Começamos a nossa tradicional série de melhores equipas do ano com a menção da melhor equipa Continental de 2022. A Bolton Equities Black Spoke Pro Cycling (vamos a partir de agora reduzir para Bolton) foi uma agradável surpresa em 2022 e mereceu este lugar na nossa tabela. Este projecto nasceu em 2020, alargou o seu plantel em 2021 e em 2022 decidiu fazer algo raro nas equipas Continentais australianas/neozelandesas, vir competir com regularidade para a Europa. Essa aposta correu muito bem e maximizou um plantel muito interessante, repleto de juventude, mas com o toque de experiência dado por Vink, Gate e Oram, que terminou a temporada com dezena e meia de vitórias e alguns momentos memoráveis.



Os dados

Vitórias: Um total de 15 triunfos, 7 deles logo no início do ano na Oceania e depois somaram mais 8 vitórias na Europa.

Pódios: 27 pódios, a equipa teve mais vitórias do que segundos e terceiros lugares, o que diz bem da sua eficácia ao longo do ano.

Dias de competição da equipa: 70 dias de competição, sendo que 65 deles foram a partir de Abril

Idade média do plantel: 25 anos, uma mistura saudável entre 3 corredores mais veteranos e 5 ciclistas sub-23

Mais kms: Quem competiu mais foi Ryan Christensen, com um total de 8184 kms

Melhor vitória: Quando Aaron Gate se escapou ao reduzido pelotão no último quilómetro na 3ª etapa da Volta ao Luxemburgo. Não só foi espectacular, como teve transmissão televisiva e foi numa corrida da ProSeries.

 

O mais

Aaron Gate foi o grande destaque desta Bolton e realizou a melhor temporada em termos pessoais aos 31 anos. Foi campeão da Oceania de contra-relógio logo a abrir a época, depois uma fuga na primeira etapa na Volta a Grécia permitiu-lhe não só vencer a etapa como também conquistou a geral. Foi 4º na Ronde de l’Oise, 10º na Volta a Bélgica, foi campeão da Commonwealth e ainda assinou a exibição de luxo na 3ª etapa da Volta ao Luxemburgo.



Tom Sexton, outro bom contra-relogista visto que muitos destes corredores vêm da pista, ganhou o prólogo no Turul Romaniei. Já James Fouche, ciclista que sempre foi conhecido por ser muito combativo e ter um grande motor, foi campeão nacional e continental de estrada, ganhou a Ronde de l’Oise e foi peça importante noutros triunfos dos companheiros, seja a integrar fugas ou a fazer perseguições.

Mark Stewart foi uma enorme surpresa, o britânico de 27 anos é um puro especialista em pista e até está actualmente a competir na Liga dos Campeões, ao longo do ano mostrou os seus dotes na média montanha. Abriu a temporada a triunfar na New Zealand Cycle Classic, foi 3º na Volta a Grécia e completou o ano com chave de ouro no Turul Romaniei, ganhando a geral após um bom prólogo, sobrevivendo aos cortes e integrando um grupo importante na etapa mais dura.

 

O menos

Não houve grandes destaques pela negativa, passando os olhos nos ciclistas do plantel apenas esperávamos mais de James Oram, o neozelandês não só é um dos mais experientes como é um dos mais conceituados, contando com passagens pela Axeon e até pela Bike Exchange. Oram, que até já ganhou 1 etapa na Volta ao Alentejo, fez apenas 1 top 10 ao longo de 2022.

 

O mercado

Ainda não há nada oficial, o que se sabe para 2023 é que existe a intenção dos responsáveis da equipa para subir ao segundo escalão da hierarquia mundial. Seria a primeira equipa neozelandesa da história no escalão das ProTeams, resta saber se existe plantel para subir mais um patamar, certa está a saída de Michael Vink para a UAE Team Emirates e a manutenção de Aaron Gate, James Fouche e Mark Stewart, 3 peças fundamentais, mas é necessário mais e melhor para responder às exigências de, muito possivelmente, um novo panorama competitivo.



O que esperar em 2023?

É um projecto em crescimento, mas não será fácil fazer a transição para uma ProTeam, é preciso acrescentar mais qualidade e quantidade de ciclistas para conseguirem fazer um calendário mais alargado. Recrutar na Nova Zelândia não chegará, será necessário ir à Austrália recrutar corredores experientes e com qualidade.

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