Ingressamos nas ProTeams com uma viagem até Espanha. A Burgos-BH teve uma das grandes temporadas dos últimos tempos, incluindo em Portugal. Vários ciclistas deram o salto e possibilitaram esta subida de nível. 2024 promete mudanças.

 

Os dados

Vitórias: 7 triunfos, a melhor temporada desde 2007.

Pódios: 20 pódios, muitos deles conseguidos em provas do calendário nacional.

Dias de competição da equipa: 160 dias, um calendário maioritariamente focado em Portugal, Espanha e França.



Idade média do plantel: 28,6 anos, numa média inflacionada pelos 40 anos de Daniel Navarro, já que um terço da equipa tem menos de 25 anos.

Mais kms: 11 560 km percorridos por Eric Antonio Fagundez.

Melhor vitória: Victor Langellotti na etapa 6 da Volta a Turquia, superando o favorito Alexey Lutsenko.

 

O mais

Temporada de grande nível para Pelayo Sanchez. Aos 23 anos, foi 2º o Trofeo Andratx, 5º no Tour of Doubs, foi vencer na Vuelta as Asturias e veio a Portugal terminar em 3º o GP Beiras e Serra da Estrela. Mais que um trepador, é um ciclista explosivo e com uma boa ponta final que na Vuelta também esteve perto de vencer, com várias exibições de encher o olho.

A estrear-se entre os profissionais, Eric Antonio Fagundez foi campeão nacional de contra-relógio, destacou-se nos diversos campeonatos regionais e foi 2º no sempre difícil Tour of Qinghai Lake. Victor Langellotti continua a sua evolução sustentada. Ainda nos lembramos de o ver a ganhar em Fafe, naquele momento um desconhecido. 9º no GP Valência, 8º no Tour fo Doubs, 11º em Oman e fechou o ano a ganhar na Volta a Turquia. Por fim, destacar Miguel Angel Fernandez, o principal sprinter da equipa, com uma vitória e mais 9 top-10, fruto da sua boa colocação.

 

O menos

Quem viu Camilo Ardilla e quem o vê. A Burgos-BH deu-lhe uma oportunidade mas o colombiano foi uma completa nulidade, longe vão os tempos em que era uma grande promessa e um dos melhores trepadores sub-23. Manuel Peñalver não conseguiu dar o salto, parece estagnado. Nunca foi um ciclista ganhador, é certo, conseguiu 9 top-10 no entanto apenas um pódio, o que é manifestamente pouco.



Cyril Barthe até venceu na Volta ao Alentejo mas faltou-lhe apresentar mais regularidade. Na alta montanha, José Manuel Diaz poderá e deveria ter apresentado mais, o espanhol tem qualidade para muito mais.

 

O mercado

Tem sido um mercado muito diferente do habitual por parte da Burgos-BH. Estão já confirmadas 7 saídas, com o futuro de Angel Madrazo ainda não definido. Felipe Orts decidiu criar a sua equipa de ciclocrosse, Camilo Ardilla rescindiu ainda em Agosto e Daniel Navarro vai para a reforma. Depois saem 4 nomes importantes. Cyril Barthe era bastante regular, Miguel Angel Fernandez e Manuel Peñalver eram os sprinters de serviço e Pelayo Sanchez era o talento da equipa para a montanha que viu a Movistar acenar com um contrato.

Olhando para as entradas, num artigo específico já aqui falámos de 4 delas. Para os sprints chegam o australiano George Jackson e o campeão grego Georgios Bouglas, Aaron Gate é um rolador exímio e também pode ter as suas oportunidades e Jambaljamts Sainbayar viu premiada a sua regularidade nas provas por etapas asiáticas, podendo testar-se contra os trepadores na Europa.

Sempre olhando para a formação, a equipa burgalesa recrutou 3 ciclistas ao Club Ciclista Padronés – Cortizo, ciclistas esses que fizeram provas do calendário nacional. Sergio Chumil, Sinuhé Fernandez e David Delgado sobem ao profissionalismo, com o último a já ter estagiado, em 2022, na Rádio Popular-Boavista. Enquanto Chumil é um corredor completo, os outros dois são trepadores competentes e muito combativos.




O que esperar em 2024?

Uma pequena transformação na equipa espanhola. Saem alguns dos principais líderes e foram contratadas figuras pouco habituais para a estrutura. Com a UCI a apertar o ranking para os convites e com a aposta em Jackson, Gate, Bouglas e Sainbayar acreditamos, novamente, em muita presença no calendário asiático de forma a garantir pontos de uma forma mais acessível. George Jackson é muito jovem, tem muito potencial e pode ser uma agradável surpresa também nas competições europeias.

Eric Antonio Fagundez deverá continuar a sua evolução sustentada, é um ciclista muito combativo e completo.Com a saída de Pelayo Sanchez, Victor Langellotti tem que assumir o comando da equipa nas provas por etapas. Sergio Chumil terá que ter o seu período de adaptação, no entanto estou muito curioso com aquilo que o guatemaleco pode fazer em 2024.

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