A formação de Fabian Cancellara continua a ter uma evolução sustentada no panorama internacional, tendo ganho pela primeira vez no World Tour. Para 2025, surgem dois grandes nomes do pelotão mundial, já a pensar em voos ainda mais altos.
Os dados
Vitórias: 13 triunfos, com destaque para as duas primeiras vitórias de sempre no World Tour.
Pódios: 38 pódios, o que demonstra que conseguem um bom rácio entre os pódios e as vitórias.
Dias de competição do plantel: 227 dias de competição, não é uma equipa que tenha um calendário muito extenso.
Idade média da equipa: 27,1 anos, um plantel com misto de experiência e juventude.
Mais kms: Matteo Trentin fez praticamente 11 500 kms.
Melhor vitória: o triunfo de Arvid de Kleijn numa etapa do Paris-Nice, contra forte concorrência e o simbolismo do primeiro de sempre no World Tour.
O mais
A veterania pode pesar nas pernas de muitos mas isso não aconteceu com Matteo Trentin. O italiano foi uma máquina de pontos UCI, mais de 1000, fruto da sua regularidade de janeiro a outubro, coroado com o triunfo em etapa e na geral do Tour de Wallonnie. Trentin ainda foi peça importante no comboio de Arvid de Kleijn, mais um sprinter regular que acaba a época com 5 vitorias e a primeira da carreira no World Tour. Com um comboio fortemente dedicado para si, De Kleijn tem correspondido as expetativas ano após ano, um dos mais fiáveis do escalão ProTeam. Rick Pluimers e Maikel Zijlaard aproveitaram as oportunidades que tiveram para também conseguir os grandes resultados pessoais das respetivas carreiras, o primeiro nas clássicas e o segundo em prólogos.
A equipa helvética não descorou a montanha e vimos o australiano Michael Storer a atingir um nível nunca antes visto: 5° na Vuelta a Burgos, 6° no UAE Tour, 7° no Tour of the Alps e 10° no Giro d’Italia, o primeiro top 10 da carreira em Grandes Voltas. Finalmente o jovem Marco Brenner começou a mostrar todo o seu potencial, vencendo uma etapa na Settimana Coppi e Bartali e os Nacionais na Alemanha e terminando no top-10 as gerais do Giro d’Abruzzo, Volta a Noruega e Volta a República Checa. A temporada positiva de Yannis Voisard também merece uma menção.
O menos
Numa temporada positiva, poucos são os pontos negativos a apontar. Alberto Dainese nunca foi um ciclista muito regular, mas alguém de grandes vitórias, algo que não aconteceu em 2024. Um dos principais sprinters da equipa, acaba o ano com apenas 1 triunfo, falhando no grande objetivo do ano, o Giro. Marius Mayrhofer também tem qualidade para mais, principalmente depois de um 2023 muito positivo. Ciclista muito completo, normalmente, faz valer a sua regularidade que, esta época, apenas apareceu até … março.
Se os nomes já referidos foram pequenas desilusões, Alexander Kamp foi uma completa nulidade. O dinamarquês era um nome a ter em conta pela sua consistência nas clássicas mas acaba 2024 com … zero top-10. Um fim de ciclo para o dinamarquês na equipa suíça.
O mercado
Mercado cirúrgico e muito positivo para a equipa helvética. Os ciclistas que saem não são de grande relevo, pouco já acrescentavam, destacamos apenas o veterano Sebastian Reichenbach. Poucas contratações mas logo com dois nomes de peso. Primeiro chega Marc Hirschi, um nome da casa para uma equipa suíça, o casamento perfeito de um ciclista que será um dos grandes líderes para as clássicas e provas de uma semana.
Já com mais veteranos, mas com um perfil semelhante chega o carismático Julian Alaphilippe, um corredor que dispensa apresentações e vem de um ano muito positivo. Larry Warbasse será gregário para a montanha, Fabien Lienhard e Marco Haller nomes para as clássicas do empedrado e primeiras fases das restantes provas, dois ciclistas experientes. O foco na juventude não foi esquecido e da equipa de desenvolvimento chegam Fabien Weiss e Aivaras Mikutis.
O que esperar de 2025?
As grandes figuras mantêm-se, e isso é logo um ponto muito positivo. Arvid de Kleijn continua a ser o principal sprinter, fazendo calendários paralelos com Alberto Dainese, o que permite cobrir mais provas. A Tudor é uma equipa que trabalha muito bem os seus comboios. Para a montanha, Michael Storer é o líder, Yannis Voisard tentará aparecer nas provas do calendário europeu e muita atenção ao jovem Mathys Rondel, um talento francês de grande valor.
Marc Hirschi e Julian Alaphilippe podem fazer uma dupla muito perigosa nas clássicas, quer no empedrado quer no asfalto. A equipa helvética ganha duas grandes opções para este tipo de provas, acreditamos que somem muitos pontos UCI. Matteo Trentin e Rick Pluimers correm numa segunda linha, primeiro gregários, com chances de brilhar nas competições menores. Daqui a um ano esperamos ver a Tudor mais acima no ranking, à procura de ser uma das melhores ProTeams do ano.