Pelo terceiro dia consecutivo mantemo-nos em Itália. Hoje é hora de analisarmos a época desportiva da Drone Hopper – Androni Giocattoli, a equipa do eterno Gianni Savio. Com tradição no mercado sul-americano, Savio voltou a contar com várias promessas desse continente, focando-se, também, nos africanos. O final de temporada foi de angústia, em busca de novos patrocinadores, e, pela primeira vez em muitos anos, a Drone Hopper irá descer para o escalão Continental … prometendo voltar!
Os dados
Vitórias: uma temporada de poucos triunfos, apenas 6 vitórias no total, no entanto 5 delas foram conseguidas em provas profissionais (2.1 ou acima).
Pódios: 27 pódios ao todo, o que revela as muitas vezes que a equipa bateu na trave e esteve perto de mais e importantes triunfos.
Dias de competição da equipa: 163 dias de competição, um calendário baseado nas provas europeias e do extenso calendário transalpino.
Idade média do plantel: 25,8 anos, uma média que engana devido aos 37 anos de Alessandro Bisolti, já que mais de metade da equipa está abaixo da média.
Mais kms: Eduardo Sepulveda, com um total de 12 340 kms.
Melhor vitória: Pela importância e visibilidade, o triunfo de Eduardo Sepulveda na chegada em alto da Volta a Turquia, onde derrotou nomes como Nairo Quintana e Jay Vine.
O mais
Eduardo Sepulveda é sinónimo de bons resultados em certos momentos da temporada e o argentino não desiludiu. Foi uma das peças mais importantes da equipa, 3º na Volta a Turquia e vitória em etapa, 7º no Tour de Langkawi e 8º no Tour of Antalya. Quando não havia Sepulveda, aparecia Natnael Tesfatsion! O eritreu ganhou o Tour du Rwanda e foi 2º no Giro dell’Appennino e na Adriatica Ionica Race (onde venceu uma etapa), 4º no GP Industria, 7º na Turul Romaniei e 8º na Settimana Coppi e Bartali. Ainda somou dois top-10 no Giro d’Itália.
Dois casos especiais foram Jefferson Cepeda e Andrea Piccolo. Cepeda atingiu um novo nível este ano e, em junho deu o salto para o World Tour, devido às boas exibições que lhe valeram o 2º lugar na Volta a Sicília e 5º na Adriatica Ionica Race. Piccolo foi ainda mais peculiar, correu pela equipa de Savio durante um mês e os resultados foram impressionantes: 2º no Circuito Getxo, 4º nos Nacionais italianos, 6º no Sibiu Tour e 7º na Klassika Ordizia.
O menos
Vindo da Movistar, as expectativas que recaíam sobre Juan Diego Alba eram algumas mas o colombiano passou ao lado da temporada, apenas apareceu na Vuelta al Tachira e no Tour du Rwanda, com top-10 finais, muito escasso para um ciclista que chegava do World Tour.
Jhonatan Restrepo vinha de um ano muito positivo, cheio de triunfos, mas não conseguiu replicar isso em 2022. A regularidade nunca foi o seu forte no entanto o colombiano esteve muitos furos abaixo do seu potencial, somente apareceu no Tour du Rwanda. De Março até ao final da época, apenas terminou 3 provas. O outro homem rápido da equipa era Eduard Grosu e o romeno até esteve melhor, somou alguns top-10 e 1 vitória no entanto pedia-se mais ao experiente ciclista.
O mercado
Como já referimos, a Drone Hopper irá descer ao escalão Continental devido à falta de verbas pelo que será de esperar uma redução substancial do plantel, não é necessário uma equipa tão extensa. Naturalmente, as principais figuras estão de saída, casos de Natnael Tesfatsion e Eduardo Sepulveda, sendo que Jefferson Cepeda e Andrea Piccolo já tinham abandonado a equipa a meio da época para ingressar na EF Education.
Olhando para os reforços, apenas foi anunciado o jovem italiano Riccardo Ciuccarelli. Esta é uma contratação ao estilo de Gianni Savio, recrutar jovens e tentar potenciá-los ao máximo. Ciuccarelli tem resultados interessantes, foi 5º no Giro della Valle d’Aosta e 16º no Baby Giro deste ano.
O que esperar em 2023?
Ainda com muita incerteza em torno do futuro, o certo é a equipa ter já 7 ciclistas confirmados para 2023, ou seja, cerca de metade do plantel. A mentalidade de potenciar os jovens deve manter-se, a filosofia de Savio não muda, acreditamos que a presença no escalão Continental ainda vai soltar mais os ciclistas. Dentro dos nomes com contrato, muita atenção aos jovens colombianos Didier Merchan e Santiago Umba. Ainda precisam de crescer, no entanto Umba, de apenas 20 anos, tem tudo para ser um excelente trepador, em 2021 apresentou resultados muito interessantes na Europa.