Mais uma temporada para esquecer por parte da equipa sul-africana que continua longe dos bons resultados e dos seus tempos áureos. Os ciclistas contratados vieram acrescentar alguma qualidade mas tardaram em confirmar o porquê de serem, efetivamente, reforços.
Os dados
Vitórias: 7 triunfos, apenas um no World Tour e só com 3 ciclistas diferentes a levantarem os braços.
Pódios: 28 no total, somente 5 no World Tour, o que demonstra a fraca temporada da equipa.
Dias de competição da equipa: 271 dias de competição.
Idade média do plantel: 30,3 anos, um plantel muito experiente mas onde essa mais-valia não valeu resultados na estrada.
Mais kms: Reinard Janse van Rensburg, com 13 380 kms.
Melhor vitória: o triunfo de Edvald Boasson Hagen na 1ª etapa do Dauphine, batendo ao sprint Philippe Gilbert e Wout van Aert.
O mais
Giacomo Nizzolo parece querer regressar ao seu melhor nível, depois da grave lesão que enfrentou. É certo que será complicado mas o sprinter italiano está, aos poucos, a atingir a regularidade de outros tempos. Foi dos poucos que andou bem todo o ano, 21 top-10 no total, apareceu no Giro, no Tour e nas clássicas, conseguindo 3 importantes vitórias.
Edvald Boasson Hagen abriu a temporada a todo o gás, ganhou no primeiro dia de competição, venceu no Dauphine e apareceu na volta ao seu país. Alguns laivos da sua qualidade mas é preciso mais. Se Hagen apareceu no início, Michael Valgren apareceu no final. Uma temporada de clássicas francamente negativa mas após o Tour voltou o “velho” Valgren: 10º no BinckBank Tour, 4º na Clássica de Plouay e 5º no GP Montreal.
O menos
Quase toda a equipa não rendeu ao nível esperado. Mark Cavendish esteve longe do seu melhor, quase não se viu, o mesmo para Steve Cummings, espera-se sempre por um dia de luxo do britânico em fuga para nunca surgiu, sendo que a idade também pesou em Enrico Gasparotto. Louis Meintjes continua sem aparecer, não é o mesmo de há duas temporadas e Ben King não confirmou a evolução de 2018.
O mercado
Se em 2018 o mercado já tinha sido muito movimentado, com 9 entradas e outras tantas saídas, o mercado de 2019 foi ainda mais mexido, já que saem 10 ciclistas e entram outros 10, ou seja, um terço da equipa será nova para a temporada que se segue.
De uma só assentada, Mark Cavendish, Bernhard Eisel, Lars Bak, Mark Renshaw, Tom-Jelte Slagter, Steve Cummings, Julien Vermote, Jacques Janse van Rensburg, Jaco Venter e Scott Davies estão de saídas, alguns reformam-se, outros mantém-se em equipas do World Tour, sendo que apenas Eisel e Venter não têm destino confirmado.
Relativamente aos reforços, foi contratado o duas vezes campeão europeu de contra-relógio e atual recordista da hora Victor Campenaerts, um corredor que tem tudo para ser um reforço. Max Walscheid é um puro velocista, um tanque, e chega da Team Sunweb, tendo também sido contratado Carlos Barbero, este para as chegadas mais duras. Michael Gogl é um bom ciclista de clássicas e chega da Trek-Segafredo.
Do escalão Continental chegam o trepador Benjamin Dyball e Dylan Sunderland e o sprinter/classicómano Andreas Stobro. O campeão do mundo sub-23 Samuele Battistella faz a transição da equipa sub-23 para a principal, acontecendo o mesmo com Matteo Sobrero e, nos últimos dias, foi anunciado o campeão japonês Shotaro Iribe.
O que esperar de 2020?
Após uma temporada para esquecer, é difícil fazer pior em 2020, num ano em que a equipa irá surgir com uma nova denominação: NTT Pro Cycling. Michael Valgren terá que se assumir como grande líder para as clássicas, algo que acreditamos que possa acontecer, devendo ter o apoio fundamental de Edvald Boasson Hagen. Giacomo Nizzolo continuará a ser muito regular e, se der o salto, Max Walscheid pode ser um perigo nas chegadas mais rápidas. Victor Campenaerts vai ter uma bicicleta BMC, algo que lhe pode ser benéfico para andar ainda melhor no contra-relógio. Será um ano importante para vermos se Ben O’Connor e Gino Mader conseguem evoluir e render aquilo que conseguiram enquanto sub-23.