A formação belga atingiu um patamar incrível em 2022, nunca tinha estado perto sequer de tão bons resultados e tantas vitórias. Várias estrelas surgiram, principalmente Biniam Girmay, e 2023 terá a presença de Rui Costa na equipa.



Os dados

Vitórias: 24 triunfos, um número que impressiona visto que superaram o recorde de vitórias da equipa em 11. 5 vitórias foram no World Tour, incluindo 1 clássicas e 2 etapas no Giro.

Pódios: Um total de 78, mais uma prova evidente da super temporada realizada pela formação belga.

Dias de competição da equipa: 282 dias, é uma equipa habituada a competir bastante, o calendário é sempre muito alargado.

Idade média do plantel: Um total de 29,9 anos, um misto de muita juventude (7 ciclistas abaixo dos 25 anos) e veterania (7 ciclistas acima dos 35 anos).

Mais kms: O Viking Alexander Kristoff praticamente atingiu os 15 000 kms, isto aos 35 anos!

Melhor vitória: Vários poderiam estar nesta lista, desde o triunfo de Jan Hirt no Giro ou o de Biniam Girmay na Gent-Wevelgem, no entanto mencionamos a vitória do eritreu no Giro, o dia em que derrotou Mathieu van der Poel ao sprint, com o neerlandês a ser o primeiro a reconhecer que Girmay foi o mais forte.

 

O mais

Aos 35 anos, Alexander Kristoff continua aí para as curvas. O gigante norueguês conseguiu 5 vitórias impressionantes (destaque para a Scheldeprijs) e mais de duas mãos cheias de top-10 em etapas e clássicas, o que lhe valeu o 8º lugar no ranking UCI, o que, só por si, revela a super temporada de Kristoff. Biniam Girmay também foi outra peça chave, mas não foi tão regular, senão teria realizado uma temporada superior à de Kristoff. Venceu logo a abrir, conseguiu um triunfo épico na Gent-Wevelgem e seguiu-se um grande Giro, onde venceu e abandonou … devido à maldita rolha da garrafa de champagne. Ainda conseguiu mais alguns resultados interessantes, no GP Quebec e na Bretagne Classic.




Toda a equipa esteve fabulosa, o bloco de trepadores também esteve a grande nível. Louis Meintjes regressou às vitórias e fez top-10 no Tour (na Vuelta foi 11º), Jan Hirt venceu no Giro e foi 6º, Domenico Pozzovivo foi 8º e apareceu nas clássicas italianas e Lorenzo Rota aproveitou para brilhar com um triunfo no Sazka Tour. Quinten Hermans teve um ano dividido em duas fases, foi 2º na Liege-Bastogne-Liege, brilhou na Volta a Bélgica mas depois não correu muito mais, quando se soube que não ficava na equipa.

Menção para Gerben Thijssen e Hugo Page, os dois jovens conseguiram resultados muito bons na estreia pela equipa belga, mostrando ser dois bons ciclistas para o futuro.

 

 

O menos

Numa equipa que rendeu a grande nível, é difícil encontrar nomes que tenham desiludido muito mas há sempre algo a apontar. O combativo Aimé de Gendt não se mostrou muito, as clássicas não correram bem e as fugas não foram vitoriosas. Simone Petilli e Rein Taaramae poderiam ter conseguido melhores exibições na montanha, principalmente o estónio que sabemos do que é capaz, mas estiveram remetidos a um trabalho de gregário, pelo que tiveram de sacrificar as suas ambições na maioria da temporada.80




 

O mercado

A equipa belga irá mudar um terço do seu plantel em 2023. Após um grande ano, algumas das grandes figuras estão de saída mas também entram outros nomes importantes, na esperança de, pelo menos, manter o nível. Alexander Kristoff teve uma curta passagem mas não se esperava mais, regressa a casa à Uno-X. Quinten Hermans sai em divergência, após não ter renovado contrato, Jan Hirt irá ser o braço direito de Remco Evenepoel e Andrea Pasqualon abandona o projeto após uma longa estadia. De Domenico Pozzovivo nada se sabe, não nos admirávamos que continuasse na Intermarché. De saída, estão, ainda, Jan Bakelants, Dimitri Claeys, Tom Devriendt, Barnabas Peak, Kevin van Melsen, Corne van Kessel e Théo Delacroix.

Olhando para as entradas, o objetivo foi claro, trazer experiência mas também juventude. Rui Costa será um capitão na estrada, o antigo campeão do Mundo traz muito conhecimento. Lilian Calmejane, Mike Teunissen e Dion Smith também já são muito experientes, em terrenos muitos distintos mas serão muito importantes. Da Sport Vlaanderen chegam o sprinter Arne Marit e o combativo Rune Herregodts, da Bingoal Pauwels chegam os combativos Laurenz Rex e Tom Paquot, Dries de Pooter chega da Hagens Berman Axeon e os reforços ficam fechados com dois sprinters, o jovem talento Madis Mihkels e o experiente Niccolo Bonifazio.

 

O que esperar em 2023?

Será muito complicado repetir a temporada que agora finda, os resultados foram excelentes. As expectativas são as maiores, o ambiente dentro da equipa é bom, isso ajuda bastante. Louis Meintjes é o trepador de serviço, o grande nome para a montanha, mas como já referimos, com 29 ciclistas oficializados, não nos admirávamos que Domenico Pozzovivo renovasse. Rein Taaramae, Lorenzo Rota e Georg Zimmermann entram numa segunda linha, podem brilhar em alguns momentos



Nas clássicas será onde Biniam Girmay terá que aparecer, ele que deverá fazer a estreia no Tour de Flandres. O eritreu atingir outro patamar em 2022, o próximo ano será de confirmação de tudo isto, sendo apoiado de perto por Rui Costa, Aimé de Gendt, Adrien Petit, Baptiste Planckaert e muito cuidado com Mike Teunissen. Para além de apoio, o neerlandês pode ser uma grande alternativa e tirar alguma pressão a Girmay.

Para o sprint não faltam opções, é certo que não há um grande nome, mas entre Niccolo Bonifazio, Madis Mihkels, Arne Marit e Gerben Thijssen devem conseguir algumas vitórias. Estamos curiosos para ver a evolução de Hugo Page, um sprinter com estilo classicómano.

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