Hoje é dia de falarmos da primeira equipa belga a aparecer na nossa contagem, a Sport Vlaanderen-Baloise! Em termos de vitórias, esta foi a época mais conseguida, desde os 10 triunfos de 2015. Uma equipa modesta mas que faz-se valer pela sua irreverência e juventude.
Os dados
Vitórias: 4 triunfos, dois na categoria .Pro e os outros na .1
Pódios: 12 pódios. Um número baixo, com cinco deles a serem na categoria .Pro.
Dias de competição da equipa: 140 dias, preenchidos sobretudo por corridas na Bélgica e França.
Idade média do plantel: 24,3 anos. Uma equipa jovem, com Kenneth Van Rooy a ser o mais experiente, com 29 anos.
Mais kms: Ward Vanhoof com 9940 quilómetros percorridos.
Melhor vitória: Triunfo de Rune Herregodts na primeira etapa da Volta à Andaluzia.
O mais
Podemos falar de nomes como Rune Herregodts. O ciclista de 24 anos deu metade dos triunfos da equipa e amealhou mais algumas boas exibições. Os seus desempenhos no contrarrelógio também agradam: 4.º nos Campeonatos Nacionais da Bélgica, 8.º Skoda Tour do Luxemburgo e 12.º no Campeonato Europeu. Curiosamente, os seus triunfos, geralmente, aparecem através da integração de uma fuga e depois bate os seus colegas da dianteira num sprint com poucas unidades.
Sasha Weemaes também foi uma agradável novidade. Fez, de longe, a sua melhor época como profissional. Foi o ciclista que conquistou mais top dez para a Sport Vlaanderen-Baloise, com um total de 13! Obteve boas prestações no Tour da Hungria, Baloise Tour e no Tour da Dinamarca. O belga, nas duas etapas que acabou em terceiro, na Hungria, foi apenas batido por Rudy Barbier (2.º) e Fabio Jakobsen (1.º). Na quarta etapa do Tour da Dinamarca esteve perto da vitória, mas foi batido pelo seu compatriota Jasper Philipsen. Tudo isto para dizer que não foram resultados do acaso e que a concorrência era de peso. Se lhe derem espaço para progredir, Weemaes pode evoluir e, quem sabe, onde chegará.
Kenneth Van Rooy foi um dos melhores da equipa nas clássicas belgas, com vários registos dentro do top 15. Conseguiu sete top dez, mas ainda não foi desta que alcançou a sua primeira vitória como profissional.
O menos
Esta é daquelas equipas de quem não se espera muito, mas que acaba por entregar mais do que o esperado e, muitas vezes, consegue surpreender-nos. Não há propriamente desilusões na formação belga, mas se tivermos de apontar um nome, será o de Arne Marit. É muito jovem ainda, mas aquele final de temporada de 2021 deixou “água na boca”. Era um nome muito promissor para este ano, mas acabou por não fazer as exibições expectáveis para elevar o seu nome a outro patamar.
O mercado
Muitas saídas de nomes importantes. Duas das figuras e jovens promessas belgas rumam à Intermarché-Circus-Wanty, falamos de Arne Marit e de Rune Herregodts. Sasha Weemaes ruma à Human Powered Health, Jens Reynders sai em direção à Israel-Premier Tech, Julian Mertens e Kenneth Van Rooy transferiram-se para a Bingoal Pauwels Sauces WB e Robbe Ghys irá correr na Alpecin-Deceuninck. Todos os que se destacaram na equipa acabam por sair.
Entradas de Vincent Van Hemelen e de Noah Vandenbranden oriundos da Lotto-Soudal U23. Elias Maris chega da Leopard Pro Cycling. Toon Clynhens e Arno Claeys transferiram-se da Team Elevate p/b Home Solution Soenens e, por último, Vince Gerits, que corria apenas provas a nível nacional.
Quero destacar os nomes de Vincent Van Hemelen e de Toon Clynhens como possíveis surpresas para um futuro próximo dentro da equipa.
O que esperar em 2023?
A equipa vai mudar de nome, em troca do Sport Vlaanderen-Baloise, surgirá o nome da Team Flanders-Baloise! Muitas trocas de ciclistas para 2023, num plantel geralmente curto. Não se augura um bom cenário para o próximo ano, depois das saídas das maiores figuras e talentos. Chegam vários jovens, que vão ter a oportunidade de crescer, mas a formação parece ter pouca profundidade e deverá ter um ano complicado em termos de resultados.
Por: André Antunes