A equipa de Marc Madiot voltou à ribalta do ciclismo francês, conseguindo ser a melhor formação do seu país. Um ano com muitos triunfos, a maioria deles dados pelo melhor sprinter da temporada que esteve, praticamente, imbatível.



 

Os dados

Vitórias: 20 triunfos, 6 deles conseguidos no World Tour e 4 títulos nacionais

Pódios: 46 pódios, um número muito interessante, com 16 no World Tour

Dias de competição: 171 dias, um calendário baseado no World Tour e nas provas francesas

Idade média do plantel: 28,4 anos, um misto de ciclistas muito novos e também bastante veteranos

Mais kms: Olivier le Gac com 9 757 kms em 60 dias de competição

Melhor vitória: vários triunfos de Arnaud Demare poderiam ser destacados, mas a forma como se sagrou campeão nacional de França à frente de Julian Alaphilippe salta à vista.

 

O mais

Quando 14 das 20 vitórias da equipa são conseguidas por Arnaud Demare não há muito mais a dizer. Ano fabuloso do sprinter francês que “só” apareceu após o retomar do ciclismo, conseguindo este número elevado de triunfos (não só em etapas mas também gerais), com 4 deles a serem no Giro, onde também venceu a classificação por pontos.



Stefan Kung deu um salto importante no contra-relógio, sagrou-se campeão europeu, foi 3º nos Mundiais e foi campeão nacional absoluto (estrada e contra-relógio). Está cada vez mais completo, já aparecendo na discussão das clássicas do empedrado, para além de ter sido 3º no Binck Bank Tour. David Gaudu venceu por duas vezes na Vuelta e foi 8º, isto depois, de no longínquo mês de fevereiro ter sido 4º no UAE Tour. Rudy Molard foi o destaque da equipa pré-pandemia, sendo que Bruno Armirail foi um gregário muito importante no pós-paragem.

 

O menos

É certo que a temporada de Thibaut Pinot não foi péssima (2º no Dauphine, 4º na Route d’Occitanie, 5º no Paris-Nice e 6º no Tour des Alpes Maritimes) mas voltou a falhar no seu grande objetivo, o Tour de France. Desde 2014 que Pinot não rende na “sua” Grande Volta, há sempre algo a afetá-lo.

Marc Sarreau foi dos corredores que mais falta sentiu do calendário francês, poucos foram os resultados de relevo, sendo que, na Polónia, ficou envolvido na queda de Fabio Jakobsen, terminando logo a temporada em Agosto. Valentin Madouas apareceu na primeira e na antepenúltima provas da temporada, foi pouco, há qualidade para muito mais. Kilian Frankiny devia ter aparecido mais na montanha, teve oportunidades para tal e Benjamin Thomas talvez se tenha focado, numa primeira fase, numa preparação específica para Tóquio 2020, o que lhe possa ter tirado alguma da competitividade na estrada.



 

O mercado

Marc Madiot tem por hábito não mexer muito nos seus plantéis e, para 2021, estabilidade é a palavra de ordem. Após temporadas menos conseguidas, Marc Sarreau, Léo Vincent e Kilian Frankiny estão de saída.

Da equipa de desenvolvimento chegam Clément Davy, um especialista de contra-relógio, e Lars van der Berg, corredor muito possante que se adapta ao terreno ondulante. Matteo Badilatti e Attila Valter vêm reforçar o bloco de montanha, dois corredores em fases diferentes da carreira, o primeiro mais veterano e o segundo à procura da afirmação.

 

O que esperar de 2021?

Depois do brilharete conseguido este ano, Arnaud Demare parte como um dos alvos a abater para 2021. O campeão francês deverá querer regressar ao Tour de France para se bater com os melhores do Mundo e tentar vencer a camisola verde, sendo que antes se deve focar nas clássicas. Sempre com um bloco muito forte em seu torno, Demare tem tudo para ter mais um ano de grande nível. Nas clássicas, atenção a Stefan Kung, um motor incrível.



Thibaut Pinot ainda só conhece o traçado o Tour e, depois de mais um falhanço, veremos se o trepador gaulês não opta por mudar o calendário e ter outros objetivos. Terá que aparecer mais, não só em 3 semanas mas também nas provas de uma semana. David Gaudu ganhou, ainda mais, espaço e será mais um líder. Rudy Molard e Valentin Madouas são sempre opções fiáveis, numa formação que ganhou em Attila Valter uma séria opção para o futuro em provas por etapas. Olho nos jovens Kevins Genits e Jake Stewart que podem ser agradáveis surpresas nas provas do calendário francês.

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