Continuamos em Itália, desta vez para falar e rever como foi a época da Bardiani-CSF, uma estrutura que contou entre estagiários e contratações a meio da época, com um total de 27 ciclistas, um número anormalmente elevado para uma equipa destas. Não foi uma temporada muito vitoriosa, mas contou com algo muito importante, a ascensão de uma geração que provou ter valor para substituir os históricos Visconti, Battaglin e Modolo, algo que servirá de base para 2023.



Os dados

Vitórias: Um total de 7 de contarmos com as dos sub-23, oficialmente 3 se não contarmos com essas, Zana nos Nacionais e na Adriatica Ionica Race e Fiorelli no Sibiu Tour.

Pódios: 13 pódios ao todo, incluindo 2 na Volta a Itália, onde ainda tiveram algum destaque.

Dias de competição da equipa: 206 de competição, mas que na verdade são bem menos, entram para estas contas muitas provas sub-23 em que os seus corredores participaram pelas selecções.

Idade média do plantel: 25,1 anos, mas neste caso a média engana muito, Visconti (39 anos) entra para estas contas e mal correu esta época.

Mais kms: O maratonista do ano foi o veterano Sacha Modolo, com 13 571 kms.

Melhor vitória: Pela importância e visibilidade que dá, o triunfo de Filippo Zana nos Nacionais de estrada.

 

O mais

A grande figura ao longo do ano na montanha foi Filippo Zana, secundado por um consistente Luca Covili. Ainda assim, Zana demorou a encontrar as melhores pernas e a afirmar-se, foi só depois do Giro que venceu a Adriatica Ionica Race e foi de forma surpreendente campeão de Itália, tendo ainda feito 4º no Saska Tour e 7º no Tour du Limousin. Isto é algo que vemos de forma recorrente em alguns jovens, o salto é dado depois de fazerem a primeira Grande Volta, mesmo que sem dar nas vistas na mesma.



Nota para o muito combativo Davide Gabburo, que foi 10º na Volta a Eslovénia e esteve tão perto de 2 triunfos históricos no Giro em etapas de média montanha, perdeu sprints reduzidos para belgas. O líder da Bardiani nos sprints foi Filippo Fiorelli, um sprinter muito completo e consistente que terminou 2022 com mais de 20 top 10’s, numa temporada onde também se destaca a vitória no Sibiu Tour (num pelotão de 60 unidades) e o 5º posto na Bretagne Classic.

 

O menos

Os veteranos não estiveram ao seu nível habitual, acusando já um pouco de perda física face à concorrência, Visconti acabou a carreira em Março, Modolo aos 35 anos só apareceu verdadeiramente na CRO Race, já em Outubro e os 2 top 10’s de Enrico Battaglin é manifestamente pouco para o que o italiano de 33 anos já conquistou na sua carreira. Ao longo do ano outra desilusão foi o eritreu Henok Mulubrhan, contratado a meio do ano à Bike Aid. Ao contrário de outros ciclistas africanos não conseguiu ter impacto e não logrou replicar os resultados alcançados no início da época, onde foi, por exemplo, 2º no Tour of Rwanda.

 

O mercado

Ainda não há muitas novidades oficiais, o facto mais relevante é a saída, inevitável tendo em conta os argumentos que a equipa tem neste momento, de Filippo Zana para o World Tour, sendo que Fabio Mazzucco também encontrou outra equipa para 2023. Não está confirmada ainda a manutenção de nomes como Covili e Gabburo, apesar de acreditarmos que tal vai acontecer.



Relativamente aos reforços, não há nenhum nome sonante na lista de 6 até agora apresentados, são 5 italianos e 1 norte-americano, todos com 25 anos ou menos, reforçando a aposta na juventude. O norte-americano Jared Scott é vice-campeão nacional de contra-relógio em sub-23, Matteo Scalco faz a transição directa dos juniores para os elites, ele que foi 15º nos Europeus e 14º nos Mundiais, a mesma coisa acontece com Luca Paletti e Lorenzo Conforti. O mais conhecido dos reforços é Riccardo Lucca, ele que competia por uma formação Continental, este ano foi 12º na Adriatica Ionica Race, onde ganhou 1 etapa numa fuga e triunfou também numa chegada em alto no Giro della Friuli, uma corrida do escalão 2.2.

 

O que esperar em 2023?

Como não podemos assumir a permanência de Covili e Gabburo porque a equipa ainda não o confirmou, aparentemente esta é uma equipa que será muito dependente do desempenho de Filippo Fiorelli, que já se viu que consegue andar bem o ano todo. Neste tipo de formações geralmente há sempre 1 ou 2 jovens a despontar, para 2023 apostamos no sprinter Luca Colnaghi e no trepador Alex Colio, podem dar algumas alegrias em provas do circuito europeu. Riccardo Lucca, a fazer a transição para uma ProTeam, poderá ser outra agradável surpresa.



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