Depois de termos passado pela Noruega, pela Malásia e pela Bélgica é tempo de falarmos da primeira equipa italiana do nosso ranking. A Vini Zabu-KTM é a formação que se segue num ano complicado para os comandados de Luca Scinto.



As grandes figuras não renderam o suficiente, aliado a um calendário mais curto onde a redução das provas italianas foi fundamental para a falta de resultados. Uma equipa habituada a fazer várias digressões pelo continente asiático, onde costuma somar muitas vitórias mas que este não teve esse privilégio.

 

Os dados

Vitórias: 3 triunfos, incluindo um título nacional,

Pódios: 5 pódios, onde se destaca o 2º lugar de Giovanni Visconti numa etapa do Giro d’Itália.

Dias de competição da equipa: 107 dias de competição, o que levou a equipa a desdobrar-se em várias frente em simultâneo.

Idade média do plantel: 26,9 anos, muito inflacionados pela veterania de Giovanni Visconti e Marco Frapport (corredores com mais de 35 anos).

Mais kms: Giovanni Visconti não parou, percorrendo 8366 kms em 47 dias de competição.

Melhor vitória: O triunfo na classificação geral do Tour du Limousin, por parte de Luca Wackermann, derrotando nomes como Rui Costa.



 

O mais

Depois de temporadas menos positivas, Luca Wackermann voltou aos bons resultados. Quando está bem é um corredor muito fiável, devido à sua qualidade em passar bem a média montanha e a sua ponta final. O corredor italiano foi 6º no Sibiu Tour, venceu o Tour du Limousin e uma etapa e ainda conseguiu um top-5 no Giro antes de abandonar.

Lorenzo Rota deu um salto qualitativo enorme em 2020. O transalpino de 25 anos foi 5º no Trofeo Laigueglia e 6º na Faun-Ardeche, para além de ter feito top 20 no Gran Piemonte, no Giro dell’Emilia e no Giro di Lombardia. Uma consistência incrível, numa equipa onde escasseavam corredores de destaque para este tipo de terreno.

Menção, ainda, para o muito combativo Marco Frapporti, em fuga durante muitas provas, mostrando-se sempre pronto para a luta.

 

O menos

A idade já começa a pesar em Giovanni Visconti que, a espaços, ainda consegue mostrar laivos da sua inegável qualidade. A sua capacidade de puncheur e de trepador já não é a mesma e prova disso são os 5 top-10 conseguidos em 2020. Para uma temporada encurtado poderia ter sido pior, mas Visconti era o rosto da Vini Zabu-KTM é esperava-se mais.



Numa ou noutra prova, Edoardo Zardini e Francesco Bongiorno apareceram, mas as lesões parecem ter estragado a evolução dos dois trepadores italianos que tinham qualidade para muito mais. Riccardo Stacchiotti foi contratado para conquistar triunfos nas chegadas rápidas mas esteve longe disso, talvez sentindo falta das competições asiáticas, algo que também fez o rendimento de Etienne van Empel baixar.

 

O mercado

Depois de um ano menos positivo, a equipa italiana viu que precisava de mudar e vai fazê-lo. De uma só vez, a Bardiani leva Giovanni Visconti, Andrea Garioso e Umberto Marengo, com Lorenzo Rota a sair para a Circus-Wanty Gobert. Mattia Sperafico está suspenso pela UCI, sendo que os destinos de Luca Wackermann e Gianmarco Begnoni ainda não são conhecidos.

Com a saída de ciclistas importantes como Visconti, Rota e Wackermann, a Vini Zabu-KTM virou-se para o World Tour e faz regressar a casa Jakub Mareczko. 2 anos depois, o italiano está de regresso à equipa onde foi mais feliz, onde conseguiu 40 triunfos, para ser o grande líder. Também do World Tour provém Kamil Gradek, possante contra-relogista que vem dar profundidade numa área onde a formação italiana não tinha nenhum especialista. Joab Schneiter chega da Swiss Racing Academy.



 

O que esperar de 2021?

Jakub Mareczko será a grande referência para a nova temporada, voltando a uma casa onde foi feliz. O italiano terá que aparecer nas provas europeias no entanto acreditamos que estará a “rezar” por uma temporada normal, para puder fazer as suas digressões pela Ásia. É de esperar várias vitórias do seu homem rápido.

Kamil Gradek dará visibilidade nas provas de uma semana com conta-relógio. O terreno mais duro, colinas e montanha, ainda não têm uma referência, Edoardo Zardini está longe do seu melhor, pelo que acreditamos que a equipa italiana ainda se irá reforçar neste setor, numa equipa que ainda só tem 14 ciclistas confirmados.

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