Uma época de muita qualidade da equipa alemã, liderada por Iwan Spekenbrink, onde os resultados foram aparecendo, muitas vezes de forma inesperada. Vários jovens despontaram este ano, e prometem muito para 2021. A nova época traz novidades, a equipa passa a ter novo patrocinador principal, passando de Sunweb para DSM, e um novo equipamento, com o preto a ser a cor base do modelo.



Os dados

Vitórias: 16 triunfos, nove deles no WorldTour

Pódios: 56 pódios, 36 foram em provas do escalão máximo do ciclismo

Dias de competição: 150 dias, corridos acima de tudo na Europa, com algumas corridas na Oceânia e Ásia.

Idade média do plantel: 25,5 anos, é a formação com a idade média mais jovem do pelotão do WorldTour.

Mais kms: Nico Denz com 8846 km, percorridos em 55 dias

Melhor vitória: Triunfo de Soren Kragh Andersen na etapa 14 do Tour. Um ataque ousado, nos últimos quilómetros, em que mais ninguém o agarrou. É uma escolha difícil, visto que a equipa teve várias vitórias de qualidade.

O mais

A melhor época de sempre do dinamarquês Soren Kragh Andersen, com duas vitórias em contrarrelógios, no Paris-Nice e no BinckBank Tour, e duas vitórias soberbas, com ataques de longe, no Tour de França. O motor, do ciclista de 26 anos, pareceu imparável nos ataques que fez.

Uma das revelações do ano foi o suiço Marc Hirschi, campeão mundial e europeu de estrada em 2018, na categoria de sub-23. Destacou-se na segunda parte da temporada, com exibições de grande nível no Tour, onde conquistou uma etapa, a sua primeira vitória como profissional. Ficou no 3.º lugar na prova de estrada do Campeonato do Mundo, venceu a Flèche Wallonne com categoria, e ficou muito perto de triunfar na Liège-Bastogne-Liège, perdendo apenas para o extraordinário Primoz Roglic. Tem apenas 22 anos…



Os dois protagonistas da campanha da equipa na Volta a Itália, Jai Hindley e Wilco Kelderman, fizeram as suas melhores prestações de sempre numa Grande Volta. O primeiro, o australiano de 24 anos, venceu a geral do Herald Sun Tour, onde conquistou duas etapas, e teve momentos de grande exibição no Giro, onde era um segundo plano, que passou a ser a primeira figura da equipa. Fez uma corrida muito regular e venceu a etapa 18. Foi para o contrarrelógio final, vestido de rosa, mas acabou na segunda posição da geral.

O holandês Kelderman, teve uma das melhores épocas de sempre, muito constante, terminou em 5.º lugar da geral no Tour de Provence, 6.º no UAE Tour, 7.º no Tour da Polónia, 4.º no Tirreno Adriático e 3.º lugar no Giro de Itália. Fez um Giro de muita qualidade, onde cedo se impôs dentro do top cinco da geral, à terceira etapa. Nunca mais saiu dos primeiros postos, andando 2 dias de rosa, perdendo a camisola para o seu colega. Acabou num lugar honroso no pódio, apesar de poder ser um pouco desapontante, pelo facto da vitória numa Grande Volta estar “ali ao virar da esquina”, mas o holandês e Hindley não conseguiram superar um Tao Hart de grande nível.

 

O menos

Toda a equipa fez uma época decente, não houve grandes deceções. No entanto, um dos principais nomes para o sprint, o holandês Cees Bol, pareceu que em certos momentos não conseguia concluir o excelente trabalho dos seus lançadores. Teve oito top dez nos 38 dias de competição, e uma vitória em Tavira, na Volta ao Algarve.

Um momento negativo, foi a desistência forçada de Michael Matthews no Giro, visto que testou positivo à covid-19. A equipa ficou desfalcada para as chegadas rápidas, pois era a aposta principal.

O australiano Chris Hamilton andou uns furos abaixo, comparativamente com as duas épocas anteriores.



O mercado

Saída da principal figura para os sprints, Michael Matthews, para a GreenEdge Cycling, Wilco Kelderman, outro nome importante para as provas por etapas, irá para a Bora-Hansgrohe, Sam Oomen segue carreira na Jumbo-Visma, e Robert Power ruma à Qhubeka Assos.

Para 2021, a contratação sonante, até agora, é a de Romain Bardet, vindo da AG2R, um ciclista que teve um ano muito mau, mas que espera voltar ao seu nível habitual. Outro nome interessante, é o norueguês Andreas Leknessund, campeão europeu de contrarrelógio, na categoria de sub-23. É um diamante por lapidar, vindo da Uno-X, e que certamente trará bons resultados no futuro.

Romain Combaud, ex-Nippo Delko One Provence, um puncheur, que assina por dois anos, e poderá ajudar a trazer bons resultados nas provas de um dia e na média montanha. Kevin Vermaerke, ciclista americano de 20 anos, vindo da Axeon, assinou por três anos, e será uma aposta para o futuro. O resultado mais enriquecedor do seu currículo foi obtido na Bélgica, em 2019, com o triunfo na Liège-Bastogne-Liège U23.

O alemão Niklas Markl, sobe da equipa de desenvolvimento, para fazer a sua estreia no WorldTour. É um ciclista jovem, com várias vitórias em provas dos escalões mais jovens. O jovem Marco Brenner assinou por quatro anos, ele que é um dos ciclistas mais promissores da Alemanha. É um corredor com várias vitórias na categoria de juniores, incluindo provas dos nacionais de estrada e de contrarrelógio da Alemanha, em 2019. Este ano, renovou o título de campeão nacional de contrarrelógio, e esteve perto de ser campeão europeu da especialidade, acabando em segundo lugar, atrás do checo Mathias Vacek.



O que esperar de 2021?

É um ano em que se espera a confirmação dos ciclistas que estiveram em evidência em 2020. Saíram nomes importantes, como Michael Matthews e Wilco Kelderman, e por isso a equipa precisa de ter soluções. A entrada de Romain Bardet é feita com o intuito de lutar pelas classificações gerais de Grandes Voltas. Marc Hirschi e Tiesj Benoot serão nomes importantes para as clássicas e chegadas com colinas duras. Jai Hindley será uma peça importante na equipa, seja para ajudar ou para lutar pelos primeiros lugares. Soren Kragh Andersen é um ciclista versátil e que tem o seu espaço dentro do plantel, e continuará a ser um dos nomes principais para as clássicas e contrarrelógio.

Cees Bol será a principal arma para os sprints, com os jovens Alberto Dainese e Max Kanter a segui-lo. O irlandês Nicolas Roche e o americano Chad Haga, os ciclistas mais velhos, ajudarão a passar experiência à jovem equipa. Será um ano também de mudança no patrocinador principal e no nome da equipa, de Sunweb para DSM. A marca alemã passará a ser um patrocinador secundário. Os corredores irão competir com bicicletas Scott, equipadas com componentes Shimano. Para além disso, a Team DSM continuará com o projeto de desenvolvimento sub-23 e com a equipa feminina no WorldTour.

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