A formação de Alberto Contador e Ivan Basso voltou a ter uma temporada muito positiva. Sem grandes figuras do ciclismo mundial, os seus ciclistas não desiludiram e até venceram em Grandes Voltas. A próxima época terá mudança nos líderes.

 

Os dados

Vitórias: 4 triunfos, ao nível dos outros anos.

Pódios: 19 pódios, uma equipa muito combativa que nem sempre consegue estar entre os melhores.

Dias de competição da equipa: 161 dias de competição, um calendário já longo e que aproveita as muitas provas em Espanha e Itália.



Idade média do plantel: 26,2 anos, uma equipa que aposta na juventude proveniente da sua equipa de formação e que vê os 39 anos de Francesco Gavazzi influenciar a média.

Mais kms: O combativo Mirco Maestri fez praticamente 13 000 kms oficiais.

Melhor vitória: Só pode ser o triunfo de Davide Bais na chegada em alto de Gran Sasso d’Italia (Campo Imperatore) no Giro d’Itália.

 

O mais

Vincenzo Albanese voltou a confirmar toda a sua regularidade, faltou apenas o triunfo. Apenas começou a época em Abril e foi logo 3º no Giro di Sicilia, antes de ir ao Giro conseguir 5 top-10. Pouco correu na segunda metade da época devido a lesão, apenas 9 clássicas, mas acabou 5 delas entre os 10 melhores. Poço de regularidade incrível.

Lorenzo Fortunato foi o oposto, correu mais até junho e depois pouco se viu. O trepador italiano venceu uma etapa e a geral da Vuelta as Asturias, 5º no Tour of the Alps e 6º na Volta a Eslovénia. Falta-lhe aparecer nos grandes momentos, o Giro não correu ao nível de outras temporadas. Davide Bais é muito combativo e isso valeu-lhe o triunfo de uma carreira no Giro, vitória época que só por si fez a época. Não fosse o final de temporada, e Giovanni Lonardi seria a grande desilusão. 4 top-10 até julho e, desde aí conseguiu mais 15, com a colocação a ser chave para estes resultados.

 

O menos

Não houve nenhum ciclista a desiludir. As principais figuras da equipa cumpriram, talvez se olharmos para as expectativas criadas, podemos incluir um ou outro nome. Alessandro Fancellu vinha de ser 6º no Tour de l’Avenir e nunca conseguiu aparecer entre os melhores na montanha em 2023. Uma adaptação mais lenta à elite para o jovem de 23 anos mas que não pode ser considerada uma desilusão.



 

O mercado

Mercado de transferências com muitas mexidas e importantes. Saem os grandes líderes das últimas temporadas, Vincenzo Albanese para a Arkea e Lorenzo Fortunato para a Astana. Para além destes nomes, mais 5 italianos abandonam o projeto: Francesco Gavazzi, Simone Raccani, Alessandro Fancellu, Simone Bevilacqua e Samuele Rivi.

Focando nas entradas, para líder na montanha foi recrutado Matteo Fabbro, um ciclista mais experiente. Muitos anos no World Tour e que tem uma grande oportunidade de carreira para liderar uma equipa. Paul Double e Germán Darío Gomez trepadores com muito talento. Para os sprints puros, Manuel Peñalver é a aposta e para os dias mais complicados, Jhonatan Restrepo recebeu a confiança, com o ex-Katusha a regressar ao profissionalismo. Davide de Cassan e Francisco Muñoz “passaram” no estágio e assinaram contrato profissional.

 

O que esperar de 2024?

A primeira mudança será no nome, a partir da próxima temporada a equipa será conhecida como Polti-Kometa. Apesar das muitas mudanças, a equipa de Alberto Contador irá manter a sua identidade, de formação muito atacante e combativa. Acredito que o convite para o Giro d’Itália estará assegurado, tal como tem acontecido nos últimos anos.



Matteo Fabbro será a aposta na montanha, mas estou curioso com o que pode fazer Davide Piganzoli. 21 anos, um dos destaques do Tour de l’Avenir, com uma evolução sustentável pode dar que falar. Paul Double é um talento a ser trabalhado, apesar dos 27 anos ainda tem muito para dar. Manuel Peñalver, Jhonatan Restrepo e Giovanni Lonardi vão dividir os sprints, conseguir algumas vitórias seria importante para a moral da equipa. A combatividade dos irmãos Davide e Mattia Bais e Mirco Maestri estará sempre presente.

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