Dia de revermos a temporada dos pupilos de Marc Madiot, num ano com várias vitórias de elementos diferentes e importantes. O próximo ano será de muita aposta na juventude.





Os dados

Vitórias: 20 triunfos, seis no WorldTour

Pódios: 62 pódios, com os meses de maio, junho e agosto a terem os melhores resultados

Dias de competição da equipa: 255 dias, corridos sobretudo na Europa, com passagens pela América do Norte, Omã e Emirados Árabes Unidos.

Idade média do plantel: 29,3 anos, com Matthieu Ladagnous a ser o elementos mais velho com 38 anos.

Mais kms: 12988 km percorridos por Thibaut Pinot.

Melhor vitória: Triunfo de Thibaut Pinot na etapa 7 do Tour da Suiça



O mais

Claramente o “elemento mais” foi o francês Arnaud Démare. Foi o que mais venceu, com sete triunfos e 30 top dez! Venceu três etapas no Giro, mais a maglia ciclamino, uma etapa na La Route d´Occitanie, uma na Volta à Polónia, o Grand Prix d´Isbergues e venceu na sua última corrida do ano, na Paris-Tours. É um dos sprinters mais rápidos do pelotão internacional e demonstrou-o por várias ocasiões.

Stefan Kung também esteve muito bem. Conseguiu bons resultados nos vários contrarrelógios em que participou, realizou uma boa campanha nas clássicas, com vários top dez, incluindo 5.º lugar no Tour de Flandres e um terceiro posto no Paris-Roubaix. Esteve a bom nível na Volta à Suiça, muito perto de conseguir pela terceira vez consecutiva ser campeão europeu de contrarrelógio, venceu a geral e o esforço individual no Tour Poitou, por três segundos que não foi campeão do mundo de contrarrelogio e venceu o Chrono des Nations a fechar o ano. É um dos elementos mais importantes dentro da formação francesa.

Talvez a melhor temporada de Valentin Madouas. Fez quarto na geral do Tour des Alpes, venceu a camisola da montanha no Paris-Nice e no Tour du Limousin, saiu vitorioso no Tour du Doubs e venceu duas etapas no Tour do Luxemburgo. A acrescentar ainda um belíssimo terceiro lugar no Tour de Flandres. É um ciclista “punchy” com boa ponta final em grupos restritos, especialmente em pequenas colinas.

Por último, realçar o grande quarto lugar de David Gaudu no Tour. Venceu por duas ocasiões nesta temporada, uma etapa na Volta ao Algarve, na chegada à Fóia, e a terceira etapa no Critérium du Dauphiné.

O menos

O ciclista escolhido para “menos” da equipa foi Michael Storer. A sua primeira temporada na equipa francesa não correu de feição. Terminou no segundo posto da geral no Tour of the Alps, fez terceiro no Mont Ventoux Challenge e um quinto lugar na etapa 16 do Tour. Pouco mais há a registar. Esteve muito desaparecido, depois de ter dado nas vistas no ano transato, o que certamente acabou por ser desapontante para a equipa.



 

O mercado

Muitas saídas no final do ano. Valter Attila muda-se para a Jumbo-Visma, Matteo Badilatti e Tobias Ludvigsson transferem-se para a Q36.5 Pro Cycling Team, Ramon Sinkeldam ruma à Alpecin-Deceuninck, Sébastien Reichenbach sai para a Tudor Pro Cycling Team, Jacopo Guarnieri segue caminho na Lotto-Dstny e Anthony Roux e Antoine Duchesne irão retirar-se.

Até ao momento, a nível de transferências, a equipa subiu, vindos da equipa de desenvolvimento, sete nomes: Enzo Paleni, Lorenzo Germani, Romain Grégoire, Lenny Martinez, Samuel Watson, Reuben Thompson e Laurence Pithie.

Paleni já sabe o que é ganhar gerais em escalões mais jovens e anda bem no contrarrelógio. Germani é o novo campeão nacional italiano de estrada na categoria de sub-23. Grégoire venceu a edição deste ano da Liège-Bastogne-Liège de sub-23. Lenny Martinez pode ser uma boa aposta no futuro para discutir gerais. O francês terminou no terceiro lugar do Baby Giro e venceu a geral do Giro Ciclistico della Valle d´Aosta. No Tour de l´Avenir ficou em oitavo. Samuel Watson é um ciclista rápido e dá-se muito bem em clássicas com algum empedrado. Um resultado interessante foi o seu quinto lugar na Tro-Bro Léon. Esteve perto de se sagrar campeão nacional britânico de estrada, não fosse Mark Cavendish estragar-lhe os planos. Thompson sobe bem e é um ciclista para gerais. Fez top cinco no Baby Giro e vários top dez ao longo do ano de 2022. Pithie é um ciclista rápido e que pode conseguir bons resultados nos sprints.



O que esperar em 2023?

Provavelmente continuará a ser a melhor formação francesa no pelotão. Tem homens rápidos como Arnaud Démare, Jake Stewart, Van den Berg, Watson, Bram Welten e Penhoet. Este último fez um ano muito interessante, veremos qual será o seu desenvolvimento em 2023.

Para a discussão nas classificações gerais, a equipa dispõe de David Gaudu. É a peça mais importante para a montanha. Infelizmente tem um contrarrelógio fraco. Thibaut Pinot, Valentin Madouas e Rudy Molard são elementos importantes na média montanha e conseguem estar a bom nível em algumas etapas de alta montanha. São capazes de ser bem-sucedidos em fugas. Tal como Storer, veremos como se comporta o australiano. Estes nomes também são aqueles que oferecem mais garantias nas clássicas das Ardenas.

Para as clássicas, Stefan Kung é o elemento-chave. Depois dispõem de Madouas e de Kevin Geniets, que podem alcançar resultados bons para a equipa. Jake Stewart pode entrar na discussão em algumas clássicas com empedrado e pequenas colinas.

A nível de contrarrelógio, Kung é a melhor arma. Depois seguem-se Tobias Ludvigsson, Bruno Armirail, Geniets e Miles Scotson.

O próximo ano poderá ser muito semelhante ao que aconteceu nesta temporada. Démare perdeu duas peças importantes no seu comboio de lançamento, após as saídas de Guarnieri e de Sinkeldam, e terá de fazer uma nova adaptação nos seus sprints. Esperam-se bons resultados de Kung, Gaudu e de Madouas. Pinot pode aparecer em etapas importantes e vencer algumas etapas através de uma fuga.

A aposta na formação é notória, visto que, até ao momento, só ingressaram membros da equipa de desenvolvimento.

Por: André Antunes

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