Ano de sonho para a equipa árabe que venceu um pouco por todo o lado, tendo como destaque a primeira Grande Volta da carreira. Os portugueses da UAE Team Emirates estiveram em bom nível, cada um cumprindo o seu papel, com destaque para o primeiro triunfo internacional de Rui Costa desde 2017.



 

Os dados

Vitórias: 33 triunfos, a segunda equipa com mais vitórias da temporada, um terço delas conseguidas no World Tour

Pódios: 78 pódios, um número que revela a temporada incrível que a formação árabe fez

Dias de competição: 174 dias, um calendário à base das competições World Tour e do calendário italiano

Idade média do plantel: 28 anos, um plantel com vários corredores experientes (5 acima de 33 anos) mas com 6 ciclistas abaixo dos 23 anos

Mais kms: David de la Cruz foi o maratonista da equipa com 9716 kms em 60 dias de competição

Melhor vitória: O contra-relógio da etapa 20 do Tour de France, uma exibição épica que levou Tadej Pogacar ao triunfo final no Tour de France

 

O mais

Depois do brilharete na Vuelta de 2019, Tadej Pogacar subiu, ainda mais a fasquia, ao vencer o Tour de France na estreia, arrebatando 3 etapas! Antes venceu Volta a Comunidad Valenciana, foi campeão nacional de contra-relógio, 2º no UAE Tour e 4º no Dauphine. A acabar o ano, ainda foi 3º na Liege-Bastogne-Liege.



Diego Ulissi andou bem de janeiro a outubro, com pódios em clássicas e provas por etapas, destacando-se as duas vitórias no Giro e o triunfo na Volta ao Luxemburgo. Alexander Kristoff continua a ser fiável, um poço de regularidade que apareceu para vencer no Tour e terminar em 3º no Tour de Flandres. Jasper Philipsen assumiu-se como um dos grandes sprinters da equipa, vencendo na Vuelta e conseguindo diversos top-10. Brandon McNulty continua a sua evolução e somou top-10 finais em San Juan e Andalucia.

Rui Costa regressou às vitórias internacionais no Saudi Tour, onde acabou em 3º, foi 4º no Algarve e sagrou-se campeão nacional de estrada. Ivo Oliveira venceu a prova de contra-relógio e foi muito importante para a equipa na Vuelta, onde também esteve Rui Oliveira, que se está a tornar um lançador importante.

 

O menos

Fernando Gaviria até conseguiu levantar os braços por 6 vezes mas nenhuma delas foi no World Tour, onde somou só 2 pódios. O colombiano parece estar a passar por uma fase de falta de confiança, não se consegue colocar bem, com o seu comboio, em especial Maximiliano Richeze a descerem o nível.



Davide Formolo apareceu a espaços, venceu no Dauphine e foi 2º na Strade Bianche, mas precisa de ser mais regular se quer continuar a ganhar espaço. Foi na montanha que a equipa mais falhou. Sergio Henao, Joe Dombrowski, Valerio Conti e Fabio Aru foram sombras de si mesmo, com temporadas muito fracas, longe do que já mostraram.

 

O mercado

Mercado pouco movimentado para o lado dos Emirados Árabes Unidos. Saem 5 ciclistas, 4 deles em fim de ciclo, que pouco ou nada acrescentaram. Falamos de Edward Ravasi, Tom Bohli, Sergio Henao e Fabio Aru, a quem se junta Jasper Philipsen, que sai em busca de mais liberdade.

As contratações são cirúrgicas. Rafal Majka chega para reforçar o bloco de montanha de Tadej Pogacar, dando um importante apoio ao esloveno, algo que faltou esta temporada, sendo que também terá a liderança em muitas provas. Ryan Gibbons e Matteo Trentin são dois homens rápidos, que passam bem as dificuldades e andam bem nas clássicas, ciclistas todo-o-terreno, sinónimo de bons resultados. Em Agosto, chegará Juan Ayuso, uma das maiores promessas do ciclismo espanhol, com apenas 18 anos.



 

O que esperar de 2021?

Tadej Pogacar continuará a ser o líder máximo e, aos 22 anos, terá a revalidação do título do Tour de France no horizonte, num objetivo que não se avizinha fácil pois o percurso não é ao seu jeito. O esloveno costuma andar bem todo o ano e devemos vê-lo na luta por muitas provas. Rafal Majka será um gregário de luxo, podendo ter liberdade numa ou noutra prova e, talvez, a liderança numa Grande Volta.

Diego Ulissi viu-se obrigado a fazer uma pausa no ciclismo devido a uma miocardite o que é uma pena depois da grande temporada que fez. Veremos quando e como regressa, é um perigo em provas com alguma dureza. David de la Cruz e Davide Formolo são muito combativos, não viram a cara à luta pelo que devemos vê-los muitas vezes na frente, com o italiano a puder ser um destaque nas clássicas de asfalto. Atenção ao jovem Brandon McNulty, está a evoluir a olhos vistos.



Para as clássicas do empedrado, Alexander Kristoff continua a ser muito fiável e com a chegada de Matteo Trentin, podem formar uma dupla muito forte. Fernando Gaviria terá que melhorar nas chegadas ao sprint, conquistar mais vitórias e conseguir colocar-se melhor e não depender tanto do comboio. Relativamente aos portugueses, Rui Costa tentará caçar etapas e focar-se em provas de uma semana com alguma dureza, com Rui Oliveira a fazer parte dos comboios de sprint e Ivo Oliveira a ter um papel fundamental no trabalho para os seus líderes.

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