A EF Education-EasyPost de Jonathan Vaughters desceu um pouco o nível em relação a 2023. Richard Carapaz subiu o seu rendimento mas outras figuras importantes não corresponderam às expectativas. A próxima temporada traz muitas mexidas, com saídas de ciclistas veteranos e entrada de alguns jovens de valor.

 

Os dados

Vitórias: 24 triunfos, uma equipa que ganhou de janeiro a outubro.

Pódios: 67 pódios, um número dentro do habitual da formação norte-americana.

Dias de competição da equipa: 258 dias de competição, uma equipa que escolhe bastante o seu calendário.

Idade média do plantel: 27,5 anos, apesar da muita juventude (5 ciclistas abaixo dos 23 anos), os veteranos influenciam a média.

Mais kms: Stefan Bissegger foi o único a superar os 12 000 kms, em 83 dias de competição.

Melhor vitória: Após muito tentar ao longo de 3 semanas, Richard Carapaz conseguiu erguer os braços no Tour de France ao 17º dia.



O mais

Depois de um 2023 para esquecer, Richard Carapaz voltou aos grandes momentos. O equatoriano entrou a ganhar no Tour Colombia e, como sempre, depois veio para a Europa aquecer os motores para os principais objetivos. Venceu no Tour de Romandie, foi um dos mais combativos no Tour onde venceu uma etapa e a camisola da montanha antes de ir à Vuelta terminar em 4º. Enquanto esteve na equipa, Alberto Bettiol foi um dos destaques. Até meados de agosto, para além do título italiano, venceu a Milano-Torino e a Boucles de la Mayenne, foi 2º no GP Aargau, 5º na Milano-Sanremo e 9º no Tour de Flandres.

Ainda falta alguma regularidade a Marijn van den Berg mas, aos poucos, parece estar a dar o click. Entrou a todo o gás na temporada, entre janeiro e abril conseguiu 4 vitórias (incluindo a geral do Région Pays de la Loire Tour) e uns impressionantes 11 top-10, entre finais ao sprint e clássicas, o que mostra a sua polivalência. Em estreia no World Tour, os jovens Archie Ryan e Lukas Nerurkar mostraram todo o seu potencial. O primeiro foi 2º na Settimana Internazionale Coppi e Bartali. 5º na Volta a Alemanha e no GP Miguel Indurain, sendo que o segundo foi 2º no Tour de Kyushu, 4º na Eschborn-Frankfurt e somou já alguns top-10 contra concorrência de peso.

 

O menos

Ben Healy esteve longe de repetir o brilharete de 2023. O irlandês foi sempre muito combativo mas, ao contrário do ano passado, não foi recompensado com tantos triunfos. Até entrou bem no ano, foi 4º na Etoile de Besseges e na Volta ao Algarve, voltando só a aparecer com um triunfo parcial na Volta a Eslovénia já em junho e, no final do ano, foi 7º nos Mundiais. Neilson Powless também quer colocar uma borracha sob 2024. Uma lesão estragou metade da sua temporada, até junho poucos dias de competição tinha. Fechou a temporada forte, vencendo a Japan Cup e a Gran Piemonte, o que mostra que foi puramente um ano marcado por azares que o impediram de mais e melhor.



Os trepadores da EF Education-EasyPost estiveram muito abaixo do esperaod. Jefferson Cepeda nunca foi um ciclista regular e prova disso são os resultados deste ano, venceu o Tour de l’Ain e não terminou mais nenhuma competição nos 10 primeiros. De Simon Carr podemos dizer o mesmo, venceu a primeira competição do ano, voltou a vencer no Tour of the Alps mas a partir de abril apenas terminou … 3 competições, colecionando DNF’s. A idade já começa a pesar nos ciclistas mais veteranos, Esteban Chaves, Rui Costa, Rigoberto Uran e Hugh Carthy estão já longe da regularidade de outros tempos, ainda apareceram esporadicamente no entanto já não estão nos seus tempos áureos, também focando-se noutro tipo de tarefas.

 

O mercado de transferências

Acabou por ser um período de transferências muito positivo para a equipa norte-americana. A maioria dos ciclistas que saem já não estavam a render muito, casos de Rigoberto Uran, Andrey Amador, Stefan Bissegger e Stefan de Bod. Alberto Bettiol já tinha saído em agosto, este sim uma perda importante, e Simon Carr era um nome importante na montanha, num bloco que não era assim tão forte.

Kasper Asgreen chega para líder das clássicas, o dinamarquês já não rende ao alto nível há muito, vai tentar relançar a carreira numa equipa diferente e com novos métodos. Samuele Batistella é um combativo italiano, adapta-se bem às clássicas da Primavera, onde também encaixa Vincenzo Albansese, um poço de regularidade fruto da sua polivalência, com um bom sprint e capacidade de passar a média montanha. Madis Mihkels é, ainda, muito jovem mas já uma certeza, um sprinter com muita qualidade, a EF Education não tem granes nomes neste departamento e pode ser já um líder. Max Walker e Alastair Mackellar estreiam-se no World Tour, dois jovens com boa ponta final que serão essencialmente gregários. Por fim, um raro francês neste projeto, que é Alex Baudin, um corredor mais talhado para a montanha, alguém também explosivo, o verdadeiro reforço para este terreno.



O que esperar em 2025?

Os principais nomes da equipa que estavam a ter rendimento mantém-se, o que já só por si é um bom sinal. Jonathan Vaughters fez um bom trabalho de mercado e acredito que possamos ver a EF Education mais acima no ranking em 2025. Richard Carapaz continua a ser o homem forte para as Grandes Voltas, nas provas de uma semana pode aparecer numa ou noutra mas aí Alex Baudin e Ben Healy podem ser melhores apostas. Falando em Healy, deverá render mais nas clássicas, o irlandês é um enorme talento e com Neilson Powless pode formar uma dupla perigosa. Kasper Asgreen junta-se no empedrado e formam um trio muito competitivo.

Marijn van den Berg quererá cimentar-se, ainda mais, como o principal sprinter da equipa, ainda para mais depois da chegada do talentoso Madis Mihkels, alguém muito completo e versátil tal como o neerlandês. Entre os dois podem somar algumas vitórias. Se este ano já apareceram a espaços, em 2025 pode surgir a confirmação do talento de Archie Ryan e Lukas Nerurkar, com o calendário certo podem fazer brilharetes.

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