A análise de hoje traz-nos, novamente, uma pro team italiana, neste caso a Androni Giocatolli-Sidermec. Uma equipa que teve de se reconfigurar, após ter perdido a maioria das suas pérolas na temporada passada. A estrutura continuou parecida ao que sempre foi, com a maioria dos ciclistas a serem italianos, somando-se jovens promessas sul-americanas.



Os dados

Vitórias: 13 vitórias, incluindo duas vitórias em provas da categoria 2.Pro

Pódios: 26 pódios, nove deles foram alcançados por Jonathan Restrepo

Dias de competição da equipa: 96 dias de competição

Idade média do plantel: 27 anos, muito inflacionados por Francesco Gavazzi, Alessandro Bisolti e Manuel Belletti, todos com mais de 35 anos de idade

Mais kms: Jonathan Restrepo, com 8870 km percorridos em 60 dias de competição

Melhor vitória: O triunfo de Miguel Eduardo Flórez no alto Colorado, na etapa rainha da Vuelta a San Juan



O mais

O colombiano Jonathan Restrepo foi quem mais contribuiu para o somatório final da equipa, alcançando seis vitórias, logo no início da temporada. No total somou 14 top dez, em três provas diferentes, Vuelta al Tachira, Tour da Colômbia, e Tour do Rwanda. O ano de 2020 vai ficar marcado para Restrepo, visto que conquistou a sua primeira vitória como profissional, após cinco anos sem vitórias, com passagens na Team Katusha e Manzana Postobon.

Miguel Eduardo Flórez conquistou a sua primeira vitória da carreira, um dos triunfos mais importantes da equipa, com um ataque fulminante no alto Colorado, batendo nomes como, Remco Evenepoel, Brandon Mcnulty, Ganna, Guillaume Martin e Óscar Sevilla. Depois de ter mostrado valências em terras colombianas no ano transato, acabou por conquistar o triunfo desejado. Fechou no top 5 da Vuelta a San Juan e do Tour da Colômbia.

Kevin Rivera conseguiu alcançar três vitórias na temporada, com a vitória mais saborosa a ser na Malásia, na etapa rainha do Tour de Langkawi. Uma menção honrosa também a Luca Pacioni e a Simon Pellaud. O sprinter italiano mostrou-se, mais uma vez, um corredor regular no top dez das chegadas para os mais rápidos. Já o suíço, marcou-se muito pela combatividade, especialmente no Giro de Itália, onde esteve várias vezes na fuga do dia, acabando duas vezes no top dez de uma etapa, e no final acabou mesmo por vencer a classificação dos sprints intermédios.

O menos

Os veteranos da equipa Francesco Gavazzi e Manuel Belletti apareceram pouco esta época. Já se começa a notar um certo declínio na carreira para ambos, derivado à idade, com poucos resultados à vista. São ciclistas importantes para equipas menos experientes, pois podem passar o seu conhecimento aos mais jovens, mas esperava-se algo mais nesta temporada. Nomes como Davide Gabburo e Simone Ravanelli sentiram a falta de mais provas italianas para se fazerem notar.



O mercado

É uma equipa já acostumada a diversas trocas no mercado. De saída estão Gavazzi, Belletti, Pacioni e Mattia Frapporti para a EOLO-Kometa, Nicola Bagioli para a B&B Hotels, Gabburo e Kevin Rivera para a Bardiani-CSF-Faizanè e Matteo Spreafico para a Vini Zabù-KTM.

Quanto a entradas, a equipa foi buscar dois nomes à equipa continental da NTT, o jovem italiano Leonardo Marchiori e o eritreu Natnael Tesfatsion. O corredor da Eritreia é um dos jovens africanos mais promissores do momento, após ter vencido o Tour do Ruanda, onde venceu a juventude e uma etapa, e acabou na 2.ª posição da geral da Tropicale e Amissa Bongo, onde também marcou o ponto com uma vitória.

O sprinter italiano Matteo Malucelli está de volta a Itália, depois da sua passagem na Caja Rural. Este ano, conseguiu apenas cinco top dez, andando sempre longe da vitória. Terá aqui a oportunidade ideal para relançar a sua carreira. O argentino Eduardo Sepúlveda também é um nome que chega, após ter saído da Movistar. O ciclista de 29 anos pode ser uma carta importante para as provas por etapas, sobretudo nas competições americanas.

O esloveno Jerman Ziga chega da equipa continental da FDJ. É um sprinter jovem, que procura ganhar experiência, após ter conseguido alguns resultados interessantes nos escalões mais jovens. Por fim, o último reforço anunciado até ao momento, o jovem espanhol Martí Vigo, que curiosamente começou a pedalar este ano. Vigo, de 22 anos, é um ex-esquiador olímpico, e foi um nome proposto pelos mesmos olheiros que apresentaram Egan Bernal e Ivan Sosa à equipa. Gianni Savio continua assim a sua aposta na criação de novos talentos.



O que esperar de 2021?

Saíram nomes importantes e que davam resultados, como Kevin Rivera. Será um ano importante para os ciclistas mais jovens aparecerem, como Daniel Muñoz, Jefferson Cepeda e Natnael Tesfatsion. Jonathan Restrepo e Matteo Malucelli terão que assumir o compromisso de levar a equipa às vitórias nos sprints. Eduardo Sepulveda deverá ser um nome importante para as provas por etapas, enquanto que Simon Pellaud e Ravanelli podem sempre ter aquele fogacho e aparecer. As mudanças no final de cada época são sempre muitas, mas a Androni é uma equipa que está habituada a surpreender e a criar novos talentos, portanto, contem com eles.

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