O primeiro ano na estrada foi bastante positivo para a nova equipa de Douglas Ryder. O multimilionário sul-africano não desistiu do sonho e montou uma equipa competitiva que, na próxima temporada, será ainda mais forte e em busca de melhores resultados.
Os dados
Vitórias: 7 triunfos, um registo onde se destaca uma clássica ProSeries.
Pódios: 24 pódios, um número não muito elevado mas em conta o as vitórias alcançadas.
Dias de competição da equipa: 197 dias de competição, um calendário diversificado praticamente centrado na Europa.
Idade média do plantel: 28,1 anos, bastante veterania para o primeiro ano do projeto, com 9 ciclistas acima dos 31 anos.
Mais kms: o sprinter Matteo Moschetti, com um total de 11 729 kms em 77 dias de competição.
Melhor vitória: Matteo Moschetti na Clássica de Almeria, não só pela categoria da prova mas contra adversários como Arnaud de Lie, Jordi Meeus e Alexander Kristoff.
O mais
A mudança de equipa fez maravilhas a Damien Howson. O experiente australiano subiu melhor que nunca. 4º na Vuelta as Asturias e na Vuelta a Burgos e 3º no Tour of Britain, aproveitou as oportunidades de liderança. Em Burgos, foi dos únicos a acompanhar Roglic e Yates, o que demonstra o seu estado de forma.
Depois de anos marcados por lesões, Matteo Moschetti precisava de uma temporada assim. É certo que só venceu por duas vezes mas atingiu um patamar de regularidade nunca antes visto, conseguindo mais 16 top-10. Quando a estrada inclinava, lá estava Matteo Badilatti. O suíço adora a alta montanha e foi nesse terreno que fez as melhores exibições, 4º no Sibiu Tour 5º na Volta a Turquia.
Mark Donovan também aproveitou da melhor forma as oportunidades que teve. Um corredor completo venceu o Sibiu Tour e foi 5º no Tour of Britain e Giro di Sicilia. Por fim, temos que falar de Walter Calzoni. O jovem italiano deu que falar devido à sua irreverência, que lhe valeu o 2º lugar na Volta a Ruanda. Correr em África ou na Europa é totalmente diferente mas não desiludiu, foi 6º na Coppa Sabatini, 8º no Memorial Marco Pantani e Per Sempre Alfredo e 9º na Settimana Coppi e Bartali.
O menos
Já não é uma desilusão deste ano, começa a ser um acumular no entanto, pensava-se que com a mudança de equipa Carl Frederik Hagen voltasse a atingir um bom nível. Aos 32 anos, o norueguês está muito longe dos tempos em que fez top-10 final na Vuelta. Neste momento, não passa de um gregário e, mesmo aí, não tem sido dos últimos elementos da equipa.
Alessandro Fedeli até conseguiu um pódio numa clássica World Tour, a Eschborn-Frankfurt onde foi 3º, só que espremendo a temporada foi só isso. O combativo italiano vinha de boas temporadas, com alguma regularidade e não evidenciou isso na formação helvética, principalmente nas clássicas, onde era das grandes apostas.
O mercado
Registam apenas 4 saídas, com Jack Bauer a reformar-se e Corey Davis, Alessandro Fedeli e Antonio Puppio a não terem, oficialmente, equipa para 2024. Numa tentativa de aumentar o plantel e as soluções, foram contratados 7 ciclistas. Giacomo Nizzolo é o nome mais sonante, mais que um sprinter o antigo campeão da Europa será líder do bloco de clássicas, veremos como aparece depois de um ano menos bom.
Jannik Steimle e Rory Townsend são mais dois homens rápidos, o primeiro pode adaptar-se a pequenas provas por etapas, defende-se bem no contra-relógio e passa as dificuldades. Ferderik Frison será um ciclista de muito trabalho na frente do pelotão e importante nas clássicas. Alessandro Fancellu reforça o curto bloco de montanha da equipa e Xabier Mikel Azparren é um contra-relogista que se defende na média montanha. Quem também reforça os trepadores da equipa é James Whelan, proveniente da Glassdrive/Q8/Anicolor, o australiano aproveitou a oportunidade para voltar a render ao mais alto nível.
O que esperar de 2024?
Depois de um primeiro ano de conhecimento e adaptação, a Q36.5 Pro Cycling parte para o 2º ano do projeto reforçada e com mais confiança. Matteo Moschetti não será o único sprinter, Giacomo Nizzolo repartirá responsabilidades, com o veterano a focar-se nas clássicas com Jannik Steimle. Para a montanha, James Whelan pode ser uma agradável surpresa, formando um bloco perigoso com Badilatti, Howson e Donovan.
Entre os mais jovens, e para além do óbvio Walter Calzoni, quero deixar debaixo de olho mais dois ciclistas. Niccolo Parisini, um ciclista bastante rápido em grupos mais reduzidos, e Fabio Christen, um puncheur suíço que venceu no Tour de l’Avenir. A presença numa Grande Volta será um passo importante para a equipa de Douglas Ryder.