A equipa árabe não conseguiu repetir o nível de 2021, as prestações, no cômputo geral, foram inferiores, no entanto alguns dos grandes líderes mantiveram o nível, dando importantes triunfos, incluindo um Monumento.

 

Os dados

Vitórias: Um total incrível de 21 triunfos, incluindo um Monumento e outras 7 vitórias no World Tour.

Pódios: 63 pódios, o que revela que praticamente um terço destes lugares originaram triunfos.

Dias de competição da equipa: 196 dias de competição, um calendário feito à base das principais provas do calendário.

Idade média do plantel: 29,3 anos, uma formação bastante envelhecida, já com muita experiência.

Mais kms: O veterano Luis Leon Sanchez ainda continua com pilhas e este ano totalizou mais de 12 100 kms.

Melhor vitória: Da forma brilhante que foi conseguido, temos que destacar o triunfo de Matej Mohoric na Milano-Sanremo, o esloveno atacou a todo o gás na descida do Poggio, usou o seu dropper seatspot, para só ser apanhado já depois da meta.



O mais

Pello Bilbao teve, aos 32 anos, a grande temporada da sua carreira. O basco foi regular todo o ano e o seu motor a diesel voltou a ter alguma explosão, conseguindo ganhar etapas ao sprint em grupos reduzidos. 2º na Volta a Alemanha, 3º no UAE Tour e na Volta a Polónia, 4º no Tour of the Alps, 5º na Strade Bianche, Giro d’Itália e Volta ao País Basco e 9º no Tirreno-Adriático são os grandes resultados de Bilbao, impressionante!

Matej Mohoric espalhou magia em Sanremo, com uma vitória épica, ainda foi as clássicas do empedrado fazer alguns top 10, incluindo 5º no Paris-Roubaix, antes de uma segunda metade de ano mais discreta, onde venceu a CRO Race. Mikel Landa voltou a subir o nível, foi 3º no Giro, o primeiro pódio em Grandes Voltas desde 2020 e acabou a ser 4º na Lombardia.

Phil Bauhaus aproveitou ser o melhor sprinter da equipa e conseguiu alguns resultados interessantes, incluindo 2 triunfos no World Tour. Fred Wright fez uma segunda metade de ano incrível. Se o 7º lugar no Tour de Flandres prometia grandes resultados, foi uma das grandes figuras da Vuelta, estando em diversas fugas e acabando com sete top-10. Enquanto esteve na equipa, Dylan Teuns foi super-importante, ganhou a Fleche Wallonne e 6º na Liege-Bastogne-Liege e Tour de Flandres.

 

O menos

Dos voltistas da equipa, apenas Landa se conseguiu safar. Após o pódio do Giro 2021, Damiano Caruso partia com outra pressão e responsabilidade, até foi 4º no Dauphine, 6º na Romandia e 7º no Tirreno-Adriático, mas chegou ao Tour e foi uma sombra de si próprio. Jack Haig também iria liderar no Tour mas uma queda tirou-o da luta, só que até à Grande Boucle mal se viu, apenas foi 5º no Dauphine. Esperava-se um ano de afirmação e não aconteceu.




Também Gino Mader vinha de uma temporada positiva, com top-5 na Vuelta e voltou à prova espanhola para ser … 20º. O único resultado interessante da sua época foi em casa, na Volta a Suíça, quando foi 2º. Não aproveitou as oportunidades que lhe deram.

 

O mercado

Ano de muitas mexidas mas todas elas para reforçar as segundas linhas e pensar já no futuro da equipa. A saída mais sonante é a de Sonny Colbrelli, o italiano reforma-se após o problema de saúde. Dylan Teuns já tinha abandonado a equipa a meio da época por isso nem entra nesta equação. Jan Tratnik e Luis Leon Sanchez também são dois nomes importantes que saem, dois bons ciclistas que trabalho, difíceis de substituir. Domen Novak, Chun Kai Feng, Stephen Williams e Alejandro Osorio também deixam a equipa.



Das 7 contratações, aquela que pode ter mais impacto imediato é Andrea Pasqualon. O transalpino chega não só para as clássicas, onde será mais uma figura a ter em atenção para também para os sprints em dias mais duros, digamos um Colbrelli versão low-cost com todas as diferenças de qualidade que existem. Nikias Arndt traz muita experiência para o coletivo e para a preparação do sprint, onde Cameron Scott é um nome a olhar para o futuro. Dusan Rajovic e Fran Miholjevic mantém a base balcã da equipa, com Sergio Tu a satisfazer os patrocinadores asiáticos. Rainer Kepplinger completa o leque de reforços.

 

O que esperar em 2023

Veremos se a Bahrain-Victorious consegue regressar ao nível que apresentou em 2021, algo que sinceramente duvidamos. Alguns dos planos já foram divulgados, Mikel Landa e Pello Bilbao vão fazer o Tour, com Jack Haig, Gino Mader e Damiano Caruso a focarem-se no Giro. A qualidade está lá, pelo menos o top-5 é um bom resultado para o coletivo árabe.




Um Matej Mohoric em forma é sempre um perigo à solta, o esloveno já definiu objetivos, que vão desde as clássicas do empedrado às clássicas do asfalto. Fred Wright terá um ano importante, a vitória deverá acontecer mais cedo ou mais tarde, tem que se focar mais nos finais. Phil Bauhaus continuará a ser o grande sprinter de serviço, não está na elite mundial mas vai conseguindo os seus resultados, estamos curiosos para ver a evolução de Jonathan Milan. Por fim, Santiago Buitrago pode dar o salto e afirmar-se como um ciclista ainda mais importante dentro da equipa.

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