A formação de Dave Brailsford voltou aos grandes resultados, conseguindo regressar aos triunfos em Grandes Voltas com um dos seus principais líderes. Vários jovens britânicos despontaram para a ribalta, com resultados muito interessantes.
Os dados
Vitórias: 35 triunfos, o número mais elevado dos últimos anos, sendo que 16 foram no World Tour.
Pódios: 99 pódios, uma temporada onde a equipa andou bem no início ao fim.
Dias de competição: 220 dias de competição, um calendário praticamente europeu.
Mais kms: Salvatore Puccio, com 11 287 kms.
Idade média do plantel: 28,8 anos, uma formação com uma mistura interessante de juventude com veterania (20 anos de Carlos Rodriguez vs 38 anos de Cameron Wurf).
Melhor vitória: O triunfo de Egan Bernal no Giro d’Itália, o colombiano voltou a mostrar ser capaz de vencer uma Grande Volta, depois de 3 grandes semanas de competição.
O mais
Após um ano para esquecer, Egan Bernal voltou a mostrar ser capaz de lutar com os melhores. Começou o ano de forma discreta mas, aos poucos, foi ganhando forma. 3º na Strade Bianche e no Tour de la Provence e 4º no Tirreno-Adriático, antes de vencer o Giro d’Itália, onde conquistou duas etapas. Terminou a temporada a ser 6º na Vuelta. As dores nas costas parecem ter desaparecido e estar totalmente ultrapassadas.
Adam Yates era um dos reforços da temporada e confirmou-se como tal, muito regular ao longo de todo o 2021. Venceu a Volta a Catalunha e uma etapa, e foi 2º no UAE Tour e 4º na Volta ao País Basco. Finalizou a época a ser 4º na Vuelta e 3º no Giro di Lombardia. Richard Carapaz também não desiludiu, conseguiu o 3º lugar no Tour e venceu a Volta a Suíça, coroando a temporada com o título olímpico. Richie Porte cumpriu nas provas de uma semana, com 3 pódios finais.
2021 foi o ano de confirmação de Ethan Hayter. Fazendo um calendário alternativo, o britânico somou 9 vitórias, uma delas em Portugal e um título nacional. Muito completo, Hayter é capaz de fazer tudo bem. Filippo Ganna teve um ano positivo, imaginem se não tivesse tido uma fase onde foi batido em alguns contra-relógios e mesmo assim triunfou em 5?! Tom Pidcock e Dylan van Baarle foram duas peças importantes nas clássicas, tanto do empedrado como do asfalto, conseguiram resultados que a INEOS Grenadiers precisava.
O menos
Depois da vitória no Giro 2020 esperava-se muito mais de Tao Geoghegan Hart mas o britânico simplesmente não apareceu na temporada. 4 top-10 em todo o ano é muito pouco para um vencedor de Grandes Voltas. Por falar em vencedores de Grandes Voltas, Geraint Thomas falhou redondamente no Tour, é certo que venceu o Tour de Romandie e foi 3º no Dauphine e na Catalunha, no entanto o galês de 35 anos desiludiu no seu grande objetivo.
Entre nomes mais secundários, Ivan Sosa e Eddie Dunbar eram ciclistas de quem esperávamos mais. O colombiano e o irlandês são capazes de muito mais, apareceram a espaços, falta-lhes a regularidade e isso impede-os de continuar a crescer na hierarquia da formação de Dave Brailsford.
O mercado
Por hábito, a formação britânica tende a mudar algumas peças do seu puzzle todas épocas. Alguns ciclistas não rendem o esperado, outros já estão noutra fase da sua carreira e torna-se inevitável a sua saída. Comparado com outros anos, este foi um ano de muitas mexidas, 7 ciclistas estão de saídas.
O nome mais importante é o de Rohan Dennis, o australiano foi peça fundamental no ano passado, este ano apareceu a espaços, e reforça a rival da Jumbo-Visma. Também de saída estão Gianni Moscon e Ivan Sosa são dois talentos que nunca renderam o que se esperava, Owain Doull, Sebastian Henao, Leonardo Basso e Michal Golas.
Pensando no futuro, a INEOS Grenadiers contratou uma série importante de jovens ciclistas. Olhando para o mercado britânico chegam Ben Tulett e Ben Turner, dois ciclistas bastante explosivos e com experiência de ciclocrosse. Kim Heiduk, Magnus Sheffield e Luke Plapp também reforçam o elenco britânico, mais 3 jovens talentos.
A adição de experiência será dada por Omar Fraile, o basco poderá ter menos liberdade mas é um gregário muito importante em vários tipos de terreno. Para o sprint, uma especialidade que a INEOS pouco aposta, Elia Viviani está de regresso.
O que esperar de 2022?
Depois desta época, Egan Bernal, Richard Carapaz e Adam Yates saem com estatuto reforçado para a liderança nas Grandes Voltas. Bernal já fez saber que quer regressar ao Tour, prova que conquistou em 2019, o que deve fazer com que Carapaz volte ao Giro e Yates faça, novamente, a Vuelta como o seu grande objetivo. Nisto tudo, como ficam nomes como Geraint Thomas e Tao Hart? Os dois desiludiram em 2021 e se o primeiro não caminha para novo, o segundo pode apenas ter acusado a pressão e com mais liberdade pode voltar a surpreender. Estamos curiosos par saber se é para o ano que Pavel Sivakov dá o salto, todos os anos a INEOS Grenadiers consegue surpreender nas principais provas.
Tom Pidcock é um fenómeno e continua a evoluir a olhos vistos, sem nunca esquecer Dylan van Baarle, os dois podem formar uma dupla muito perigosa nas clássicas e baralhar as contas dos principais favoritos. Ethan Hayter tem tudo para continuar a evoluir e começar a ganhar regularmente no World Tour, adapta-se a qualquer tipo de terreno.
Elia Viviani será o sprinter de serviço, deverá focar-se no Giro, veremos qual será a capacidade do transalpino, que deverá fazer um calendário idêntico ao de Filippo Ganna que, acreditamos, que vá continuar a dominar o contra-relógio. Entre os jovens, muita atenção à evolução de Luke Plapp, Carlos Rodriguez e Magnus Sheffield.