A Bora-Hansgrohe teve o ano dos sprinters. Os 3 homens rápidos da equipa somaram 24 vitórias, enquanto que os restantes ciclistas ganharam mais 8 provas, perfazendo um total de 32 triunfos, o que é um excelente número.




É verdade que Peter Sagan já está há tanto tempo na ribalta (praticamente desde 2011) que se desvaloriza um pouco quando o eslovaco fez a época que fez. O que é certo é que ganhou muito, e sempre a um nível elevado. 1 etapa no Tour Down Under, a Gent-Wevelgem, o Paris-Roubaix, 1 etapa na Volta a Suiça e 3 tiradas no Tour, juntando ainda a classificação por pontos. É preciso não esquecer também que a queda sofrida no Tour o afectou na parte final da temporada, apresentando-se abaixo do nível habitual na Vuelta. Fez ainda top 10 em grandes clássicas como a Strade Bianche, o Tour des Flandres e a Amstel Gold Race.

Dentro da equipa, foi Pascal Ackermann quem mais ganhou, conseguindo 9 vitórias. O alemão de 24 anos passou de quase desconhecido a estrela do sprint mundial. Já nas clássicas demonstrou potencial, mas os triunfos começaram a chover no Tour de Romandie e seguiu-se o Criterium du Dauphine, os campeonatos nacionais, a Prudential RideLondon, a Volta a Polónia, a Brussels Cycling Classic, o G.P. Fourmies, e fechou no Tour of Guangxi. Atenção que Ackermann não é propriamente um puro sprinter, passa muito bem colinas e finaliza bem em pequenos topos. Sam Bennett de certa forma também se afirmou, foi uma das estrelas do Giro, onde festejou por 3 vezes, e como já tinha feito no ano passado, dominou na Volta a Turquia. Alguns ciclistas de montanha estiveram bem, particularmente Patrick Konrad (7º no Giro), Emanuel Buchmann (pela sua consistência) e Felix Grosschartner, que ainda é muito novo.




Por outro lado, e é verdade que não teve uma época horrível, mas esperávamos muito mais de Rafal Majka. Aos 29 anos, o polaco fez 5 pódios, nunca festejando o triunfo em 2018. Andou sempre por lá, mas tanto no Tour como na Vuelta ficou cedo arredado do top 10 da geral e depois falhou na conquista da etapa, e mesmo nas provas de 1 semana o seu desempenho foi fraco. Peter Kennaugh deu ares da sua graça no final de temporada, mas ainda esteve longe do desempenho que teve em 2014 ou 2016, por exemplo. Maciej Bodnar também esteve mal na sua especialidade, o contra-relógio, não logrou nenhum pódio no World Tour.

Depois de uma excelente temporada percebe-se perfeitamente a atitude da Bora-Hansgrohe. Em equipa que ganha (muito) não se mexe (muito). Saíram Michael Kolar, Aleksejs Saramotins e Matteo Pelucchi e entraram 3 ciclistas bem conhecidos. Jempy Drucker e Oscar Gatto serão excelentes trunfos nas clássicas e uma grande ajuda para Peter Sagan, que tinha em Daniel Oss e Marcus Burghardt os apoios mais próximos e Maximilian Schachmann sai da Quick-Step Floors após uma época fabulosa, onde provou que consegue andar bem em todo o tipo de terreno.




Caso a Bora-Hansgrohe consiga continuar a trabalhar e a evoluir alguns dos seus talentos como Patrick Konrad, Emanuel Buchmann ou Felix Grosschartner e juntar a isso uma manutenção do nível nas clássicas e dos seus principais sprinters, a estrutura alemã tem tudo para ser uma das 3 melhores equipas em 2019.




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