A equipa com licença russa, mas uma fortíssima presença italiana teve uma temporada razoável, ainda que abaixo das expectativas, levantadas com as entradas dos conceituados Ilnur Zakarin e Roman Kreuziger. A segunda metade do ano trouxe resultados melhores e os italianos a carburar nas corridas com média montanha, aproveitando o excelente calendário que a equipa teve.



Os dados

Vitórias: Apenas 3, todas elas obtidas a partir de Junho

Pódios: Também não foram muitos os pódios, somente 1 dezena, o que é manifestamente pouco para as armas que tinham.

Dias de competição da equipa: Um total de 134 dias de competição, o que explica também porque somaram muitos pontos

Idade média do plantel: 28 anos, recheada de ciclistas experientes, apenas o checo Vacek tinha menos de 23 anos

Mais kms: O globetrotter foi o italiano Simone Velasco, totalizando 10 386 kms

Melhor vitória: Foi também Velasco, no Tour du Limousin, quando venceu isolado a 3ª etapa

O mais

A armada transalpina esteve ao seu nível, especialmente Simone Velasco nesta sua primeira incursão fora de Itália. O corredor de 25 anos impressionou de tal maneira que está a caminho da Astana para 2022 e 2023. Foi dos poucos que esteve bastante regular, fez pódio numa etapa do Tirreno-Adriatico, protagonizou a melhor vitória da equipa, fez 2º no Tour du Jura, onde só perdeu para Cosnefroy e somou mais alguns top 5 em clássicas italianas.



Marco Canola não conseguiu estar ao nível de 2017 e 2018, mas ainda assim impressionou a espaços. O regular italiano de 32 anos terminou por 7 vezes no top 10, alguns deles em provas até importantes do circuito europeu. Artem Nych foi campeão nacional e ainda fez 8º na Volta a Turquia, enquanto Cristian Scaroni esteve bem num plano mais secundário, de ajudar Velasco e Canola.

O menos

Basicamente a maioria dos ciclistas que veio do World Tour e que eram grandes apostas. Se no caso de Roman Kreuziger o checo já estava numa fase claramente descendente da carreira, Zakarin veio com a intenção de se reencontrar com os melhores momentos, num ambiente de menor pressão. O resultado foi muito, muito fraco, 8º na Vuelta as Asturias, 9º na Settimana Ciclistica e 11º na Volta a Eslovénia foi o melhor para alguém que já andou a lutar por pódios em Grandes Voltas.

De Damiano Cima e Imerio Cima também esperávamos mais, mas principalmente de Sergei Chernetskii e de Pavel Kochetkov. É verdade que o primeiro ainda faz 4º no Sibiu Tour, muito pouco olhando, por exemplo, para o que fez em 2018, em relação a Kochetkov mal se viu a época toda.




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O mercado

A perda de Simone Velasco é um rude golpe para as aspirações da equipa, que também perde Kreuziger e Kuznetsov. 3 italianos vão sair, mas 5 vão entrar, tratando-se de um reforço deste contingente a nível interno, por um lado para apoiar Scaroni e Canola, por outro com Matteo Malucelli para os sprints, Carboni e Conci para as montanhas e Fedeli e Piccolo como ciclistas completos. Destes corredores parece-nos haver ciclistas muito inconsistentes como Malucelli e outros como Carboni e Conci que têm qualidade, mas não suficiente para levar este projecto para outro nível.

No campo das entradas Eirik Lunder e Michael Kukrle são nomes mais discretos, enquanto que para a alta montanha o consistente espanhol José Manuel Diaz é reforço, bem como o talentoso Kevin Rivera, que não teve bons resultados na Bardiani, depois de sair da Androni.

O que esperar de 2022?

O plantel está recheado de bons ciclistas, mas falta-lhes um grande líder se Ilnur Zakarin voltar a ter uma temporada como 2021. Daqueles corredores que pensamos sempre para o top 10, mas que dificilmente entram nos candidatos para vitórias, um pouco na onda desta época, daí terem ganho apenas 3 corridas.

Para os puros sprints há Malucelli, enquanto Marco Canola vai continuar encarregue pelos sprints mais reduzidos. A vertente da equipa está claramente inclinada para a montanha, onde para além dos russos vão contar agora com Conci, Carboni, Rivera ou Diaz e continua a aposta em italianos para tentar uma presença no Giro. Destes nomes todos pensamos que Conci e Diaz serão aqueles mais em evidência, mas com alguns top 5 em corridas do circuito europeu no máximo.




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