Os pupilos de Alexandre Vinokourov realizaram a sua melhor temporada de sempre. Uma época de sonho, a mais vitoriosa de sempre, onde se inclui a conquista de um Monumento.
Os dados
Vitórias: 37 triunfos, 10 deles conseguidos por Alexey Lutsenko.
Pódios: 90 pódios, um número impressionante, o que revela o ano da equipa cazaque.
Dia de competição da equipa: 269 dias de competição, um calendário vasto.
Idade média do plantel: 28.7 anos, um misto de juventude com veterania.
Mais kms: Luis Leon Sanchez com 14 898 quilómetros.
Melhor vitória: A fantástica cavalgada de Jakob Fuglsang na Liége-Bastogne-Liége. Num novo percurso, atacou de longe, deixando todos para trás, chegando isolado à meta.
O mais
Jakob Fuglsang abriu o livro em 2019. Aos 34 anos, o dinamarquês esteve melhor que nunca e, para além de subir como nunca o vimos, também fez uma campanha de clássicas excelente, onde foi o único a rivalizar com Julian Alaphilippe. Venceu a Vuelta a Andalucia e o Dauphine, foi 2º na Strade Bianche, 3º no Tirreno-Adriatico onde ganhou uma etapa, 4º na Volta ao País Basco e na Il Lombardia. Foi o único ciclista a fazer pódio nas 3 clássicas das Ardenas (ganhou Liege, foi 2º na Fleche Wallone e 3º na Amstel Gold Race). No Tour de France, foi forçado a abandonar, quando a expectativa era muita.
E o que dizer de Alexey Lutsenko? Continuou a evolução na montanha e voltou a triunfar no Tour of Oman, ganhando 3 tiradas. 4º na Omloop, 7º na Strade Bianche, ganhou no Tirreno e foi duplo campeão do Cazaquistão. A parte final de temporada foi incrível. Ganhou Arctic Race, foi 4º na Volta a Alemanha e venceu Coppa Sabatini e Memorial Marco Pantini.
Pello Bilbao voltou a ser regular nas provas de uma semana e um gregário de luxo para os seus líderes nas grandes provas. O mesmo podemos dizer dos irmãos Izagirre, Ion e Gorka.
O menos
É verdade que Miguel Angel Lopez não fez uma má temporada, ganhou a Colombia 2.1 e a Volta a Catalunha mas desiludiu nas Grandes Voltas, onde o colombiano esperava muito melhor, algo que já conseguiu em temporadas anteriores. Foi “apenas” 7º no Giro e 5º na Vuelta, provas onde já terminou no pódio final.
Magnus Cort é, agora, mais que um sprinter. Um ciclista que passa bem a montanha e se destaca em caçar etapas. Mesmo assim, uma temporada fraca, onde somou 1 vitória e somente mais dois top-10. Omar Fraile é sempre um gregário importante mas, a nível pessoal, a sua temporada foi bastante fraca.
O mercado
O mercado de transferências foi algo atribulado para os lados do Cazaquistão. A formação de Alexandre Vinokourov viu sair ciclistas importantes do seu bloco de montanha: Dario Cataldo, Davide Villella, Andrey Zeits, Jan Hirt e Dario Cataldo. 5 perdas importantes de corredores que já estavam na equipa há algum tempo. Davide Ballerini e Magnus Cort são perdas importantes para as clássicas.
A Astana tentou precaver tudo isto e reforçou-se com um misto de ciclistas já experientes mas também com jovens valores com muita qualidade. Aleksandr Vlasov é um trepador que teve uma temporada excelente, ombreando com ciclistas do World Tour, e isso valeu-lhe a subida ao World Tour. Oscar Rodriguez vai, também, reforçar o bloco de montanha e o contingente espanhol da equipa, que também vê chegar o puncheur Alex Aranburu. Da Colombia chega Harold Tejada, vencedor de uma etapa no Tour de l’Avenir.
Fabio Felline é um corredor muito completo, bom no contra-relógio, excelente ponta final e passa bem as dificuldades, encaixando em vários papéis dentro da equipa. Davide Martinelli é um possante ciclista que protege os líderes nas partes mais planas e Vadim Pronskiy é promovido da Vino-Astana Motors.
O que esperar em 2020?
Os principais ciclistas da equipa mantiveram-se mas a novidade surge no calendário destes. Depois de uma temporada menos conseguida, Miguel Angel Lopez vai, pela primeira vez, focar-se no Tour de France, ele que irá começar a temporada na Volta ao Algarve. Estamos expectantes para ver o que consegue fazer o colombiano.
De olhos pontos nos Mundiais e nos Jogos Olímpicos, Jakob Fuglsang irá fazer o Tour como preparação para essa prova e, desse modo, o seu grande foco serão as clássicas das Ardenas, onde se deu tão bem em 2019, e o Giro d’Itália. Alexey Lutsenko continuará a ser uma peça fundamental nas provas de uma semana e clássicas, onde acreditamos que Gorka e Ion Izagirre vão assumir papéis importantes. Muita atenção à temporada de Aleksandr Vlasov.