Uma temporada de altos e baixos onde apareceram figuras menos esperadas para salvar uma época atípica, em que mesmo assim a formação britânica ganhou uma Grande Voltas.



 

Os dados

Vitórias: Quase 2 dezenas, sendo que de forma incrível 7 delas foram no Giro, a somar também a classificação geral

Pódios: 54 pódios, sendo que mais de metade deles foi no World Tour, um registo impressionante

Dias de competição: 155 dias de competição, é uma equipa que não compete muito fora do World Tour

Idade média do plantel: 29,3 anos, com 14 corredores acima dos 30 anos

Mais kms: Dylan van Baarle fez um pouco de tudo, entre Grandes Voltas e clássicas, percorrendo 10 076 kms

Melhor vitória: Há muito por onde escolher, mas a dobradinha conquistada por Michal Kwiatkowski e Richard Carapaz no Tour foi muito especial.

 

O mais

Richard Carapaz entrou e ganhou uma posição interna muito forte de rompante, depois de ganhar uma etapa na Volta a Polónia entrou no Tour como gregário de Egan Bernal, tendo liberdade na última semana para voar. E voou, foi 2º em 2 etapas, tendo oferecido a vitória a Kwiatkowski numa delas, e ainda foi fazer 13º na geral e 2º na montanha. Foi à Vuelta como líder único e lutou até ao fim para bater Primoz Roglic, perdendo por escassos segundos.



A Tao Hart aconteceu algo semelhante, foi para o Giro como gregário de Geraint Thomas, foi subindo lugares atrás de lugares e entrou na última semana em grande forma e em posição de discutir a vitória, levando o triunfo final e 2 etapas. Filippo Ganna fez uma temporada quase perfeita, campeão nacional, campeão mundial e 4 etapas no Giro, uma delas disputada em linha. Só perdeu um contra-relógio, logo na Vuelta a San Juan para Remco Evenepoel. Rohan Dennis desiludiu no contra-relógio, mas praticamente sozinho ofereceu o triunfo no Giro a Tao Hart. Nota ainda para Jhonatan Narvaez e Ethan Hayter que tiveram muito boas épocas.

 

O menos

Não se pode propriamente considerar Chris Froome uma desilusão, é quase um milagre estar a pedalar ao mais alto nível depois das lesões que teve. Mas a dupla Geraint Thomas/Egan Bernal sim, esteve abaixo do esperado, falhando nos momentos decisivos. A temporada de Bernal estava a ser boa até ao Dauphine, onde começou a sentir problemas físicos. Os problemas continuaram a arrastaram-se até ao Tour, onde foi novamente a abandonar. Já Geraint Thomas estava a preparar o Giro subindo a forma gradualmente e depois deixou a prova logo na 4ª etapa, depois de cair na etapa do Etna e perder 10 minutos.

Depois houve uma série de ciclistas que não esteve assim tão bem quanto isso, principalmente face a 2019, nomeadamente Chris Lawless, Gianni Moscon, Ivan Sosa e Eddie Dunbar.



 

O mercado

Saindo Chris Froome, muito directamente, é o fim de uma era e fecha-se inevitavelmente um ciclo importante. Deixam também a equipa Christian Knees e Ian Stannard, 2 poços de experiência, e Chris Lawless, procurando mais espaço para os seus objectivos.

As entradas são de peso, na tentativa de tornar a Ineos Grenadiers novamente a maior força nas Grandes Voltas. Richie Porte, Adam Yates, Daniel Martinez e Laurens de Plus são todos ciclistas para andar entre os melhores na alta montanha, e todos já mostraram isso mesmo. Yates já foi 4º no Tour, Porte já foi 3º, sendo que o australiano vai somente para trabalhar e Yates talvez para liderar numa Grande Volta. Depois Martinez e de Plus são apostas mais para o futuro, sendo que com Daniel Martinez o potencial é tremendo face à sua capacidade no contra-relógio. Por falar em potencial, Thomas Pidcock é um fenómeno, mas veremos se a equipa britânica é a melhor para o seu desenvolvimento como corredor.



 

O que esperar de 2021?

O plantel para as Grandes Voltas até assusta de tão bom que é. Cremos que Egan Bernal, Richard Carapaz e Geraint Thomas ainda partirão para qualquer desafio de 3 semanas com a liderança nos seus ombros, mas há uma série de nomes assustadoramente à espera e falamos de Tao Hart, Pavel Sivakov, Adam Yates e numa terceira linha Ivan Sosa e Daniel Martinez. Isto permite à equipa ir para todas as Grandes Voltas com 1ª, 2ª e, eventualmente, 3ª opção, contando ainda com gregários preciosos como Van Baarle, Castroviejo, Kwiatkowski ou Amador. Para as clássicas é que a manta encolhe, mas mesmo muito jovem veremos o que Pidcock conseguirá fazer, com a ajuda de Baarle e Rowe.

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