A equipa espanhola viu os seus líderes sul-americanos realizarem grandes temporadas, contribuindo bastante para um 2024 positivo. As suas saídas levam a um novo desafio para a nova época, com o mercado nacional a ser parte ativa na renovação do plantel. Iuri Leitão continua a ser uma das grandes figuras da Caja Rural-Seguros RGA.

 

Os dados

Vitórias: 18 triunfos, 10 deles conseguidos em Portugal nas diversas competições internacionais.

Pódios: 44 pódios, uma equipa que demorou a carburar, rendendo mais na segunda metade do ano.

Dias de competição do plantel: 164 dias de competição, um número dentro do habitual para as ProTeams.

Idade média da equipa: 26,3 anos, uma média muito inflacionada com os 37 anos de Eduard Prades pois há 9 ciclistas sub-25.

Mais kms: o experiente David Gonzalez termina a temporada com 10 769 kms.

Melhor vitória: Orluis Aular no Trofeo Matteoti, uma clássica italiano com forte concorrência do pelotão World Tour.




O mais

Orluis Aular era a grande figura da equipa e voltou a não desiludir. O venezuelano teve uma temporada ainda melhor que em 2023, somando muitos top-10, incluindo em provas World Tour. Foi a partir de julho que começou a abrir o livro: campeão nacional de contra-relógio, vencedor de uma etapa e geral do Troféu Joaquim Agostinho, vencedor do Trofeo Matteoti, 2º no Tour du Limousin (e uma etapa), 3º no Circuito Gexto e muitos mais top-10 em clássicas e etapas. A regularidade sempre esteve presente no ADN de Aular.

Por falar em regularidade, Thomas Silva salto para a ribalta e logo com uma temporada impressionante. 665 pontos UCI somados, é certo que não conseguiu triunfos mas a sua boa ponta final e capacidade de passar a média montanha valeram muitos lugares entre os primeiros, com destaque para 2º no Tour of Qinghai Lake e GP Industria, e 4º no Circuito Gexto e Klasika Ordiziako. Fernando Barceló também teve uma temporada regular, ao nível do que tem apresentado nos seus melhores anos.

Quem apareceu para a grande temporada da sua carreira foi Jefferson Cepeda. Todos sabemos da qualidade do equatoriano, só que regularidade não era com ele. Conseugiu dar o click e conquistou as primeiras vitórias fora da América, vencendo a geral do Tour of Qinghai Lake, 4º no Gran Camiño, 5º no Tour du Limousin (e uma etapa), 6º na Vuelta a Burgos e até alguns top-10 em clássicas. Apenas uma nota para Iuri Leitão, o português pode ter tido um ano fraco se olharmos para os pontos UCI, no entanto pouco competiu uma vez que se focou muitos nos Jogos Olímpicos. Acaba o ano com 3 triunfos e uma dezena de top-10.

 

O menos

Sebastian Berwick chegava com o estatuto de reforço, uma boa temporada na Israel-Premier Tech e pronto para liderar nas provas com montanha. Não passou da intenção, já que na prática apenas conseguiu um top-10 ao ser 10º na Volta a Grécia, apesar de ter estado em muitas provas por etapas. Precisa de evoluir mais e gahar mais consistência. Outro trepador a ter um ano fraco foi Abel Balderstone, no entanto este tem a atenuante das lesões. Muito fustigado por problemas físicos, o jovem espanhol não conseguiu retirar o melhor rendimento das suas capacidades, apesar de ainda ter ganho a Clásica Terres de l’Ebre.



Daniel Babor era um dos principais sprinters da equipa e acabar o ano com 1 triunfo na Volta ao Alentejo é muito pouco. É certo que o checo não é um ciclista muito ganhador mas tinha um lançador dedicado para si (Tomas Barta) e mesmo assim não conseguiu mais. É regular, somou muitos top-10, só que isso não chega, é preciso mais numa ProTeam.

 

O mercado

Este foi um mercado de transferências muito importante para a equipa espanhola. Dois dos principais líderes da equipa, e os ciclistas que marcaram mais pontos UCI este ano, estão de saídas. Falamos de Orluis Aular e Jefferson Cepeda. Saem mais 6 ciclistas, saídas que consideramos mais naturais devido à idade ou falta de resultados.

As contratações também são muitas, no total 9. Como já vem sendo hábito, a Caja Rural olha para o mercado nacional e recrutou 2 ciclistas. Abner Gonzalez chega para ser um dos principais trepadores da equipa e Francisco Peñuela é uma contratação ao estilo Aular, com as suas diferenças nesta fase, talvez esteja a ser pensado para substituir o seu compatriota. Alex Molenaar é um corredor muito completo, com uma boa ponta final; Tyler Stites um bom contra-relogista que passa bem a média montanha; Joan Bou e Jakub Otruba dois trepadores competentes. Sem nunca esquecer a equipa de desenvolvimento, são promovidos Javier Ibañez, Alex Dias e Jan Castellon.




O que esperar em 2025?

Um ano de muita mudança com a saída de duas grandes figuras. Alguns reforços terão de aparecer desde já, falamos principalmente de Abner Gonzalez e Alex Molenaar, ciclistas que apesar de serem jovens já têm bastante experiência nestas andanças. A constante pressão de somar pontos UCI pode levar a equipa a fazer um calendário alargado, já tem feito diversas visitas à Ásia. Sebastian Berwick, Abel Balderstone e Daniel Babor vão ter uma temporada muito importante para se tentarem afirmar como ciclistas importantes na estrutura espanhola.

De Fernando Barceló e Thomas Silva esperamos muita regularidade, são dois ciclistas completos, perfeitos para clássicas e provas com média montanha e, com a saída de Aular, sobem na hierarquia da equipa. Sem Jogos Olímpicos, 2025 pode ser o grande ano de afirmação de Iúri Leitão na estrada, o português é o grande sprinter da formação espanhola, veremos se terá um calendário preenchido e repleto de grandes competições, já mostrou que consegue ombrear com os melhores. Deverá ser uma equipa que irá explorar ao máximo o calendário nacional.

By admin