A Sport Vlaanderen-Baloise é uma das equipas mais interessantes do pelotão internacional, mantém praticamente o nome desde 2009 e tem uma aposta consistente nos jovens talentos belgas, uma imagem que fica na retina. Muito se fala das equipas de formação como a Axeon e dos talentos que exporta, mas a formação belga, apesar de não ter exclusivamente sub-23, funciona como uma ponte para os jovens belgas subirem ao World Tour. Basta recordar que por lá passaram Sep Vanmarcke, Thomas de Gendt, Ben Hermans, Jan Bakelants, Sander Armee, Pieter Serry, Jelle Wallays, Kris Boeckmans, Tom van Asbroeck, Tim DeClercq, Yves Lampaert, Tom van Asbroeck, Victor Campenaerts ou Edward Theuns.



Posto isto, está claro que a visão da equipa não é de todo resultadista, consiste em dar espaço para os corredores crescerem e não os impede de partir para outras equipas. Um pouco como aconteceu com Edward Theuns quando cá estava, Amaury Capiot foi a grande figura da equipa, batendo-se em provas importantes com as equipas World Tour. Com tão poucos dias de competição na temporada e muitas provas canceladas as corridas do calendário europeu acabaram por ter uma start list mais forte.

 

Os dados

Vitórias: 0 triunfos UCI

Pódios: Um total de 6, 2 deles na categoria 2.Pro, os mais importantes conquistados por Amaury Capiot

Dias de competição da equipa: 71 dias de competição

Idade média do plantel: 25 anos, inflacionados por Kenny de Ketele e Thomas Sprengers

Mais kms: Amaury Capiot competiu em quase tudo o que havia para competir totalizando 7363 kms e 46 dias de competição

Melhor vitória: Uma época sem vitórias, mas com muitos resultados de valia, de destacar o 3º posto à geral do Tour de Wallonie por parte de Amaury Capiot, uma prova com muitas equipas World Tour.



 

O mais

Pelo 2º ano consecutivo Amaury Capiot realizou uma época em cheio! Mesmo antes da paragem o belga de 27 anos tinha andado bem em Espanha e regressou cheio de força, foi 3º no Tour de Wallonie, fez 3 top 10 em semi-clássicas belgas e andou a discutir etapas na Volta ao Luxemburgo. Ainda teve tempo para se imiscuir entre os melhores sprinters do Mundo e ser 6º na Scheldeprijs, a sua consistência impressiona.

Kenneth van Rooy somou muitos pontos graças ao 2º posto no Tour of Antalya e Edward Planckaert deu nas vistas em algumas provas no início do ano ao terminar em 10º na Etoile de Besseges.

 

O menos

Obviamente a falta de competição prejudica sempre, há menos oportunidades para todo o plantel, ainda para mais com Amaury Capiot a andar tão bem. Ainda assim, de destacar Milan Menten, que tinha andado de forma consistente no top 10 dos sprints em 2018 e 2019 e que em 2020 mal se viu numa época que supostamente seria de afirmação. Também nos sprints Jordi Warlop não se destacou tanto quanto se esperava e nas provas por etapas e clássicas mais duras faltou Kevin Deltombe, que tão bem andou nomeadamente em 2018, aos 26 anos parece ter havido aqui alguma estagnação.



 

O mercado

Como já é quase habitual, a formação belga perde 3 dos activos mais valiosos, registam-se as saídas de Amaury Capiot (que incrivelmente não vai para o World Tour), Edward Planckaert e Milan Menten, curiosamente todos para equipas do mesmo escalão.

O plantel irá crescer ligeiramente com a entrada de uma nova fornada de jovens talentos, 3 deles provenientes da equipa sub-23 da Lotto-Soudal. Ward Vanhoof tem bons resultados em clássicas sub-23, Arne Marit é um sprinter bastante interessante e é vice-campeão nacional e Ruben Apers parece alguém mais talhado para a montanha. Há grandes esperanças em Jens Reynders, já foi 3º no Paris-Roubaix e na Gent-Wevelgem sub-23. Rune Herregodts e Alex Colman são os outros reforços.



 

O que esperar de 2021?

Há sempre temporadas mais complicadas que outras, mas o mais certo é emergirem outros líderes dentro da equipa, e desde logo Jordi Warlop está à cabeça, com a saída de 3 ciclistas rápidos do plantel. Pelos resultados apresentados este ano, Arne Marit pode já ser uma agradável surpresa, é mais fácil aos sprinters adaptarem-se rápido a este nível de competição. Thomas Sprengers e Kenny de Kelele são os capitães que vão tentar coordenar as tropas. Veremos se algum dos corredores que entrou no ano passado dá o salto, estamos curiosos relativamente a Cedric Beullens.

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