A equipa germânica teve um excelente ano de 2022, com vários triunfos importantes, incluindo uma vitória numa Grande Volta. Vários ciclistas apareceram em grande forma e excederam-se para atingir grandes resultados.
Os dados
Vitórias: 30 triunfos, com 13 a serem em provas do WorldTour
Pódios: 75 pódios, com a primeira metade da temporada a ser a mais relevante nesta contagem
Dias de competição da equipa: 267 dias, sobretudo corridos na Europa, com passagens pela Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Canadá.
Idade média do plantel: 27,9 anos. O elemento mais velho é Cesare Benedetti com 35 anos.
Mais kms: 14220 Km feitos por Danny Van Poppel.
Melhor vitória: Triunfo de Jai Hindley na etapa 9 do Giro.
O mais
O melhor ano de sempre para Jai Hindley! Venceu uma etapa e o Giro de Itália pela primeira vez, 5.º no Tirreno Adriático, 7.º na Volta à Burgos e fechou em 10.º na Vuelta. Aos 26 anos, o australiano, tem um percurso peculiar dentro do ciclismo profissional, com apenas 8 triunfos, dois na China e três na Austrália, mas em provas 2.1, e depois três no Giro (contando com etapas e gerais).
O russo Aleksandr Vlasov venceu a uma etapa e geral da Volta à Comunidade Valenciana, 3.º na Flèche Wallonne, conquistou o contrarrelógio e a geral do Tour da Romandia, etapa no Tour da Suiça e terminou em 5.º no final do Tour. Fez, provavelmente, a sua melhor época em termos de importância de resultados. É uma das principais armas da equipa para atacar as gerais e, quando está no pico de forma, é um caso sério.
Outro nome importante é o de Sergio Higuita. Sagrou-se campeão nacional colombiano de estrada no início do ano, depois veio a Portugal, para vencer no alto do Malhão, seguiu-se a vitória na geral da Volta à Catalunha, 5.º na Liège-Bastogne-Liège, etapa no Tour da Romandia, 2.º classificado no Tour da Suiça, etapa na Volta à Polónia e terminou bem o ano nas clássicas italianas. Sobe e desce muito bem e tem um grande sprint em grupos reduzidos.
Este ano trouxe-nos um mestre do lançamento do sprint protagonizado por Danny Van Poppel. Esteve num patamar de elite, só ao alcance dos melhores, e sentiu-se muitas vezes que poderia ter feito um grande resultado, caso fosse a aposta principal.
Lennard Kamna tinha apenas três triunfos na carreira, só neste ano somou mais quatro. Venceu uma etapa na Volta à Andalucia, outra no Tour dos Alpes, uma no Giro de Itália e sagrou-se campeão nacional alemão de contrarrelógio.
O menos
Temos de colocar Sam Bennett. Não esteve à altura da equipa que teve à disposição. Venceu a Eschborn-Frankfurt e duas etapas na Vuelta, no entanto, estamos habituados a que seja um sprinter mais dominante e capaz de alcançar melhores resultados. Foi carregado por Danny Van Poppel.
Maximilian Schachmann, Felix Grosschartner e Wilco Kelderman estiveram uns furos abaixo do seu nível nas provas por etapas. Ide Schelling teve uma quebra grande relativamente ao ano passado,
O mercado
Poucas mexidas no mercado, com as saídas de Wilco Kelderman para a Jumbo-Visma, Felix Grosschartner ruma à UAE Team Emirates, Martin Laas para a Astana e Lukas Postlberger sai para a Team BikeExchange-Jayco.
Entradas de Bob Jungels, Nico Denz, Victor Koretzky e Florian Lipowitz.
O primeiro é o nome mais conhecido devido ao seu trajeto como ciclista. Não tem muita consistência de resultados, e aparece de vez em quando com um “coelho na cartola”. Teve alguns problemas de saúde o que também prejudicou as suas performances nos últimos tempos. Para além de se ter sagrado campeão nacional luxemburguês de contrarrelógio, como já é costume, venceu a etapa nove do Tour. É bom contrarrelogista e pode ser uma carta a considerar para o bloco das clássicas.
Nico Denz é um ciclista versátil, mas será contratado sobretudo para ajudar e ser gregário nas provas de um dia.
Koretzky chega da B&B Hotels-KTM, continuará a ser jornada no BTT e na estrada em simultâneo. Venceu a etapa 3 no Alpes Isère Tour, mas ainda deu para perceber pouco o que realmente pode conseguir no ciclismo de estrada.
Florian Lipowitz estava na Tirol KTM, equipa de desenvolvimento parceira da Bora, e integrou os quadros da sua nova equipa a partir do dia 1 de agosto, como estagiário, acabando depois por assinar para as próximas duas temporadas. O jovem de 22 anos veio do biatlo.
O que esperar em 2023?
Continuará a ser uma equipa com múltiplas opções para as diferentes provas da temporada, já é a imagem de marca. Para as classificações gerais, a formação germânica continua com muitas opções para discutir as provas. Aleksandr Vlasov, Jai Hindley e Higuita encabeçam a lista. Têm vários outros ciclistas capazes de oferecer bons resultados, como: Schachmann, Kamna e Buchmann.
Para os sprints, a arma principal continua a ser Sam Bennett. O irlandês tem de mostrar o porquê de ter sido contratado, ainda para mais vai para o seu último ano de contrato, os seus resultados terão um peso especial no final da temporada. A equipa dispõe ainda de Danny Van Poppel, caso não esteja em trabalho para Bennett, é garantidamente um nome importante. Jordi Meeus é um ciclista capaz de atingir bons resultados, tanto em etapas de provas de uma semana como nas clássicas belgas. Matthew Walls pode ser uma opção válida para algums sprints de provas menos importantes.
Para as clássicas do empedrado, a equipa tem alguma escassez nas opções, mas a equipa deverá basear-se num bloco com: Nils Politt, Jonas Koch, Marco Haller, Jordi Meeus, Ryan Mullen, Van Poppel, Bob Jungels e Nico Denz também pode entrar nesta equipa.
Para as clássicas das Ardenas, a equipa tem vários nomes: Higuita, Vlasov, Aleotti, Hindley, Schelling, Schachmann e Jungels.
A equipa tem ainda vários nomes que podem finalmente despontar como sensações do ano. Cian Uijtdebroeks é um ciclista jovem, com 19 anos, e que venceu o Tour de l´Avenir este ano. Olhando para o passado, para se ter ideia, os últimos vencedores desta prova foram: Tobias Halland Johannessen, Tobias Foss, Tadej Pogacar, Bernal, Gaudu, M.Soler e Miguel Ángel López. É um jovem de quem se espera muito no futuro. Giovanni Aleotti já demonstrou que pode obter bons resultados, mas ainda tem de evoluir muito.
Por: André Antunes