Entramos nas ProTeams e a primeira viagem é até Espanha, mais precisamente até à região de Pamplona, onde se encontra a sede da Caja Rural-Seguros RGA. A formação espanhola teve um ano mais produtivo que em 2021 no entanto as vitórias apareceram em provas menores, faltou mais qualidade nas principais competições. Pela primeira vez em muitos anos, a equipa de Juan Manuel Esquisabel não esteve na Vuelta, um rude golpe no planeamento da temporada.



 

Os dados

Vitórias: Um total de 8 triunfos, com a particularidade de todos eles terem sido em Campeonatos Nacionais ou provas 2.2/1.2. Só em Portugal conseguiram 5 triunfos.

Pódios: 25 pódios, uma equipa que bateu várias vezes na trave ao longo da temporada.

Dias de competição da equipa: 177 dias de competição, um calendário todo ele disputado em solo europeu.

Idade média do plantel: 26,4 anos, um misto de juventude proveniente da equipa de desenvolvimento e da experiência, com Mikel Nieve e Eduard Prades a influenciarem.

Mais kms: Jonathan Lastra foi o maratonista, com 12 641 kms percorridos. e 80 dias de competição.

Melhor vitória: Pela importância, a conquista da Volta ao Alentejo por intermédio de Orluis Aular, o venezuelano esteve fabuloso nas estradas portuguesas. Para nós, o triunfo de Iuri Leitão na Ronde de l’Oise.

 

O mais

De longe, o destaque da equipa foi Orluis Aular. Após um ano de adaptação, o venezuelano rendeu a grande nível, conseguiu 6 triunfos, incluindo 2 etapas e a geral da Volta ao Alentejo. Tornou-se, ainda, campeão absoluto no seu país. Mais do que um sprinter, Aular passa bem a média montanha e adapta-se a pequenos topos, conseguiu 2 top-10 na Volta a Catalunha. Jonathan Lastra foi o homem mais consistente nas classificações gerais, somou 5 top-10.



Fernando Barceló e Joel Nicolau foram corredores muito combativos, mostraram-se muitas vezes em fugas e conquistaram várias classificações secundárias. Iuri Leitão estreou-se a vencer com as cores da Caja Rural na época de estreia, conseguiu mais 8 top-10, mostrando bastante consistência. Nota, também, para Jokin Murguilday 9º na Volta a Portugal e vencedor da juventude.

 

O menos

Ano para esquecer para a maioria dos trepadores da equipa, as grandes desilusões da época. Em temporada de despedida, Mikel Nieve não se mostrou conforme queria, deixando uma imagem bastante cinzenta na despedida do pelotão internacional. Michael Schlegel, Julen Amezqueta e Jhojan Garcia têm qualidade para muito mais e, os 3 juntos, não conseguiram somar um único top-10 durante toda a temporada!

 

O mercado

A formação espanhola não tem por hábito fazer grandes revoluções no plantel, e 2023 não será excepção. Saem 5 e entram outros 5. Dos que saem, 3 ciclistas vão para a reforma, incluindo Mikel Nieve, sendo que o grande nome que abandona o projeto é Jonathan Lastra. Aproveitando a formação de desenvolvimento, a Caja Rural decidiu promover 3 ciclistas que se destacaram no calendário amador esta temporada: Abel Balderstone, Joseba Lopez e Mulu Hailemichael.



A internacionalização da equipa fez-se com a chegada de dois ciclistas checos e ambos sprinters. Tomas Barta chega da ATT Investments e Daniel Babor da Elkov-Kasper. Ambos com 23 anos e, na tentativa de conseguir mais vitórias parciais, a Caja Rural decidiu arriscar na República Checa e pescar dos homens rápidos, sendo que Babor é aquele que melhores resultados apresenta.

 

O que esperar em 2023?

A equipa espanhola está, aos poucos, a transformar-se. Está a deixar de ser uma equipa com veteranos do pelotão espanhol para apostar na juventude que sai da Caja Rural-Alea, a sua equipa de formação. Nas últimas 3 temporadas, foram feitas 9 promoções e muitas delas têm dado resultado. A saída de Jonathan Lastra abre espaço a novas figuras mas também à afirmação de outros nomes. Orluis Aular tem tudo para continuar a ser figura de destaque, veremos se dá o salto e aparece, com maior regularidade nas provas do World Tour. Iuri Leitão terá que continuar a aproveitar as oportunidades, tem um bom calendário, no entanto a concorrência interna será maior com a chegada de Daniel Babor e Tomas Barta.



Fernando Barceló será um dos principais líderes nos dias mais difíceis, terá que assumir a batuta, depois de uma temporada onde apareceu a espaços. Veremos se Jhojan Garcia e Julen Amezqueta voltam às boas exibições, seria importante para a equipa e para a sua carreira, já que se encontram em ano de final de contrato. Joel Nicolau continuará a ser um corredor muito combativo, devemos vê-lo em muitas fugas, numa equipa onde Eduard Prades será o principal “mentor”.

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