Mais uma boa temporada da equipa cazaque, todos os líderes renderam mais ou menos dentro do esperado e isso resultou num agradável número de vitórias e pódios. Um dos pilares da equipa nos últimos anos (Miguel Angel Lopez) está de saída, como poderá isso impactar o rendimento da Astana em 2021?
Os dados
Vitórias: 15 triunfos, 3 deles em Grandes Voltas e 1 Monumento
Pódios: Um total de 41 pódios, é uma equipa que está quase sempre na discussão das corridas
Dias de competição: 162 dias de competição
Idade média do plantel: 28,8 anos de idade média, inflacionado por LuisLe, os irmãos Izagirre e Fuglsang
Mais kms: Um globetrotter habitual, Luis Leon Sanchez com 11333 kms
Melhor vitória: O sucesso de Jakob Fuglsang no Giro di Lombardia, pelo poderio colectivo demonstrado e pelo facto de ser um Monumento, este ano apenas houve 4 no calendário
O mais
Mais uma excelente temporada de Jakob Fuglsang a todos os níveis, a Astana continua a confiar no dinamarquês e prova disso é que deixou ir Miguel Angel Lopez, confiando em Fuglsang. Ganhou a Vuelta a Andalucia, foi 5º na Strade Bianche, 2º na Volta a Polónia, ganhou o Giro di Lombardia, fez 5º nos Mundiais e terminou o Giro no 6º posto depois de alguns azares na primeira metade da prova.
Aleksandr Vlasov confirmou tudo o que se antevia depois das épocas como sub-23 e a Gazprom-Rusvelo. Ganhou a clássica do Mont Ventoux e o Giro dell’Emilia, foi 2º no Tour de la Provence e 3º na Route d’Occitanie e no Giro di Lombardia, 4º no Gran Piemonte e 5º no Tirreno-Adriatico. O seu objectivo era o Giro, mas foi forçado a abandonar logo de início, focou-se na Vuelta, perdeu muito tempo nos primeiros dias, mas ainda recuperou para 11º da geral. Miguel Angel Lopez não esteve mal, ganhou uma etapa espectacular no Tour terminando em 6º, continua com debilidades incríveis no contra-relógio. Alex Aranburu foi sempre um ciclista perigoso e consistente, fazendo inclusivamente 7º na Milano-SanRemo.
O menos
Tendo em conta que cerca de um terço do plantel da Astana são corredores cazaques relativamente desconhecidos, não houve propriamente grandes desilusões, esperávamos mais de alguns gregários de montanha, especialmente Merhawi Kudus e Oscar Rodriguez, não estiveram em destaque na ajuda aos seus líderes. Alexey Lutsenko esteve uns furos abaixo do que fez em 2019, mas não se pode apontar muitas falhas a alguém que fez 3º no UAE Tour e ganhou 1 etapa no Tour.
O mercado
Não havendo grandes entradas, a única grande saída é a de Miguel Angel Lopez, mas a sucessão está pronta com Aleksandr Vlasov, sendo que muitas vezes a formação cazaque ataca as Grandes Voltas com o pensamento nas etapas. Depois saem 2 cazaques (Bizhigitov e Fominykh) e entram outros 2 (Brussenskiy e Fedorov), Ben Perry vem substituir o experiente Laurens de Vreese.
Depois entram 3 jovens italianos numa renovação de equipa interessante, sendo eles Matteo Sobrero, Samuele Battistella e Andrea Piccolo. Piccolo e Sobrero já mostraram excelentes indicações no contra-relógio, enquanto Battistella foi campeão Mundial sub-23 em 2019. Entram também os jovens Javier Romo e Stefan de Bod.
O que esperar de 2021?
Com a manutenção do núcleo duro da equipa, existem claramente 2 vectores de liderança com Jakob Fuglsang e Aleksandr Vlasov, mas existem alguns problemas aqui. Fuglsang não é garantia de resultados em provas de 3 semanas e Vlasov não parece ser propriamente o ciclista internamente mais popular e já se fala que estará de saída para a Ineos em 2021 ou 2022.
Depois continuará a existir uma segunda linha bastante interessante, capaz de conseguir grandes vitórias e liderar a equipa em provas de 1 semana (Lutsenko, Aranburu, Ion Izagirre, Gorka Izagirre). Veremos o que os reforços vão trazer, mas estamos particularmente curiosos com Battistella. Harold Tejada pode aproveitar as oportunidades, foi quem esteve no apoio mais directo a Lopez no Tour logo na sua 1ª temporada no World Tour.