinha muita qualidade, mas pedia-se mais. Alguns erros foram corrigidos e chegaram reforços interessantes. Alexandre Vinokourov deu a mão a Mark Cavendish e contratou diversos ciclistas para o apoiar no Tour de France. Estratégia bastante arriscada em termos de resultados mas no marketing será bastante lucrativa.
Cees Bol, Max Kanter e Davide Ballerini terão oportunidades nas clássicas, com mais opções será, em teoria, mais fácil ter bons resultados. Ide Schelling está livre de lesões, com a parte mental a funcionar pode ser um grande reforço para as clássicas das Ardenas e provas acidentadas, fazendo um trio muito perigoso com Simone Velasco e Christian Scaroni. Lorenzo Fortunato, Harold Tejada e Alexey Lutsenko serão as apostas principais na montanha, no entanto muito cuidado com Santiago Umba. Debaixo de olho também fica Henok Mulubrhan, veremos como corre a sua adaptação ao World Tour.