Chegámos à melhor equipa das ProTeams, a Alpecin-Fenix, que se destaca pelo segundo ano consecutivo na classificação, entre as melhores do mundo. O próximo ano traz um novo patrocinador para a equipa, a Deceuninck, num acordo para os próximos quatro anos.

 



Os dados

Vitórias: 33 triunfos, um número gigante, comparativamente a qualquer outra formação ProTeam

Pódios: 73 pódios, 34 foram no WorldTour

Dias de competição: 224 dias, com presença nas Grandes Voltas e, sobretudo, em corridas caseiras

Mais kms: O belga Dries de Bondt com 12 356 km percorridos

Idade média do plantel: 29 anos, com Ben Tulett a ser o mais novo (20) e Sacha Modolo o oposto (34)

Melhor vitória: Uma escolha difícil, pois a equipa conseguiu arrecadar várias vitórias de grande qualidade, por intermédio de Mathieu Van der Poel, Jasper Philipsen e Merlier. A decisão recai sobre a etapa 2 do Tour, com triunfo de MVDP, e dedicatória especial ao seu avô. Deixou toda a gente para trás, contra os maiores nomes do pelotão, e cavalgou para a sua primeira vitória numa Grande Volta. Não esquecer a fantástica conquista na Strade Bianche, onde deixou o campeão do mundo Alaphilippe nas covas, e a vitória na 5.ª etapa do Tirreno Adriático, onde acabaria por vencer após várias dezenas de quilómetros em fuga.



O mais

Que grande ano de Jasper Philipsen! O sprinter belga teve a sua melhor época de sempre, de longe, com nove vitórias e 26 top dez. Venceu a clássica belga Scheldeprijs, duas etapas na Volta à Turquia, duas na Vuelta, o Kampioenschap van Vlaanderen, a Eschborn-Frankfurt, o Grand Prix de Denain – Porte du Hainaut e a Classique Paris-Chauny. Esteve perto de ganhar no Tour, acabando por seis vezes no pódio. Foi o melhor sprinter do ano, se considerarmos Colbrelli um corredor com um estilo mais punchy, acabando no 15.º lugar do ranking UCI, com 1777 pontos.

O inevitável MVDP conseguiu arrecadar vitórias notáveis, começando logo no início do ano com um triunfo no UAE Tour. Em março, venceu de forma extraordinária, a Strade Bianche. Seguiram-se dois triunfos no Tirreno-Adriático, dois na Volta à Suiça, etapa dois do Tour e a clássica Antwerp Port Epic. Somaram-se ainda 18 top dez. Na Volta a França ainda aguentou por seis dias a camisola amarela, perdendo-a para Tadej Pogacar. Esteve perto de ganhar em mais uma série de ocasiões, incluindo no Tour de Flandres e Paris-Roubaix. É uma das figuras da atualidade e isso é inegável.

O sprinter belga Tim Merlier foi outro dos nomes a fazer a sua melhor época como corredor profissional. No total, foram nove triunfos e 23 top dez. O seu ponto forte continua a ser as clássicas belgas, conquistando cinco vitórias esta época. Ainda venceu duas tiradas no Benelux Tour, mas o destaque vai para as conquistas na etapa dois do Giro e etapa três do Tour. A sua estreia a vencer em Grandes Voltas, competindo contra os melhores sprinters do mundo.

Gianni Vermeersch teve um claro crescimento nas últimas duas épocas, mostrando-se cada vez mais capacitado para discutir sprints e fechar top dez em várias clássicas importantes, mesmo quando a concorrência é forte. Alguns resultados desta época espelham bem a astúcia do belga: 14.º na Strade Bianche, 9.º na E3 Saxo Bank, 10.º na Gent-Wevelgem in Flanders, 7.º no Tour de Flandres, 5.º no Grand Prix de Wallonie e 15.º no Paris-Roubaix. Jay Vine também foi um elemento importante dentro da formação. Conquistou o segundo lugar na Volta à Turquia, esteve bem na subida a Lagunas de Neila na Vuelta a Burgos e deu que falar na Vuelta, depois de um trambolhão, após um choque com um carro, acabando essa mesma etapa em terceiro lugar, demonstrando do que é feito, com enorme valentia e vontade de vencer.

Nota ainda para as boas prestações de Tobias Bayer, Philipp Walsleben, Dries de Bondt, Ben Tulett e, com uma grande melhoria face a 2020, Kristian Sbaragli.

O menos

No cômputo geral a equipa andou muito bem. Talvez fosse esperado mais de Xandro Meurisse, que obteve o seu melhor resultado da época no seu último dia competição, com triunfo no Giro del Veneto. De resto, acabou por fazer um top dez no Tour da Grã- Bretanha, o que é, francamente, pouco. Temporadas menos conseguidas de Floris de Tier e de Roy Jans, este último com muitas lesões envolvidas.



O mercado

Para já estão confirmadas as saídas de Sacha Modolo para a Bardiani-CSF-Faizanè, Louis Vervaeke para a Quick Step-Alpha Vinyl, o jovem Ben Tulett ruma à Ineos Grenadiers e Otto Vergaerde ingressa na Trek-Segafredo. Petr Vakoč, Roy Jans e Philipp Walsleben irão retirar-se no final do ano.

Quanto a entradas, a equipa foi buscar vários reforços interessantes. Para os sprints saltam logo dois nomes, Stefano Oldani e Jakub Mareczko. O jovem italiano Oldani pode ser um elemento importante no comboio da equipa e poderá ter aqui uma oportunidade de ouro para crescer. Mareczko já tem vários triunfos na carreira, especialmente em corridas asiáticas, e deverá ser a terceira opção da equipa para o sprint. Michael Gogl chega para ajudar nas clássicas, com gosto particular pelas Ardenas, depois de ter estado duas temporadas ao serviço da Qhubeka. Este ano, o ciclista austríaco destacou-se na Strade Bianche, ao terminar no 6.º posto.

Robert Stannard é outra entrada valiosa para a próxima época. O jovem australiano rola bem, perigoso em chegadas ao sprint em grupos restritos e gosta de finais com subidas curtas e empinadas. Apesar de já ter estado várias vezes na discussão de vitórias, o seu primeiro triunfo como profissional ainda não chegou. Em sub-23 obteve grandes resultados, vencendo o Il Piccolo Lombardia e outras provas do calendário das esperanças, e terminou no pódio do Baby Giro de 2018.

Chegam ainda Fabio Van den Bossche (ex-Sport Vlaanderen-Baloise), Sjoerd Bax (Metec-Solarwatt), Maurice Ballerstedt (Jumbo-Visma Development Team), Guillaume Van Keirsbulck e Samuel Gaze (Alpecin-Fenix Development Team).

O que esperar de 2022?

A principal figura continuará a ser Mathieu Van der Poel, é o nome que todos se lembram quando se fala nesta equipa. O bloco das clássicas é bom, não é dos mais fortes, comparativamente a alguns do WorldTour, mas o neerlandês já demonstrou que se safa muito bem sozinho e deverá ter grandes objetivos para o próximo ano. Tim Merlier e Jasper Philipsen serão os principais sprinters da equipa e deverão liderar nas Grandes Voltas, com Mareczko e Oldani a espreitarem oportunidades em outras corridas. Robert Stannard pode ser uma carta relevante para as chegadas mais duras, enquanto que para as classificações gerais, em provas secundárias, poderemos ver Jay Vine e Tobias Bayer a intrometerem-se na luta por um lugar nos dez melhores.

A equipa estará presente em todas as provas do WorldTour em 2022, derivado ao seu primeiro lugar entre as ProTeams. A equipa terminou em sexto lugar por equipas, no ranking UCI, com 8277 pontos obtidos.

 



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