A Equipo Kern Pharma foi uma das revelações da temporada! 2024 nem começou com grandes resultados mas terminou da melhor maneira possível, com grandes exibições e triunfos. Uma das grandes figuras está de saída, veremos se conseguem manter o nível e garantir a contínua evolução do projeto, após uma época que deixou a fasquia bastante elevada.

 

Os dados

Vitórias: apenas 4 vitórias, no entanto 3 delas foram conseguidas na Vuelta a Espanha.

Pódios: 15 pódios, um número escasso mas que já vem sendo habitual na equipa espanhola.

Dias de competição do plantel: 173 dias de competição, um calendário muito focado na Europa.

Idade média da equipa: 25,5 anos, uma equipa que mistura a juventude com a experiência apesar de não ter nenhum ciclista com mais de 30 anos.

Mais kms: José Felix Parra foi o único a ultrapassar os 11000 kms, fruto dos 74 dias de competição.

Melhor vitória: qualquer vitória conseguida na Vuelta podia estar nesta lista, mas pelo espetáculo, optamos pelo triunfo de Pablo Castrillo em Ciutu Negru.



O mais

Pablo Castrillo é o grande destaque e não é só pelas duas vitórias incríveis conseguidas na Vuelta! O espanhol já estava debaixo de olho de muitas equipas, 5º na Volta a Eslovénia, 7º na Vuelta a Burgos e 7º na CRO Race, são resultados que não passam despercebidos. O seu estilo muito combativo, fazem de Castrillo um trepador diferente no pelotão atual e mostram que a Kern Pharma consegue criar bons talentos. Urko Berrade também venceu na Vuelta, um trepador com um estilo mais conservador e que foi 4º na Vuelta a Burgos.

Pau Miquel é outro caso sério de grande evolução em 2024. Um sprinter que passa bem a média montanha e que conseguiu 11 top-10, incluindo 5 na Vuelta, e um total de 682 pontos UCI. De um mero desconhecido a uma das figuras da equipa espanhola. Por fim, menção a José Felix Parra, longe da espetacularidade dos seus colegas de equipa, o espanhol é o ciclista mais regular da Kern Pharma, 7 top-20 em classificações gerais, incluindo 17º na Vuelta. Conseguiu a única vitória da equipa fora da Vuelta.

 

O menos

Num ano que vai ser recordado pelas grandes exibições, poucos foram os ciclistas a estar abaixo das expectativas, isto também porque o plantel não era considerado muito forte. Miguel Angel Fernandez era, em teoria, o principal sprinter da equipa e acaba o ano a perder esse estatuto e com resultados muito modestos. Com muitas oportunidades de liderança, o espanhol somou uns escassos 9 top-10, sendo que 6 foram conseguido na última prova do ano, talvez já com alguma pressão em cima.



Talvez Jordi Lopez e Jon Agirre podem-se ter rendido mais, os espanhóis eram ciclistas protegidos dentro da equipa espanhola no entanto não são ciclistas de resultados constantes, aparecem a espaços, algo que se voltou a verificar em 2024.

 

O mercado

Depois do brilharete na Vuelta, Pablo Castrillo sai com naturalidade para a Movistar, era impossível a Kern Pharma manter o jovem espanhol. No caminho de saída também estão Jon Agirre, Carlos Garcia Pierna, Álex Jaime, Jordi Lopez, Marí Márquez, Eugenio Sánchez e Danny van der Tuuk, praticamente todos para outras ProTeams espanholas.

Contratações propriamente ditas são apenas 2, apesar de serem 6 caras novas, isto porque 4 ciclistas são promovidos da Equipo Finisher – Kern Pharma. Falamos de Ibai Azanza, Pablo Carrascosa, Haimar Etxeberria e Nil Gimeno, 4 atletas talhados para a montanha e que conseguiram excelentes resultados no calendário amador espanhol. O nome mais sonante dos reforços é Ivan Ramiro Sosa. O colombiano procura relançar a carreira, ainda tem apenas 27 anos, e vai mais que a tempo. Num ambiente com menos pressão pode ser uma aposta vitoriosa. Mats Wenzel é outra aposta para o futuro, jovem luxemburguês que chega da equipa de desenvolvimento da Lidl-Trek, um corredor para provas por etapas que este ano foi 8º no Baby Giro e 9º no Tour de l’Avenir.




O que esperar em 2025?

Será muito difícil repetir o brilharete deste ano no que diz respeito à Vuelta. Acreditamos que o objetivo passe por ser uma equipa mais regular ao longo de toda a temporada e não aparecer apenas a espaços. A saída de Pablo Castrillo faz com que Urko Berrade passe a ter mais responsabilidade nas provas por etapas, uma liderança que deverá ser de Ivan Ramiro Sosa, é o tudo ou nada para a sua carreira. Pau Miquel é a grande peça para as chegadas ao sprint, o espanhol vai conseguir a primeira vitória da carreira em 2025, é uma questão de tempo, a regularidade vai colher os seus frutos.

Ainda precisa de evoluir e tempo de adaptação à elite mas muito cuidado com o reforço Mats Wenzel, já mais adaptado a estas andanças que os jovens que chegam da equipa sub-23. Entre os ciclistas que já se encontravam na equipa, Jorge Guterriez é um trepador muito interessante, a Kern Pharma pode sacar outro coelho da cartola.

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