Foi uma curta, mas saborosa passagem da Bolton pelo segundo escalão do ciclismo mundial, um projecto essencialmente australiano e que chega ao fim de forma abrupta e que muita falta vai fazer àquela parte do Mundo. A Burgos-BH foi das que melhor aproveitou a oportunidade para recrutar lá.

 

Os dados

Vitórias: 15 triunfos, apenas 3 na Europa, um terço deles da autoria de George Jackson, os 5 na categoria ProSeries

Pódios: 37 pódios, uma equipa focada nos sprints tem destas coisas, habilita-se a subir imensas vezes ao pódio.

Dias de competição da equipa: Tinham corrido 70 dias em 2022, a subida de escalão também os fez mais do que duplicar este número, 146 em 2023.

Idade média do plantel: 26,1 anos, uma estrutura muito jovem e que muita falta vai fazer ao ciclismo australiano e neozelandês.

Mais kms: Luke Mudgway com 10574 kms.

Melhor vitória: De longe, todo o Tour of Taihu Lake feito por George Jackson, que lhe valeu também a conquista da classificação geral.

 

O mais

Sem dúvida o grande destaque vai para George Jackson, um daqueles ciclistas que surge quase do nada e que deslumbra pelo seu poderio físico. Lançado pelo experiente Aaron Gate, disparou para 5 vitórias, todas graças aos sprints e todas na Ásia, 4 na China e 1 na Malásia, resta saber se consegue replicar esse sucesso na Europa, nessas corridas bateu muitos homens rápidos de equipas europeias. 




Tom Sexton somou imensos pontos UCI nos campeonatos nacionais e continentais. Rory Townsend provou que é um corredor de ProSeries, ganhou uma clássica em França e andou o ano todo a fazer top 10/15 em corridas bem competitivas na Europa, o contrato conseguido na Q36.5 é totalmente merecido e é alguém que também se desenvencilha muito bem nas clássicas do empedrado. Luke Mudgway é outro ciclista rápido, não tão explosivo quanto Jackson, mas mais certinho, um nome interessante para uma equipa portuguesa que esteja à procura de um sprinter ainda no mercado. Logan Currie tem um belíssimo motor, 8º nos Mundiais sub-23 no contra-relógio, foi 7º na Volta a Grécia, 12º nos 4 dias de Dunkerque e 14º na Volta a Dinamarca, faz lembrar um pouco Harry Sweeny.

 

O menos

O único corredor do qual esperávamos um pouco mais era do neozelandês James Fouché, um rolador poderoso e muito combativo que só apareceu já no final da época, também a dar tudo para se conseguir manter a este nível. Não foi tão profícuo como em 2022, mas tem claramente lugar pelo menos numa equipa Continental. Mark Stewart não teve o brilhantismo da época passada, mas foi mais consistente e correu provas com rivais mais fortes.

 

O mercado

Tendo em conta o fim da equipa só podemos mencionar para onde foram os ciclistas que integraram o último ano deste projecto. George Jackson e o seu lançador primordial, Aaron Gate, deram muito nas vistas na segunda metade do ano e foram recrutados pela Burgos-BH, o irlandês Rory Townsend vai para a Q36.5, Logan Currie recebeu convite da Lotto-Dsnty, já Mark Stewart irá integrar a Team Corratec.



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