Sem grandes figuras, a equipa árabe continua a manter-se entre as melhores equipas do World Tour. Não venceram muito mas fizeram-no quase sempre entre a elite, mostrando muita qualidade no seu plantel.
Os dados
Vitórias: 19 triunfos, menos 2 que no ano passado, no entanto 12 deles foram no World Tour e conseguiram vencer nas 3 Grandes Voltas.
Pódios: 77 pódios, um número muito levado para a quantidade de vitórias que obtiveram.
Dias de competição da equipa: 216 dias de competição, um calendário curto, não é uma equipa de muitas aventuras.
Idade média do plantel: 28,7 anos, dentro da média do World Tour, uma mistura de juventude com experiência.
Mais kms: Mikel Landa com 13 587 kms.
Melhor vitória: qualquer um dos 3 triunfos no Tour de France, devido à espetacularidade das etapas e homenagem a Gino Mader. Destacamos a vitória de Matej Mohoric, um triunfo milimétrico.
O mais
Pello Bilbao é um poço de regularidade como poucos. Anda bem todo o ano e não falha nos grandes momentos. Muito discreto, o basco conseguiu vencer no Tour e ser 6º na geral, 3º no Tour Down Under e 4º no UAE Tour. Um corredor que toda as equipas precisavam. O outro basco da equipa, Mikel Landa, também teve uma grande temporada. Há muito que não víamos Landa a andar assim, 5º na Vuelta, 2º no País Basco, 3º na Fleche Wallone, 5º na Catalunha e 7º no Tirreno-Adriático.
A idade já não permite a Damiano Caruso uma época a top de início ao fim. Focou-se no Giro, foi 4º e, no início de época ainda conseguiu alguns resultados interessantes. Jack Haig continua, aos poucos, a recuperar o nível antes da grave lesão, já se destaca nas provas de uma semana, falta voltar a render nas Grandes Voltas. Ainda nos trepadores, Santiago Buitrago continua a afirmar-se, foi 10º na Vuelta e venceu no Giro, para além de 3º na Liege-Bastogne-Liege. Wout Poels aparece nos momentos importantes, ajudou muito a equipa e venceu no Tour e na Vuelta. Antonio Tiberi entrou a meio do ano e foi uma belíssima contratação.
Matej Mohoric continua a fazer maravilhas nas clássicas, a caçar etapas e provas de uma semana: venceu no Tour, etapa e geral da Volta a Polónia e acabou 4 clássicas WT no top-10. Jonathan Milan foi o principal sprinter da equipa, o que fez no Giro foi impressionante. Mesmo assim, Phil Bauhaus não se deixou intimidar e teve uma temporada consistente, dentro do seu nível.
O menos
Numa equipa que esteve em grande destaque, as desilusões não foram assim tantas. O principal nome a estar abaixo do esperado foi, sem dúvida, Fred Wright. O britânico vinha de um 2022 incrível e era de calcular que fosse explodir este ano mas não o conseguiu. A combatividade manteve-se, até conseguiu a primeira vitória da carreira nos Nacionais britânicos, no entanto não esteve em evidência em fugas e clássicas.
Johan Price-Pejtersen continua a demorar a adaptar-se ao World Tour. O antigo campeão do Mundo sub-23 de contra-relógio fez a 2ª temporada no escalão máximo e os resultados continuam a escassear. Um caso onde as expectativas eram muitas.
O mercado
Em equipa que ganha pouco ou nada se mexe. A formação árabe levou este lema a sério e existe apenas uma mão cheia de saídas. É certo que saem dois dos nomes que mais pontos UCI deram em 2023, Jonathan Milan e Mikel Landa, no entanto todas as outras grandes figuras se mantém. Heinrich Haussler já não corre desde Abril e também estão de saída Filip Maciejuk e Hermann Pernsteiner.
As entradas são apenas 3. O mais experiente é Torstein Træen, um trepador muito competente que se estreia no World Tour. Depois são adicionados dois jovens, Finlay Pickering (trepador) e Alberto Bruttomesso (sprinter com algumas vitórias no calendário sub-23).
O que esperar em 2024?
O núcleo duro da equipa manteve-se inalterado, apenas saem Jonathan Milan e Mikel Landa. Pello Bilbao continua a ser uma aposta muito segura para provas por etapas, mal se dá pelo basco. Santiago Buitrago tem tido uma evolução sustentável e continuará a ter as suas oportunidades, também se começou a destacar nas clássicas. Damiano Caruso é fiável no seu pico de forma e Jack Haig deverá continuar a melhorar. Wout Poels vai tentar vencer no Giro e completar o triplete. A mudança de ares fez bem a Antonio Tiberi, pode ser uma agradável surpresa.
Matej Mohoric é incrível nas clássicas, acreditamos que possa conquistar uma grande vitória na próxima temporada, anda sempre por lá. Veremos e Fred Wright consegue voltar ao bom nível e fazer uma dupla perigosa. Phil Bauhaus assume-se como o grande sprinter da equipa, as grandes vitórias estão perto, com alguma sorte pode estrear-se a ganhar nas Grandes Voltas.