A temporada da Movistar foi boa, sem ser extraordinária. Dentro das grandes figuras, enquanto Alejandro Valverde continuou a deslumbrar, Nairo Quintana e Mikel Landa tiveram épocas abaixo do seu real nível. Apareceu uma segunda linha de trepadores que surpreendeu, tanto que o melhor resultado da Movistar numa classificação geral de uma prova de 3 semanas foi autoria de Richard Carapaz, sendo este o grande calcanhar de Aquiles dos comandados de Eusebio Unzue.



A preponderância de Alejandro Valverde foi tanta, que o espanhol de 38 anos somou 50% dos triunfos da Movistar, 13 num total de 26 (somando ainda o título mundial de estrada no final da época em representação da selecção espanhola, a 14ª vitória da época de Valverde). “El Bala” começou a ganhar no 1º dia de Fevereiro e só parou no último dia de Setembro. Deixou a sua marca na Volta à Comunidade Valenciana, no Abu Dhabi Tour, na Volta a Catalunha, no G.P. Miguel Indurain, na Route d’Occitanie e na Vuelta. Nem sequer ganhou nas Clássicas das Ardenas (habitual terreno predilecto) e foi considerado pelos nossos leitores como o Melhor Ciclista do Ano. Basicamente Alejandro Valverde não só somou metade dos triunfos, como também fez metade dos pontos da equipa.

Já falámos antes numa segunda linha de trepadores que apareceu em 2018 dentro da Movistar, e a figura máxima foi Richard Carapaz, vencedor de 1 etapa e 4º classificado no Giro. Antes o equatoriano já tinha mostrado a sua capacidade ao levar de vencida a Vuelta Asturias. Ainda acabou a época a ajudar na Vuelta. Marc Soler continuou a sua afirmação ao ganhar o Paris-Nice, juntando a isso o 3º lugar na Vuelta a Andalucia e o 5º posto na Volta a Catalunha. Carlos Barbero andou bem nas competições internas, ganhou etapas na Vuelta a Castilla y Leon, na Vuelta a Madrid e na Vuelta a Burgos.



Os outros 2 grandes líderes da equipa desiludiram e não renderam como esperado. Nairo Quintana foi 8º na Vuelta e 10º no Tour, as vitórias na 7ª etapa da Volta a Suiça e na 17ª tirada do Tour foram os pequenos laivos de brilhantismo. Não conseguiu somar nenhuma prova de 1 semana ao seu palmarés. Mikel Landa demorou a carburar, foi 6º na Vuelta a Andalucia e no Tirreno-Adriatico e 2º na Volta ao País Basco, antes de ser 7º no Tour. Depois caiu na Clasica San Sebastian e ficou estragado o final de temporada do basco. Em relação aos ciclistas de trabalho claramente Rafael Valls e Carlos Betancur voltaram a estar muito abaixo do esperado, e numa equipa com somente 25 elementos não pode haver elementos tão importante na montanha em sub-rendimento.



A Movistar continuará em 2019 com um lote de 25 ciclistas, saíram Dayer Quintana, Nuno Bico, Victor de la Parte e Jaime Roson (este último está suspenso). Numa troca de ciclistas de trabalho entraram Lluis Mas, Carlos Verona e Eduard Prades (depois da melhor temporada da sua carreira). A entrada principal é de Jurgen Roelandts, que poderá dar outra consistência e mais alternativas ao bloco das clássicas, que já conta com Imanol Erviti e Nelson Oliveira como principais protagonistas.

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