Um ano agridoce para a equipa americana que, apesar de não ter conseguido muitas vitórias, voltou a conseguir fechar no top três, da classificação geral, de uma Grande Volta, por intermédio de Richie Porte, algo que já não acontecia desde 2013, na altura o veterano Chris Horner vencia a Vuelta. A maioria da equipa continua em 2021, mas o australiano, no entanto, está de saída da equipa.



Os dados

Vitórias: 9 triunfos,  seis deles no escalão máximo do ciclismo

Pódios: 31 pódios, 17 foram no WorldTour

Dias de competição: 175 dias de competição, com o calendário quase todo a ser realizado na Europa.

Idade média do plantel: 28,1 anos, com oito ciclistas acima dos 30 anos.

Mais kms: Niklas Eg com 10 229 km, em 62 dias de competição

Melhor vitória: Triunfo de Mads Pedersen na clássica belga Gent-Wevelgem

O mais

O australiano Richie Porte foi o nome em evidência ao longo da temporada. Começou o ano a vencer, em casa, numa das suas provas favoritas, o Santos Tour Down Under, onde conquistou a etapa três. Nas provas em França, andou a um bom ritmo, terminando no 3.º lugar da geral no Tour dos Alpes, em 6.º na La Route d’Occitanie, e em segundo lugar na clássica, com chegada ao icónico Mont Ventoux. Na Volta a França, fez uma prova sempre em ascendente, a culminar com um terceiro lugar na geral individual, conquistado apenas no último dia decisivo, no contrarrelógio que terminava na La Planche des Belles Filles. Esta foi a melhor classificação de sempre, do ciclista de 35 anos, numa Grande Volta.

Mads Pedersen foi outra das figuras da equipa, conquistando três vitórias na época, Gent-Wevelgem, 3.ª etapa do BinckBank Tour e a 2.ª tirada da Volta à Polónia. Esteve perto de ganhar no Tour, na primeira e última etapa. A vitória de Jasper Stuyven na Omloop, foi um dos melhores momentos da equipa. Jacopo Mosca teve vários resultados interessantes nas provas italianas, incluindo no Giro de Itália.



O menos

O “Tubarão de Messina”, Vincenzo Nibali, não ergueu os braços este ano, mas mesmo assim não fez uma temporada péssima, terminando no quarto lugar da geral no Paris-Nice, 6.º lugar na Lombardia, 5.º no Gran Trittico Lombardo, e 7.º no Giro dell’Emilia. No grande objetivo da temporada, o Giro, faltou-lhe aquela garra que o caracteriza, pois nunca vimos um Nibali capaz de atacar e ganhar tempo aos favoritos à geral. Ainda assim, terminou a prova em sétimo, mas para o que já vimos de Nibali, não chegou.

O holandês Mollema, não fosse o infortúnio que teve, com a queda no Tour, e provavelmente faria mais uma temporada de “encher o olho”. Terminou em 8.º lugar na Volta ao Algarve, 5.º lugar na Route d´Occitanie, 6.º no Tour de  l’Ain e 4.º na Lombardia (prova que tinha vencido em 2019).

O letão Emils Liepins e o belga Edward Theuns estiveram longe do seu melhor desempenho, tanto nos sprints como nas clássicas de empedrado. A Matteo Moschetii aplica-se bem a expressão de “oito a oitenta”, visto que começou a temporada da melhor maneira, com duas vitórias nos primeiros dois dias de competição, para acabar na Vuelta fora de controlo. O período de pausa não fez bem ao sprinter italiano. Sentiu-se ainda a ausência do combativo Toms Skujiņš, que não esteve tanto em ação como o habitual. Alexander Kamp, teve uma péssima temporada, no seu primeiro ano no WorldTour, ficou muito longe do seu potencial.



O mercado

Até ao momento, a mudança mais significativa, foi a saída já confirmada de Richie Porte para a Ineos. Um ciclista importante em 2020, acaba por sair da Trek, após duas temporadas. Pieter Weening irá abandonar a modalidade, após 17 épocas como ciclista profissional. Sai, no entanto, da pior forma, após uma queda no Giro de Itália, não voltando a correr desde então. Will Clarke deverá estar de saída também.

Até ao momento, estão confirmados quatro nomes para a nova época. O eritreu Amanuel Ghebreigzabhier, corredor vindo da NTT, poderá ser um bom gregário, na ajuda aos líderes quando o terreno começar a inclinar. É um corredor com experiência em Grandes Voltas, e que já foi campeão africano de estrada, em 2018. Em 2019, venceu o campeonato nacional de contrarrelógio do seu país.

Antonio Tiberi, jovem italiano de 19 anos, foi campeão mundial de contrarrelógio em 2019, na categoria de juniores. Depois de uma temporada, a competir em competições de sub-23, pela Colpack Ballan, onde até conseguiu uma vitória no Trofeo Città di San Vendemiano, está feita a passagem para profissional. Por fim, a inclusão de dois jovens dinamarqueses, Mattias Jensen e Jakob Egholm, este último campeão mundial de estrada em 2016 na categoria de juniores, destacam-se sobretudo pelos bons resultados já obtidos em provas da Nations Cup. Jensen estava na equipa Leopard Pro Cycling, enquanto que Egholm corria na famosa equipa de criação de talentos, a Hagens Berman Axeon.



O que esperar de 2021?

A equipa americana irá contar com Vincenzo Nibali e Bauke Mollema para a luta pelas gerais. Giulio Ciccone será um trunfo importante para média montanha e clássicas. Jasper Stuyven e Mads Pedersen são os nomes de referência para as clássicas belgas, e para muitos sprints. Moschetti poderá ser importante para as chegadas mais rápidas, mas é sempre uma incógnita, visto que é frequente ter azares. A equipa está a apostar mais na juventude, vamos ver como é o seu desenvolvimento e progressão. Muito provavelmente será uma equipa semelhante à deste ano, visto que a equipa pouco muda, e os objetivos mantêm-se.

 

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