Marc Madiot não teve uma temporada fácil. Primeiro desentendeu-se com um dos seus líderes que acabou por sair a meio da época, outro não rendeu o esperado e teve que ser o veterano Thibaut Pinot a salvar, numa época onde jovens figuras começaram a despontar.
Os dados
Vitórias: 19 triunfos, 16 deles em França e apenas 2 no World Tour.
Pódios: 61 pódios, a maioria conquistada em França o que demonstra a fraca “pontaria” para o lugar mais alto do pódio.
Dias de competição da equipa: 248 dias de competição, em linha com o que fazem todas as temporadas.
Idade média do plantel: 27,3 anos, uma equipa que alia a veterania com a juventude dos ciclistas que chegam da equipa de desenvolvimento.
Mais kms: no ano de despedida, Thibaut Pinot correu por todo o lado, um total de 12 835 kms.
Melhor vitória: o triunfo de Valentin Madouas na Bretagne Classic, não só por ser prova World Tour mas por ter sido campeão francês e precisamente na sua região, a Bretanha.
O mais
O que dizer do ano de despedida de Thibaut Pinot? Rejuvenescido, o gaulês foi em crescendo na temporada, alguns top-10 em França, antes de se focar no World Tour. 10º no Tirreno-Adriático, 5º no Tour de Romandie, 5º no Giro e vencedor da montanha depois de ser um dos protagonistas e 11º no Tour onde tentou de todas as formas para vencer. Mais combativo que nunca.
Stefan Kung fez uma temporada de clássicas impressionante, entre os melhores na Primavera, 5º no Paris-Roubaix e 6º Tour de Flandres. Venceu 2 contra-relógios, ainda foi 5º nos Mundiais, talvez aqui tenha desiludido, faltou aparecer nos grandes momentos. Valentin Madouas apareceu na Primavera, tanto no empedrado como nas Ardenas, foi campeão francês e ainda venceu a Bretagne Classic. Só lhe faltou ser mais competitivo no Tour.
Para temporada de estreia, Romain Gregoire esteve excelente. 6 top-10 em clássicas, incluindo a Strade Bianche e vencedor do Tour du Limousin e Quatro Dias de Dunquerque, um ano em cheio. Lenny Martinez também se estreou no World Tour e foi dando nas vistas na montanha, vencendo no Mont Ventoux e envergando a camisola vermelha da Vuelta. Paul Penhoet não desiludiu ao sprint, no calendário francês foi um dos dominadores, acaba o ano com 2 triunfos e 28 top-10. Temporadas muito positivas, também, para Lewis Askey e Laurence Pithie.
O menos
David Gaudu até começou 2023 em grande, 2º no Paris-Nice e 4º no País Basco, no entanto depois desapareceu. Não acabou nenhum provas das Ardenas, desaparecido no Dauphine e no Tour de France, onde foi apenas 10º. Espera-se muito mais de um líder como Gaudu, ainda para mais, numa equipa que apostou tudo em si.
Enquanto esteve na equipa, Arnaud Demare também esteve muito fraco. Venceu apenas duas vezes, a fazer um calendário alternativo em direção ao Tour onde … não esteve presente. Michael Storer manteve o nível de irregularidade que nos habituou, um ciclista com este talento não pode aparecer só algumas vezes por ano. Jake Stewart era aposta para clássicas e sprint e mal se viu, o britânico parece estagnado.
O mercado
A Groupama-FDJ é uma equipa que todos os anos costuma mudar 7/8 elementos do seu plantel e esta época não vai ser exceção. Arnaud Demare saiu a meio da temporada para a Arkea e, no final de 2023, também o acompanha Miles Scotson. Bruno Armirail também muda de ares em França, com Jake Stewart, Michael Storer e Bram Welten a saírem depois de não terem tido temporadas positivas. Mathieu Ladagnous e Thibaut Pinot penduram a bicicleta.
Como sempre, a base francesa não é esquecida e, desta foram, dos 7 reforços 5 são gauleses. Eddy Le Huitouze recebe a promoção da equipa de desenvolvimento, o sprinter Marc Sarreau regressa à equipa e deve liderar em provas do calendário francês, Cyril Barthe e Clement Russo são ciclistas de trabalho nas clássicas e preparação do sprint e Remy Rochas vem reforçar o bloco de montanha. Sven Erik Bystrom é uma aquisição interessante para as clássicas e Matthew Walls fecha as contratações, um sprinter que se tem focado muito na pista, veremos se será lançador ou sprinter na equipa.
O que esperar em 2024?
Após uma ligeira queda no ranking, acreditamos que Marc Madiot vai conseguir dar uma injeção de moral aos seus pupilos. David Gaudu tem que voltar a carburar toda a temporada, caso contrário terá muita pressão. Valentin Madouas e Lenny Martinez terão as suas oportunidades, fizeram merecer por isso.
Nas clássicas da Primavera, será finalmente o ano de afirmação de Stefan Kung? Sempre entre os melhores falta-lhe uma grande vitória. Sven Erik Bystrom pode vir a ser importante, com Madouas também a entrar na equação. Esperamos um ano de ainda maior afirmação do talentoso Romain Gregoire, agora já no World Tour a experiência vai contar.
O sprint nunca foi o forte da Groupama-FDJ mas com Matthew Walls, Marc Sarreau e Paul Penhoet podem conseguir muitas vitórias no calendário francês. Penhoet pode já dar o salto e discutir o triunfo em certas provas World Tour.