Iniciamos hoje a habitual série das melhores equipas do ano, será publicada 1 equipa por dia, do 30º para o 1º lugar tendo em conta o desempenho das equipas ao longo de 2019. Para ordem das equipas tivemos como base o UCI World Ranking, fazendo depois os pequenos ajustes que considerámos pertinentes.
Não foi a melhor das temporadas da Sport Vlaanderen – Baloise, uma equipa com quase 20 anos de história. Por lá passaram muitos ciclistas que agora estão no World Tour (Tim DeClercq, Tom van Asbroeck, Pieter Serry, Gijs van Hoecke, Jelle Wallays, Laurens de Vreese, Jasper de Buyst, Edward Theuns, Yves Lampaert ou Victor Campenaerts). Tem a tradição de não sendo uma equipa de formação exportar muitos talentos belgas para o World Tour. É normal certas gerações demorarem a afirmar-se e talvez tenho sido isso que aconteceu este ano na equipa, que só festejou um triunfo já em Outubro.
Os dados
Vitórias: 1
Pódios: 12 ao todo, 5 deles em provas .HC. Amaury Capiot com 4 pódios foi o destaque individual
Dias de competição da equipa: 162
Idade média do plantel: 25,6 anos
Mais kms: Thomas Sprengers, com 13280 kms, fez 80 dias de competição
Melhor vitória: A única, a de Piet Allegaert no Tour de l’Eurometropole. Um triunfo totalmente inesperado, numa clássica bem dura e diante de grandes nomes como Florian Senechal e Jasper Stuyven.
O mais
Foi o ciclista que mais pódios fez ao longo do ano na equipa e aquele que mais deu nas vistas nas grandes competições. Amaury Capiot teve a sua melhor temporada de sempre aos 26 anos, alicerçada num período estupendo desde Julho até Outubro. Além dos 4 pódios fez mais 14 top 10, incluindo 4 deles no BinckBank Tour, uma prova World Tour. Os pódios foram obtidos no Tour de Wallonie, Volta a Dinamarca e Paris-Bourges, destacando-se ainda o 5º posto no Paris-Tours.
Obviamente o que fica na memória também é o festejo efusivo de Piet Allegaert quando ganhou de forma surpreendente a 5 de Outubro após uma época que não foi fenomenal. Christophe Noppe teve a evolução que se esperava, um perigo nas semi-clássicas belgas, com quase 1 dezena de top 10, ainda se imiscuiu nos sprints da Volta a Turquia, acabando em 6º na classificação por pontos dessa prova.
O menos
Os resultados de Benjamin DeClercq foram muito semelhantes aos de 2018, o belga de 25 anos continua a ser um ciclista muito “hit or miss”, precisa de encontrar outra consistência ao longo do ano. Milan Menten chegou com muito pergaminhos depois dos resultados como sub-23 e tirando ali o período do G.P.Cerami e do Tour de Wallonie pouco se viu. O mesmo se aplica a Edward Planckaert, talvez um pouco tapado por Amaury Capiot e Christophe Noppe, que têm características semelhantes.
Thomas Sprengers é dos corredores mais experientes e consistentes desta equipa aos 29 anos, depois de em 2018 ter feito top 10 em provas como a Volta ao Luxemburgo e a Brabantse Plij não conseguiu o mesmo nível de resultados este ano.
O mercado
À primeira vista não correu nada bem para a equipa belga, que perde Dries van Gestel (top 15 no Tour des Flandres este ano), Benjamin DeClercq e Christophe Noppe (ambos para a Arkea-Samsic), Piet Allegaert (para a Cofidis), Preben van Hecke e Moreno de Pauw vão-se retirar do ciclismo e Mathias van Gompel ainda não tem contrato para 2020. Numa formação como a Sport Vlaanderen é normal isto acontecer, sem grande poderio financeiro as maiores estrelas saem e é tempo dos ciclistas que estavam na segunda linha afirmarem-se e dá espaço para os jovens crescer.
O cenário não é famoso, perdem 4 corredores que têm dado resultados positivos e o capitão de estrada na figura de Preben van Hecke. Os reforços são relativamente desconhecidos, 5 jovens que passam a profissional. Cédric Bullens foi 2º no Tour des Flandres sub-23 e 5º na Gent-Wevelgem sub-23 este ano, Fabio van des Bossche (19 anos) foi 5º nos nacionais de contra-relógio em sub-23, Julian Mertens (22 anos) parece ser um puncheur/trepador, 7º na Liege-Bastogne-Liege sub-23 e 3º na Ronde de l’Isard, Gilles de Wilde foi vice-campeão belga de estrada em sub-23 aos 20 anos e Sander de Pestel não tem grandes resultados a assinalar.
O que esperar de 2020?
Acima de tudo muita combatividade como sempre e um papel de destaque nas semi-clássicas belgas. Uma equipa que será liderada por Amaury Capiot em muitas provas e onde as segundas linhas como Jordi Warlop e Milan Menten terão de preencher o vazio deixado pelas saídas. Olho ainda a Aaron Verwilst ou Sasha Weemaes.
Os jovens que entraram este ano terão espaço para aprender e evoluir, até podem aparecer ocasionalmente mas é em 2021 que devemos esperar o derradeiro salto.