Mais uma excelente temporada por parte dos comandados de Gianni Savio, é incrível como apesar de muitas vezes perder os principais ciclistas esta equipa consegue sempre reerguer-se e construir um plantel competitivo e que dá resultados. A base é uma aposta em jovens sul-americanos e italianos experientes.
Os dados
Vitórias: 32 ao longo do ano, o mais vitorioso foi Marco Benfatto com 8 triunfos, nenhum deles na Europa.
Pódios: Um total de 63 pódios, o melhor mês foi Abril com quase 20 pódios
Dias de competição da equipa: 206 dias de competição, é uma formação que faz quase sempre as provas asiáticas, daí ter sempre um plantel vasto em quantidade e qualidade.
Idade média do plantel: 27,6 anos, um misto de juventude e veterania muito vincado.
Mais kms: O mais experiente também, Francesco Gavazzi, com 12 732 kms.
Melhor vitória: Fausto Masnada na etapa 6 do Giro após uma longa fuga destacou-se na companhia de Valerio Conti, aproveitando que Conti podia ficar com a camisola rosa, resguardou-se, e atacou de forma decisiva nos metros finais.
O mais
Exemplo disso é que o trio que precisamente esteve mais em destaque em 2019 vai sair para o World Tour. Aquele que deu mais nas vistas internacionalmente foi Fausto Masnada, muito por causa do seu Giro: 1 vitória em etapa, inúmeros ataques nas etapas de montanha, 20º na geral e 2º na classificação da montanha. Mas Masnada antes disso já tinha sido 3º no Giro di Sicilia, 5º no Tour of the Alps, onde ganhou 2 etapas e 2º no Giro dell’Appennino. Ainda teve gás para fazer 7º na Volta a Eslovénia e na fase final da época acusou o desgaste.
Andrea Vendrame esteve assombroso, até fora de Itália. Em Abril ganhou 1 etapa no Circuit de la Sarthe, venceu a Tro-Bro Leon e foi 2º no Tour du Finistere, no Giro também esteve perto de ganhar e depois foi 5º na Volta a Eslovénia, fazendo top 5 em todas as etapas. Ainda acabou o ano a fazer 4º na Tre Valli Varesine. Mattia Cattaneo também esteve bem, não tão bem quanto em 2017, mas ainda fez 2º no G.P. Industria, 4º no Tour of the Alps, ganhou o Giro dell’Appennino e 2º numa etapa do Giro. Nota ainda para a boa evolução de Daniel Munoz e Kevin Rivera.
O menos
Também um trio, só que desta vez de veteranos, os ciclistas mais experientes da equipa não renderam o que se esperava. Com menos liberdade que na Willier a época de Matteo Busato foi um autêntico desastre, só conseguiu 1 top 10 ao longo de todo o ano, perdeu aquela garra de combativo que estávamos habituados a ver.
Francesco Gavazzi parece estar a acusar um pouco a idade, foi muito mais inconstante em outros anos, é verdade que também teve mais concorrência interna nos sprints, mas houve oportunidades que poderia ter aproveitado melhor. Ainda assim foi 4º no Trofeo Laigueglia, 7º no Memorial Marco Pantani e ganhou 1 etapa no Tour du Limousin, o que diz bem dos padrões elevados que costuma apresentar. Também se esperava um pouco mais de Manuel Belletti, a época não foi propriamente má, 3 vitórias, mais um ou outro pódio, alguns top 10 no Giro, só que tendo Marco Benfatto e Matteo Pelucchi também na equipa houve menos chances.
O mercado
Defeso de muitas saídas e entradas, um daqueles anos de revolução na Androni. Matteo Montaguti retira-se, Mattia Cattaneo, Fausto Masnada e Andrea Vendrame vão para o World Tour, Marco Benfatto e Matteo Pelucchi para a Bardiani e ainda não se sabe sobre Matteo Busato, Matteo Spreafico, Julian Cardona e Leonardo Fedrigo. As saídas são importantes, é uma estrutura já habituada a isso e não deve ter entrado em pânico.
Em relação a contratações a maioria delas tem um potencial enorme. Primeiro há Jhonatan Restrepo, colombiano de 24 anos que deu nas vistas na Katusha e ficou sem equipa depois da Manzana encerrar portas. Luca Pacioni é um dos sprinters mais regulares a este nível, com inúmeros top 10 fica várias vezes a rondar o pódio. Da Neri também vem Davide Gabburo, uma das revelações do ano, um puncheur com uma boa ponta final. Nicola Bagioli é uma caixinha de surpresas, enquanto Simon Pellaud, Simone Ravanelli, Mattia Bais e Nicola Venchiarutti deram nas vistas em provas menores. Jefferson Cepeda é um enorme joker, uma aposta de futuro que assinou por 4 temporadas depois de ganhar a última etapa da Volta a França do Futuro e fazer 9º na geral.
O que esperar de 2020?
Vemos uma Androni muito forte na mesma apesar das saídas importantes, vai haver oportunidade para todos e vão sair daqui algumas revelações/confirmações certamente. Restrepo é uma caixinha de surpresas, é um ciclista que aos 22 anos estava a lutar por triunfos no World Tour. Pacioni é uma garantia de top 10 nas chegadas rápidas, não se importa de fazer as provas asiáticas, enquanto Belletti e Gavazzi ficarão com as chegadas durinhas. No entanto estamos mesmo muito expectantes é com a evolução que terão Daniel Munoz e Kevin Rivera, especialmente este último. Em 2019 já mostraram laivos de brilhantismo, 2020 pode ser a época da derradeira afirmação para dar o salto para o World Tour. Será uma Androni potencialmente a ganhar o mesmo, mas menos nas competições de maior gabarito.